terça-feira, 5 de abril de 2011

VOU VIAJAR, MAS MUITO PREOCUPADO

Na véspera de abalar para Paris, onde ficarei até sábado, a tentar encontrar o La Fontaine, para termos uma conversa sobre "A cigarra e a Formiga" e "A lebre e a tartaruga", deparei-me com este respigo do Le Monde - Economie: "Apesar da amarga bebida servida aos cidadãos, o défice público de Portugal derrapou em 2010, fixando-se nos 8,6% do PIB, em vez dos 7,3% prometidos pelo governo. O Estado vê-se assim constrangido a pagar mais de 8% anuais pelas obrigações a cinco e a dez anos.
Só para conseguir estabilizar a dívida soberana no equivalente a 100% do PIB, o país terá de conseguir reunir a partir de 2013 três condições: um crescimento económico de 3%; um excedente orçamental (sem contar os juros) de 3%; pagar apenas 6% anuais pela dívida global..."
Dado que se prevê, quando muito, um crescimento inferior a 1%, um orçamento em défice e os juros estão como se sabe, a hipótese avançada é do domínio dos sonhos de uma noite de verão. O nosso primeiro-ministro afinal está-se a tornar um poeta, nesta etapa final da sua prestação. E nós é que vamos ter de pagar os seus devaneios líricos.
Entretanto, os banqueiros portugueses, com o garrote da liquidez cada vez mais apertado, resolveram suspender todos os créditos ao Estado, conforme declarações de Ricardo Salgado, do BES, em entrevista à TVI, no Jornal Nacional de hoje.  Lá fica a maioria relativa do município de Tomar a falar sozinha no meio do deserto. O que significa, se não estou equivocado, que nos próximos 12 meses haverá vencimentos e outros abonos que não poderão ser liquidados nas datas previstas. É no que dá armar-se em rico com o dinheiro dos impostos dos outros. E lá se vão os adorados passeios comezaina/tintol/bailarico, à custa dos papalvos. Quem não tem dinheiro, não pode ter vícios...

Não se esqueçam de ouvir a 14ª edição do programa conjunto Rádio Hertz/Tomar a dianteira, no próximo sábado, das 11 ao meio-dia. O convidado é o Dr. Luis Pedrosa Graça, tomarense convicto, professor na Universidade Católica, ex-director do Convento de Cristo, ex-Governador Civil de Setúbal, inscrito no PSD e uma das consciências locais que vão continuando a resistir, contra ventos e marés. Voltarei ao vosso convívio no próximo domingo, pela manhã. Até lá!

4 comentários:

Anónimo disse...

A partir de Julho câmara de TOMAR deixa de pagar salários. Festa dos Tabuleiros corre risco de não se realizar

Anónimo disse...

O Ricardo Salgado não é um lírico como o PM, mas sabe-a toda... e muito bem.
Enquanto os bancos portugueses arranjavam dinheiro lá fora a 2 e 3% não se importavam de o ceder ao Estado cobrando juros de 6 e 7%. Agora que também já só arranjam dinheiro a 6-7% já consideram impossivel emprestá-lo ao Estado a juros de 7-8%.
Não percebo porque se resgatou o BPN...

A.A.

Anónimo disse...

Abram mais procedimentos concursais, recrutem mais trabalhadores, que é para quando não houver dinheiro para pagar vencimentos, hajam provas contra quem tem culpa "desta crise"(presidente, vereadores, chefes de divisão e afins). Sejam obstinados e levem isto à banca rota. Até à festa dos tabuleiros deve estar tudo calmo...digo eu.

Anónimo disse...

Caro Rebelo o que lhe parece: Relvas será bom governante? Parece-me que é autoritário e pouco dialogante.
Tenho receio que faça mal ao país como fez a Tomar e depois o abandone. Sinceramente são um bando de cachopos como os do PS sem sentido de Estado e para sentido de Estado prefiro o extremista e ditador Paulo Portas.