domingo, 17 de junho de 2012

Um domingo em cheio e uma cidade feliz


Um Domingo em cheio! No México, os vinte países mais ricos do Mundo -abrigados no G20- procuram pressionar a Europa, no sentido de ultrapassar a crise do euro. Se assim não acontecer, Obama corre sérios  riscos de vir a perder a Casa Branca e a China enfrentará gravíssimos sobressaltos sociais. Enquanto o ditador sírio continua a massacrar os seus compatriotas (incluindo velhos, mulheres e crianças) sob a protecção da Rússia (que fornece armas e munições) e da China (que tal como Moscovo se opõe a qualquer intervenção militar sob a égide da ONU), um pouco mais acima no mapa, em Atenas, os gregos fazem tremer a classe política europeia e mundial. Vão decidir se querem continuar no euro, tornando-se lentamente um povo normalizado, ao gosto da "frau Merkel" ou se, pelo contrário, desejam continuar a viver à custa da Europa do Norte. Caso seja possível, claro...
À mesma hora e no mesmo continente, parte do eleitorado francês vai facultar ou não uma folgada maioria absoluta aos socialistas gauleses -o actual farol da esquerda europeia, tal como em tempos Moscovo foi a Meca dos comunistas. Por essa Europa fora -e até mesmo em França- poucos são os que se dão conta da abissal dívida pública de Paris. Só os respectivos juros já equivalem ao orçamento do Ministério da Educação, o mais elevado da República...
Logo ao lado, os governos de Espanha e de Itália, um da direita dura, outro de tecnocratas, já aceitaram a ideia de resgate exterior. Falta apenas decidir a data, o montante e os detalhes. A seguir será a França...
Entretanto em Portugal vamos ter uma moção de censura, obviamente para mobilar a paisagem e ir entretendo o pagode, uma vez que até os seus autores reconhecem destinar-se apenas a determinar se o PS está com o governo ou contra o governo. Como se a política fosse a preto e branco e todas as escolhas do tipo maniqueista...
Além desse entremez parlamentar, o país pensante está com a selecção, que o resto logo se vê. Afinal já cá estamos há mais de oito séculos, temos a fronteiras mais velhas da Europa, demos novos mundos ao mundo, já ultrapassámos outras crises, etc. e coisa e tal. Não há-de ser nada. Se ganharmos, haverá bebedeiras, comezainas, festanças populares, mergulhos nos rios e fontes, cortejos barulhentos...foguetes e morteiros. Se aqueles malandros perderem; se ainda por cima o ordinário do Ronaldo voltar a não marcar, preparem-se esposas e companheiras que vão chover palavrões, pontapés, estaladas e o resto...
Em Tomar, prendada cidade, os eleitos e outros dirigentes políticos vão continuar a aguardar que alguém lhes forneça de bandeja soluções prontas a usar para resolver a cada vez mais evidente e grave miséria local. O que não surpreende. A nova geração política local já faz parte do escol formado pelo nacional facilitismo. Os país sustentaram-nos até concluírem os estudos; os professores nunca lhes exigiram que trabalhassem a sério (pelo contrário); a maior parte copiaram nos testes; conseguiram empregos, escapando assim a postos de trabalho; quando têm dúvidas ou documentos a apresentar, basta ir à Internet e saber praticar o "corta e cola". Ganda povo!
O problema é que situações novas exigem respostas originais...que não há na Internet. Ou que estão bem resguardadas, sabido como é que no mundo actual o capital mais precioso são as ideias.
É a vida, diria o Guterres.

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