terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Mais uma desgraça

 Moinhos e lagares da Levada, em finais do século XIX

Edifício da antiga Comissão de Iniciativa e Turismo, agora Turismo Municipal, antes das recentes obras de requalificação.

É verdade, mais uma desgraça. Custeada pelos nossos impostos. E provocada pela ganância dos fundos europeus. Primeiro foram as obras no edifício renascentista da antiga Comissão de Iniciativa e Turismo, agora Turismo Municipal, ao cimo da Rua da Graça. Requalificação, disse a autarquia. Candidatura tão bem fundamentada tecnicamente que, uma vez terminadas as obras, chegou-se à conclusão de que não havia verba para comprar o equipamento. Só mesmo na Nabância, afamada terra de nabos, como o próprio topónimo indica.
O edifício continua fechado há meses, propiciando aquela vergonha ao fundo da Corredoura, que é ao mesmo tempo uma ofensa ao bom-senso e aos contribuintes: um posto de informação turística de cada lado da rua. Coisa que não acontece nem nos países mais ricos, por ser uma manifesta parvoice.
Seguem-se as obras da Levada -o célebre museu polinucleado- que ninguém sabe com virão a ser concluídas. Não só por não haver um projecto estruturado e estruturante, mas também, e sobretudo por terem surgido vestígios dos antigos lagares, dado que não foram feitas antes as indispensáveis prospecções. Falta de verba, alegou o arquitecto responsável.  Obras à moda nabantina.
Por outro lado, ainda que por mero bambúrrio aquilo alguma vez venha a ser acabado, permitindo arrecadar os anunciados 6 milhões de euros = um milhão e duzentos mil contos, será mais um sorvedouro de dinheiros públicos, destinados a sustentar um armazém de funcionários, cuja utilidade nunca será demonstrada, visto que muito dificilmente os previstos museus alguma vez chegarão a abrir ao público, quanto mais agora a conseguir viabilidade económica.
O mais triste disto tudo é que estamos neste caso como antes do 25 de Abril. Praticamente, já ninguém acreditava no regime caetanista, mas só os militares é que se chegaram à frente de armas na mão, primeiro a 17 de Março e depois a 25 de Abril. Agora em Tomar sucede algo semelhante. Pelo que se ouve por aí, já ninguém liga sequer à câmara e muitos afirmam que não vão votar em Outubro. Mas como os militares já não têm razão alguma para intervir, pois vivemos felizmente em democracia, é asneirar à vontade pessoal! Até Outubro. Depois logo se vê, dizia o cego. E como não há piores cegos do que aqueles que não querem ver...estamos bem arranjados estamos!

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