terça-feira, 5 de junho de 2012

É O DESCALABRO TOTAL!

Segundo notícia de hoje da Rádio Cidade de Tomar, que pode ser lida aqui, "A câmara viu a sua solicitação aceite [pela ASAE] e agora será feito um levantamento de necessidades para logo depois se realizarem as obras necessárias". Trocado por miúdos, numa clara manifestação de ignorância crassa, o actual executivo precisou de dois anos  e do beneplácito da ASAE (que se deve ter fartado de rir) para aceder a algo que pertence ao património do município. Se os 7 magníficos não se estivessem nas tintas para os problemas locais, havendo até um deles que é licenciado em direito e profissional do foro, decerto que já há muito teriam informado o presidente Carrão de que, em virtude do direito de propriedade constitucionalmente reconhecido (artigo 62º), o município, os seus eleitos e os seus funcionários, sempre puderam entrar e trabalhar livremente dentro dos pavilhões do mercado, uma vez que a ASAE apenas tem competência legal para proibir o seu funcionamento como mercado. Nunca para proibir o acesso aos seus legais proprietários. Santa ignorância portanto. Como habitualmente.
E o disparate continua: "Não é uma obra global; trata-se de recuperar o velho edifício de forma faseada... Uma intervenção global vai ter que esperar por melhores momentos financeiros, o que levará anos, admite Carlos Carrão." A denunciar que a esperança nunca morre.
Entretanto o assunto do momento é novamente o problema da reforma hospitalar, com um conceituado médico a afirmar que "Onde não existe medicina interna, não faz sentido haver hospital". E quando não há eleitos com massa cinzenta suficiente e de qualidade, fará sentido haver executivo municipal? Em conclusão: Mais dois anos perdidos.



Outra parvoice monumental: Não se sabe porquê nem para quê, o campismo passou a estar fechado de madrugada, entre as quatro e as cinco da manhã. Com um bizarro "SOS - 249 329 140 (Bombeiros).  Ou seja, todas as noites, durante uma hora, ninguém pode entrar ou sair do parque municipal de campismo. O que é manifestamente ilegal, porque contrário à Constituição: "Ninguém pode ser total ou parcialmente privado de liberdade..." (Artº 27º .2) "A validade das leis e demais actos do Estado....do poder local e de quaisquer outras entidades públicas, depende da sua conformidade com a constituição" (Artº 4º .3). E muito perigoso. Caso ocorra um súbito problema de saúde, hipótese sempre a considerar, tendo em conta que se trata geralmente de campistas séniores, quem telefonará a quem?
Além disso, há um problemazito que não terá sido ponderado: sabe-se que os bombeiros municipais são bons em línguas, sobretudo de bacalhau, mas será que estarão à altura de telefonemas em alemão, russo ou dinamarquês? Tenho as minhas dúvidas...
Já havia falta de sinalização adequada, de instalações sanitárias, de limpeza urbana e do rio, de acessos pedonais ao Convento, de estacionamento adequado e de soluções promissoras para o concelho. Agora temos também evidente falta de bom senso. É realmente o descalabro total.
E depois admira-se o presidente Carrão que ninguém do governo o queira receber. Pudera! As suas patuscas decisões prestam-se à chacota geral e os governantes procuram manter sempre um ar sério. Por causa da troika...

3 comentários:

Anónimo disse...

Professor, nem sei que diga, tamanha incompetência e desleixo, laxismo, eu sei lá, tanto no caso do mercado como no do campismo. E o martírio vai durar pelo menos mais um ano e meio...

Já quanto aos hospitais, a minha opinião é conhecida, já dei para esse peditório.

Cumprimentos

Leão_da_Estrela disse...

Caro professor,

Não tem nada a ver com o seu post, mas como é novidade, cá vai:

http://www.iol.pt/push/economia/franca-reforma-idade-da-reforma-hollande-agencia-financeira/1353450-6187.html

Afinal o homem está a cumprir. A ver no que dá.

Virgilio Alves disse...

Aqui estamos de acordo, desde quando é que uma Câmara Municipal está vedada de aceder a um imóvel seu? Enfim, o que falta neste município é alguém com pulso, porque da maneira a que chegou o estado do concelho em menos de duas décadas estaremos a debater a redução de Tomar da categoria de cidade à de vila.