sábado, 12 de janeiro de 2013

Obras de fachada em questão

Desta vez tem mesmo que ser. É obrigatório. Nas várias críticas aqui feitas às obras camarárias de duvidosa utilidade, nunca se usou a expressão "obras de fachada", apesar de ser quase sempre o caso. Agora, porém, é imperativo. Trata-se mesmo de obras na fachada poente do ex-Convento de Santa Iria, aprovadas pelo executivo no passado mês de Dezembro e a aguardar parecer da Direcção Geral do Património Cultural. Vejamos antes de mais de que se trata realmente:

Fachada poente do ex-Convento de Santa Iria, comprado pela autarquia por 200 mil euros, no exercício do seu direito de opção.

 O estado actual dos telhados e de algumas janelas do mesmo edifício.
 A parte mais a sul da citada fachada, com os únicos elementos históricos a preservar: o Pego de Santa Iria, os azulejos do século XVII, o nicho com a santa e um baixo relevo representando uma vaca.

Aspecto actual do Pego de Santa Iria, com os azulejos citados.

O nicho com a santa e o baixo relevo com a vaca.

As obras previstas consistirão unicamente em picar, endireitar, rebocar e pintar a fachada poente, opção muito contestável, num edifício em ruínas, sobretudo no que se refere aos telhados. Deixando tudo o resto com está, para que vão servir as obras da fachada virada para o rio? Só para turista ver?
O valor da empreitada é de 100 mil euros, que serão pagos pela Fundação EDP. Um conhecido empreiteiro, contactado por este blogue, mostrou-se surpreendido: "Cem mil euros?! É muito reboco! Se conseguir que me entreguem a obra, faço-a por metade e ainda lhe dou algum!"
Só então me lembrei que estamos em ano de campanha eleitoral, que alguém terá de pagar. Mas não deve ter nada a ver uma coisa com a outra. De certeza.

1 comentário:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

GRAFFITI.

Montem uns andaimes e convidem os excelentes creadores de graffiti que há em Tomar a dar largas à sua imaginação e criatividade.

Ofereçam-lhe cinco mil euros pelo trabalho + despesas de material.

Garanto que ficava com uma vista espetacular.

Pediam-lhes só uma coisa: na parte central (ao meio), faziam um trabalho inspirado no viveiro dos peixinhos.

Não estou a brincar!