quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

UM COMENTÁRIO MUITO INTERESSANTE


Ora aqui está um comentário muito interessante. A vários títulos. Desde logo, porque se nota perfeitamente ser obra de alguém "inside" (para os modernaços), "do serralho" (para os clássicos) ou "do ventre do monstro" (para a oposição ao actual executivo). Depois, porque permite ficar a saber que a tal entidade jurídica proprietária do prédio em construção da Rua da Fábrica, se chama Ervilha, certamente por alcunha. Como não conhecemos o referido cidadão, ficamos na mesma. A não ser que o tal apodo de Ervilha seja afinal uma maneira (extremamente polida, cumpre reconhecer) de por antonomásia nos mandarem à fava. Mas não, reflexão feita, estes modos refinados são mais de exímios cultores das letras, o que manifestamente não é o caso, apesar do estilo escorreito do citado comentário.
Resta a matéria mais substantiva, mais técnica, digamos assim, que nos parece ter dois andamentos e uma informação útil. Primeiro os andamentos. Resulta curioso que "o amigo Rebelo usualmente peca", em "moderato cantabile", se tenha transformado, algumas linhas mais abaixo em "as parvoíces que o sr. às vezes escreve neste blog ! Porque pouco me interessa...", manifestamente em "allegro molto vivaccio". Haja calma, senhores ! Afinal ninguém vos ofendeu deliberadamente e as exaltações encurtam seriamente a esperança de vida. Cuidado com os AVCs !
Se quiséssemos azedar esta troca de ideias, diríamos que, em matéria de parvoíces, como aliás está à vista, quem nunca pecou que faça o favor de atirar a primeira pedra. Mas não vamos por aí. A cidade precisa é de entendimento e de concórdia, resultantes de políticas fecundas e de verdade. Não de estéreis quezílias pessoais.
Vamos, por conseguinte, à informação substantiva: "Basta consultar o atendimento do DAU". Pois não deixaremos de tal fazer um dia destes, pelo que seria muito útil se tivessem a amabilidade de acrescentar "e pedir para falar com...", naturalmente seguido do nome do responsável em questão. Que nestas coisas, por vezes é como na tropa, antigamente -é sempre melhor falar com o comandante ou com o oficial responsável, mas há casos em que os sargentos é que "dominam o esférico"...
De qualquer forma, isto de tentar obter informações publicáveis, para respeitar o princípio do contraditório, tem dois óbices. Um consiste no facto de aqui no blogue não haver jornalistas profissionais ou amadores, pelo que nos limitamos, seguindo a escola francesa de jornalismo, a publicar "a verdade tal como a vemos", o que naturalmente nos dispensa do tal contraditório, visto que a nossa verdade é praticamente igual à nossa opinião, pelo menos neste caso da informação.
O outro óbice é bem mais obstrutivo, como passamos a explicar com um caso concreto. Há meses e meses que procuramos obter acesso a um processo e a umas actas dos anos 70/80, do século passado. Pois até agora nada. O município de Tomar até guarda um velho livro de actas do século XV, do tempo do Senhor Infante D. Henrique, mas, apesar da disponibilidade em tempo útil manifestada pelo senhor presidente, não consegue, ao que nos dizem, encontrar livros de actas de 1978/83, nem o processo referente à doação do Convento de S. Francisco, e posterior venda de uma parte dele. Há coisas...
Por tudo isto, parece-nos ser claro que a atitude municipal nem sempre é assim muito colaborante com quem pretende exercer os seus direitos de cidadania. O que naturalmente nos leva a evitar, tanto quanto possível, incomodar os senhores funcionários, como sucedeu até agora neste caso.

6 comentários:

Isildur disse...

"Ervilha" é a alcunha do Sr. Joaquim Ferreira. Foi uma das vítimas das ilusões do Sr. "Paiva".
Seria curioso ter acesso aos processos de licenciamento aprovados pelo executivo com o parecer negativo dos técnicos da Câmara nos últimos anos. Teriamos revelações surpreendentes sobre o "sistema". As inspecções vêm ao município mas não procuram onde deviam.
Relativamente à política de expansão urbanística da cidade há terrenos para construção na malha urbana da cidade para mais de uma década mas pretende-se aprovar os loteamentos da Quinta do Contador e licenciam-se prédios em leito de cheia em Carvalhos de Figueiredo. O que se passa com os processos da Rua João dos Santos Simões? Com o processo junto da Praça de Touros? Com os processos das Avessadas junto ao Modelo e ao Intermarché? Com o processo da estação da Refer? Estão na gaveta dos investidores ou na gaveta do Sr. Presidente?

Anónimo disse...

