sábado, 19 de janeiro de 2013

Desmaterializar = Descomplicar?

Diz-nos a RCT, no seu site, que na reunião da passada quinta-feira a câmara decidiu desmaterializar os processos = acabar progressivamente com o suporte papel = informatizar. Segundo a mesma fonte, o presidente Carrão disse que lamentava o atraso, citando o conhecido aforismo "Tarde é o que nunca vem". Saúda-se tal rasgo de bom-senso. Pena é que seja coisa extremamente rara.
Acrescenta a RCT que o executivo está agora a ponderar onde instalar o Balcão único do munícipe, que passará a ser o único local de recepção dos cidadãos, para assuntos de expediente normal. Não querendo deixar de dar o meu humilde contributo para tão importante reforma, num dos concelhos mais conservadores do país, embora pareça o contrário, atrevo-me a avançar uma sugestão audaciosa: Uma vez que, com a junção das duas freguesias urbanas, que mais tarde ou mais cedo passarão a designar-se simplesmente por Freguesia de Santa Maria de Tomar, (como já foi durante séculos), previsivelmente uma das sedes actuais vai ficar devoluta. Ora aí temos um excelente local para o dito Balcão único do munícipe. Podia até aproveitar-se para, mediante prévio acordo com o governo, instalar também uma Loja do Cidadão, aproveitando o mesmo balcão. Como já existe no minúsculo mas dinâmico concelho da Barquinha. E maneira económica de melhorar finalmente um bocadinho a tão maltratada qualidade de vida em Tomar.
Ainda no domínio da melhoria das condições de vida dos tomarenses, se não for pedir demasiado, o executivo poderia até ressuscitar uma prática que paradoxalmente foi enterrada após o 25 de Abril: Redigir e publicar em tempo útil a ordem de trabalhos de cada reunião camarária, bem como,depois, o resumo completo das deliberações aprovadas na mesma. Trata-se de um direito de cidadania tão importante que até nos tempos da ditadura sempre foi garantido, apesar de então o presidente da autarquia ser escolhido entre a clientela do Café Paraíso e nomeado por Lisboa. Porque raio resolveram acabar com ele? É mais um dos mistérios da democracia tomarense, como se sabe bastante peculiar.
De conversa e boas intenções estamos todos fartos. Chegou a altura de passar à prática, descomplicando as péssimas relações dos eleitores com a complexa máquina autárquica, que funciona às avessas. Em vez de estar ao serviço dos munícipes, considera na prática que são estes a estar ao serviço da burocracia municipal. Até quando? Naturalmente só até os tomarenses consentirem.

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