Estas três fotografias, tiradas hoje, mostram o estado dos telhados de outros tantos edifícios, propriedade do município. Estão todos rotos e a precisar de substituição urgente. Convento de Santa Iria, Central eléctrica e Fundição tomarense, três ilusões nabantinas. Para o convento, constou que havia interessados e mais nada. Para a ex-fundição e para a central, fala-se do tal museu polinucleado, sem que se perceba minimamente quem assumirá os custos do seu funcionamento, caso chegue sequer a ser concluído.
Escreveu-se no post anterior que os nossos actuais autarcas são, simultaneamente, tão boas pessoas e tão fraquinhos politicamente que se encravam sozinhos. É realmente triste -e doloroso de escrever-, porém inteiramente conforme com a realidade. A actual maioria e a oposição, não têm nem nunca tiveram ideias, planos ou estratégias minimamente adaptados à realidade envolvente. Daqui resulta, em linguagem de futebol, para mais fácil entendimento, que não têm domínio de bola nem poder de finta, que lhes permita conduzir o jogo. E não conduzindo, tanto na política, como no desporto, na diplomacia, na guerra, ou no amor, é-se conduzido. Exactamente o que vem acontecendo em Tomar, de há uns bons anos para cá. Eleitos e eleitores vão ocupando os seus lugares, procurando não fazer ondas, na expectativa de que algo ou alguém lhes venha resolver os problemas quotidianos, ou os de curto, médio e longo prazo. Agora aguardam que a crise acabe. Como se a crónica crise local tivesse alguma coisa de substancial a ver com a situação do País, da Europa ou do Mundo.
O grande drama local consiste em que os nossos eleitos, ao não terem o amparo de programas de acção sólidos, estão igualmente desprovidos de real experiência política e de capacidade de liderança. Nestas adversas condições, não é preciso chamar especialistas de política local para perceber que a carripana nabantina deixou de andar desde há muito, porque lhe faltou e falta um motor eficaz e rodas que não sejam quadradas. Sem estes dois quesitos, está-se mesmo a ver que não sairá do mesmo sítio. Só com muitos a empurrar, se e quando os houver. Nas actuais condições, ninguém está para isso. Preferem dar corda aos sapatos, rumo a poisos mais clementes e alegres.
Aos tomarenses em geral, autarcas incluídos, falta-lhes vivência, falta-lhes experiência, falta-lhes mundo, para poderem fazer comparações. Se não fora assim, já teriam intuído que a actual atmosfera nabantina, com gente triste, encafuada, calada, desorientada, caga na saquinha, sempre a tentar escafeder-se dos problemas, é muito semelhante ao clima reinante na RDA ou na Polónia, nos anos 70 do século passado. E compreendido igualmente que um tal clima doentio, de desconfiança, de represálias encapotadas, de alergia às críticas, de oportunismo rasteiro, de subserviência, é totalmente inaceitável para candidatos ao investimento. Não há abertura, não há franqueza, não há sossego interior, não há real paz social. Tudo condições, sem as quais é vão aguardar pelo progresso. E sem progresso...
Aos tomarenses em geral, autarcas incluídos, falta-lhes vivência, falta-lhes experiência, falta-lhes mundo, para poderem fazer comparações. Se não fora assim, já teriam intuído que a actual atmosfera nabantina, com gente triste, encafuada, calada, desorientada, caga na saquinha, sempre a tentar escafeder-se dos problemas, é muito semelhante ao clima reinante na RDA ou na Polónia, nos anos 70 do século passado. E compreendido igualmente que um tal clima doentio, de desconfiança, de represálias encapotadas, de alergia às críticas, de oportunismo rasteiro, de subserviência, é totalmente inaceitável para candidatos ao investimento. Não há abertura, não há franqueza, não há sossego interior, não há real paz social. Tudo condições, sem as quais é vão aguardar pelo progresso. E sem progresso...
Para cortar cerce qualquer ideia de eventuais ajudas governamentais, passamos a citar parte da entrevista do ex-ministro da economia, o socialista Daniel Bessa, no PÚBLICO de hoje. Instado a justificar o seu apoio a uma política de redução da despesa pública, o ex-ministro do governo Guterres, não hesitou: "Não tenho dúvidas de que será necessária porque a alternativa, por via fiscal, para reduzir o défice, seria impossível. Se eu quisesse resolver as coisas através de um aumento do IVA, a taxa normal teria de ir para 35 %. Se quisesse resolver só com o IRS, a taxa máxima teria de subir até aos 87 %. Um pacote usando os dois impostos, dava um IVA de 23 % e um IRS de 52 %. São medidas muito violentas e portanto não há alternativa à redução da despesa pública." Mas cortar onde ? perguntou-lhe o jornalista. "Não há verdadeira redução da despesa que não passe pela privatização de alguns serviços. Porque as outras alternativas é mandar embora funcionários públicos ou reduzir nominalmente os salários. Os países que enfrentaram esta questão com bons resultados, fizeram-no privatizando escolas e hospitais. As escolas continuariam de pé e os hospitais também, mas o estado sai e os particulares vão ter de pagar, com políticas de apoio para os mais baixos rendimentos"...
É neste contexto que os autarcas tomarenses, sem o dizerem, continuam a confiar nos hipotéticos fundos de Bruxelas e de Lisboa para sairmos da cepa torta. Já la dizia o outro: um homem no fundo de um poço vazio olha para cima e julga que o planeta se resume ao pequeno círculo que vê. A tal falta de mundo...
2 comentários:
E não é de hoje, há muito tempo que Antonio Rebelo dizia que Tomar poderia virar uma cidade deserta como aconteceu com uma que ele conheceu em França. Dito e feito, já estamos quase lá a chegar.
Nasci em Tomar e conheco bem a cidade, a qual tem uma capacidade natural de correr com os válidos e dar abrigo aos outros, já o dizia a minha avô.
Agora resta esperar a "vaga de fundo" ou a "travessia do deserto" ou como nascido na Rua da Judiaria aguardar a vinda do Messias.
Mas lembrem-se que quem lá está foi eleito, quem elegeu avalizou, e agora se eles não pagarem ...
Thomar está a cair aos bocados.
Venha o Marquês. Regresse o Infante. Este Capítulo chegou ao fim.
Façamos soar alto o nosso descontentamento por quem nos desgoverna. Já não creio em Lisboa nem em quem nos desorienta da capital do reino. Tão pouco confio em Castela e não gostaria de ver repetidas as Cortes que elegeram Filipe I. Será que a casa-mãe, Bruxelas, não pode tomar conta directamente desta casa?
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