Verificará por certo que não sou habitual comentador, a maior parte das vezes por comodismo, porque há vários momentos em que o impulso é forte mas depois arrefece e ainda bem para não cair na triste figura que às vezes por aqui leio em comentários pelo menos descuidados para não classificar pior.
A questão que o comentário em apreço lhe suscitou parece-me mais profunda e estender-se-á a outras áreas (quase todas) da nossa Câmara Municipal e terá, também, de facto muito a ver com o “peso específico” que os técnicos têm face aos eleitos.
Por exemplo o Dr. Ivo Santos (ex-Vereador) foi muito claro em relação a essa matéria um destes dias na Rádio Hertz. Bem sei que já durante a campanha ele se referiu à necessidade de uma alteração profunda na (des)organização dos serviços da autarquia mas de facto cabe perguntar que medidas tomou enquanto pertenceu à equipa (equipa aqui está mal aplicado mas pronto, grupo está melhor dito) eleita para mandar no concelho?
Adiante. O que é facto é que para quem está de fora e ouve os eleitos a falar ou lê as suas declarações, para além da praticamente nula qualidade técnica, de liderança, de gestão (ia escrever carácter, mas sou eu a exagerar) identifica permanentemente a subjugação do poder político ao poder técnico.
Porquê?
Eu não sou paivista militante e identifico-lhe muitos erros mas há uma capacidade que lhe reconheço, a de manter os técnicos no seu devido lugar. Às vezes mal? De certeza que sim. Por vezes só por teimosia? Acredito que sim, mas ele é que foi eleito, a ele o Povo pode mandar para casa, aos técnicos não.
Deste modo para que servem as eleições? Os eleitos da Câmara são responsáveis por quê? As passadeiras estão mal concebidas, foram os técnicos! O Cine-Teatro cresceu no horizonte, foram os técnicos! O piso das ruas é inadequado, foram os técnicos…
Com tanta homenagem, seria interessante que a Câmara Municipal de Tomar divulgasse os resultados da avaliação de desempenho dos seus funcionários.
Olhe e fico por aqui que já me alonguei, mas é para compensar as vezes em que fico calado.
As minhas saudações
Rui Matos

Frei Gualdim disse...

A parábola do ervilha, do nabo e da fava

Era uma vez um ervilha que se julgava fava no meio dos nabos. Vai-se a ver e o primeiro a entrar no caldeirão da peixeirada foi esse pequeno leguminoso que tinha sonhos grandiosos. Virou puré, trucidado pela varinha mágica dos acontecimentos.
Mas a História não acaba aqui. Os outros o seguirão...

aldeõesbravos disse...

E eu que cheguei a pensar que aquele terreno seria para uma nova entrada para o parque de campismo.

Anónimo disse...

António Rebelo:

Agradeço sinceramente (!) o destaque que deu ao meu comentário de ontem. Permita-me clarificar, face ao seu matutino rebate:
Aparte as favas e as ervilhas, a alusão às parvoíces que o Sr. às vezes escreve neste blog, resulta do facto do seu artigo original se revelar como totalmente desprovido da verdade. Por isso, repito, o Sr. escreveu parvoíces!
Entendo as suas razões relativamente à dificuldade (?) de obtenção de contraditórios; porém, o texto revelou-se claramente parcial a favor do desgraçadinho do investidor. Estará ele, de facto, nessa posição?...
Se me permite, lanço-lhe o reto de averiguar e publicar aquí as suas conclusões...sejam quais forem...doam a quem doerem.

(Parabéns, em todo o caso, por cultivar este espaço de livre, atrevido mas moderado arbítrio)

Obrigado.

Anónimo disse...

Os técnicos estão lá, para propor dentro da legalidade, as soluções aos problemas e sendo estes, funcionários do estado, não deverão promover ilegalidades ao sabor dos interesses partidários ou pessoais dos eleitos. Mais, os eleitos são para ali encomendados precisamente para decidir sobre as soluções técnicas apresentadas e não imporem, à força, a sua vontade muitas vezes por birra ou vaidade pessoal.

Pois é, quando se está fora do poder, tudo o que se faz ou deixa por fazer está mal. Usando todas essas tricas como arma de arremesso (esta expressão vem dos camaradas da coligação negra existênte no executivo camarário) esquecendo o que fizeram e deixaram por fazer quando por lá passaram, não é senhores Pedro e Senhor Ivo? os resábiados do programa da hertz! Apresentem soluções e não passem o tempo a desfazer nos outros as vossas frustrações, para isso já basta o senhor deste blog.

E em geral quando assumem funções não sabem decidir nem coordenar, estas sim são as reais funçoes para o qual foram eleitos.

GANDA NOIA!