quarta-feira, 13 de abril de 2011

TROIKA PARA QUÊ?!

Tudo devidamente ponderado, se calhar Sócrates até tinha razão -Portugal não precisa de ajuda externa. Ou, para ser mais preciso, pelo menos o Município de Tomar não parece precisar de qualquer ajuda, muito menos externa. Era só o que faltava! Apesar da gigantesca dívida, superior a 32 milhões de euros.
Isto porque, apesar de em 2010 o Congresso da Sopa ter custado aos cofres da autarquia, -que é como quem diz aos contribuintes que somos todos nós- uma boa conta calada, pelos vistos não terá servido de emenda aos senhores edis da maioria relativa. Este ano até já resolveram alargar a manifestação alimentar. Além da 18ª edição do certame, teremos igualmente o primeiro congresso de Sopas do Mundo.
Todos contentes com a "trouvaille", uma espécie de redescoberta da pólvora, séculos e séculos após os chineses, amanhã a partir do meio-dia, haverá em plena Rua Augusta, frente à Benetton para ser preciso, -na capital, pois então!- uma distribuição gratuita de equipamento tradicional para manducar a sopinha nabantina: malga, colher, tabuleiro... Tudo tendo como figura de proa o Chef Chakall, ao que parece conhecido artista nabantino da culinária, por sinal nado e criado em Buenos Aires - Argentina. A coisa promete!
Bem dizia o Sócrates (outra vez ele!), aqui há uns meses, que são precisos dois para dançar o tango. Neste caso das sopas, ao que parece já temos quem esteja pronto a desembolsar mais umas dezenas de milhares de euros, não só para distribuir aos ricos a tradicional comida dos pobres, mas também para pagar a um artista argentino, certamente tão bom tanguista quanto mestre de caldinhos. Conquanto lá na terra dele, o pessoal abonado, incluindo os turistas, prefira regalar-se com um bom "bife de chorizo". Resta aguardar, para ficarmos a saber quem será o seu par para bailar La comparsita...e para arcar com o inevitável prejuízo, uma vez que o Mouchão tem uma determinada capacidade de acolhimento, para além da qual...
Será, por conseguinte, mais um desastre tomarense, a juntar às usualmente más e agora execráveis condições de acesso ao Convento de Cristo. Ainda hoje uns turistas com quem falei me perguntaram se em Tomar estamos a fazer de propósito para enxotar os visitantes. Neguei, como é óbvio, sem grande êxito ao que me pareceu -Pois olhe que é do mais reles acolhimento que já tivemos neste país.
Mais comentários para quê? É pagar as sopinhas e calar, que se trata de desenvolver o turismo...de qualidade. Dizem!

2 comentários:

Anónimo disse...

Estou para ver qual vai ser a partir de agora a prática desta câmara de Tomar no que se refere a despesas. Se há por onde cortar, segundo o FMI, é nas dotações aos municípios. Ora esta espécie de município em que se tornou Tomar está habituado a gastar à tripa-forra de há muito tempo, e sobretudo em supérfluos. Como irão fazer a partir de agora para manter os mesmos vícios? Aumentar as taxas? Só se a malta aceitar! Tomem eles essas medidas e eu desde já e aqui deixo um alerta: desobediência civil! Mais nada! E catadupas de reclamações ao provedor do cidadão e outras instâncias (quantas mais melhor!).

Anónimo disse...

a comitiva veio, sete + a vereadora e está garantido o mouchão a abarrotar de turistas e tomarenses. FORA COM ESTA EXECRÁVEL GENTE