MAZELAS TOMARENSES - Protecções

Protecções anti-quedas

Já depois do conjunto monumental Castelo/Convento ter sido transferido para o Ministério da Cultura, o responsável local pelo imóvel resolveu mandar instalar uma protecção metálica contra quedas, ao longo de toda a muralha do castelo. Foi uma obra meritória, ainda que com algum exagero, como se pode ver na primeira foto a contar de cima. Realmente não se pode dizer que naquele troço houvesse grave risco de despenhamento. Mesmo sem protecção.

Mais longe dos homens, do poder e, se calhar, de Deus, o Aqueduto dos Pegões, que sempre fez parte do Convento, não teve a mesma sorte. Sucessivamente vandalizado ao longo dos séculos, o murete de protecção anti-quedas foi roubado, conforme se pode constatar na segunda foto. E ali há realmente risco grave, pois são pelo menos seis metros até ao solo e não existe qualquer aviso à entrada do monumento. O que implica responsabilidade do proprietário em caso de acidente. Infelizmente, face ao abandono das entidades públicas, tudo tem sido roubado -as lages de cobertura da conduta, as pedras dos muretes, e até os piramidões ornamentais da casa da água. Em determinado troço do aqueduto, para lá da aldeia de Brazões, até já houve quem mandasse cortar um arco para poder transitar com o tractor. Tudo na mais perfeita impunidade. Porque estamos em Portugal, país onde, segundo um conhecido comentador, até os extremistas são boas pessoas. Sendo assim, que havemos de fazer aos gatunos? E aos maus políticos? Ir aguardando por melhores, que é o que eu faço. Mas não me calo, que quem se cala consente, e quem não se sente não é filho de boa gente.

Cão Tinhoso