quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Análise sucinta de imprensa local




Nova direcção e novo estilo n'O Templário desta semana. Nota na primeira página, a habitual manchete com um fait-divers, mas destaque para a bronca da semana passada na AM. Ou seja, uma paridade entre ocorrências diversas e política local. Exactamente um dos modelos indicados por Fernando Oliveira, na página 4. Numa longa carta à directora, Isabel Miliciano, o tomarense e conhecido opositor de antes do 25 de Abril, depois quadro regional do PCP e finalmente um dos fundadores dos IpT, de onde se veio a afastar por alegados motivos de saúde, apresenta um certeiro e completo diagnóstico dos males tomarenses. Aponta até alguns dos causadores da nossa presente desgraça, num texto denso e muito bem redigido, que todos os conterrâneos devem ler quanto antes. Não apresenta soluções, que não era essa a sua intenção, mas ao elencar sintomas facilita o trabalho aos futuros "clínicos", se os houver com humildade suficiente para aproveitar a experiência alheia.
O outro tema -o tal da bronca na AM- vem nos três periódicos e pode ser resumido como segue. Aprovados no executivo graças à abstenção de José Vitorino e ao voto de qualidade do presidente em exercício, o orçamento e o plano para 2013 vinham feridos de asa. Houve por isso muitas e exaltadas intervenções a favor da rejeição dos mesmos. Sucedeu contudo que alguns presidentes de junta da oposição receberam entretanto os cheques que há muito aguardavam, pelo que, após terem ido "molhar a palavra" a convite do presidente dos Casais, decidiram ausentar-se da sala no momento da votação, como já haviam feito em sessão anterior. E os documentos foram aprovados, perante o evidente desconforto dos restantes eleitos do PS e dos IpT.
Ficou assim demonstrado, mais uma vez, que a inclusão dos presidentes de junta entre os membros de pleno direito do parlamento municipal, constitui um daqueles erros de palmatória, que já nem no terceiro mundo se cometem. Evidente anomalia na União Europeia, onde constituem um caso único, os presidentes de junta apenas deveriam ter um só representante na AM e mesmo assim sem direito de voto. Ficaria muito mais barato aos contribuintes, sendo também muito mais eficaz. Mas como no nosso país, infelizmente, qualquer mudança equivale a um longo e atribulado parto com muita dor...

Sem comentários: