Em Viena, na praça fronteira à Catedral de Santo Estêvão, uma das mais movimentadas da capital austríaca, este respeitável cidadão europeu, transformado em estátua viva, procurava arredondar os fins de mês. Lá está a caixinha para os óbulos, que a vida custa a todos por aquelas bandas.
Cumprindo ordens, veio o malandro do polícia e disse-lhe meia dúzia de palavras, fez-lhe continência e foi-se.
Obediente, o homem-estátua agarrou nos apetrechos
e perdeu-se na multidão...
Tive ganas de lhe ir dizer que, na extremidade ocidental da Europa e numa cidade que há cinco séculos financiou as navegações que deram novos mundos ao Mundo, há uma autarquia aparentemente abonada, que todos os anos ajuda praticantes de estatuária viva. Organiza um festival, paga cachets, garante alimentação e permite as caixinhas para recolha de donativos, que sempre facultam mais umas moedas.
Este ano é tanta a fartura orçamental que até resolveram exportar o evento, alargando-o aos concelhos vizinhos de Ferreira do Zêzere (Dornes) e Barquinha (Almourol).
São dois mundos opostos, num mesmo continente. A norte, cidadãos ricos mas orçamentos públicos poupadinhos, pobres até. A sul, cidadãos pobres, crise galopante, miséria, mas orçamentos gordos e gastos magnânimos. E depois ainda há quem critique a teimosia da senhora Merkel, apoiada por austríacos (que falam alemão como ela), finlandeses e holandeses...
Acabei por dar corda aos sapatos. Nunca aprendi alemão...
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