"Com 25 anos, o FUTUROSCÓPIO de Poitiers [90 mil habitantes] confirma a sua rentabilidade e ignora a crise
O parque de atracções gerou 9 milhões de euros de lucro, em 90 milhões de volume de negócios"
"Após os 20 anos da EURODISNEY, em 12 de Abril, o FUTUROSCÓPIO de Poitiers vai comemorar 25 anos no dia 31 de Maio, anunciando os seus 40 milhões de visitantes desde a fundação. É verdade que o número dois francês dos parques de atracções está muito abaixo dos 250 milhões de visitantes que foram visitar o Rato Mickey. Mas confirma a sua rentabilidade, recuperada desde há quatro anos. Em 2011 conseguiu gerar 9 milhões de euros de lucro, num volume de negócios de 90 milhões, resultado comparável ao do ano anterior.
O que permitiu iniciar o desenvolvimento de novas actividades. "Investimos 10% do volume de negócios tendo como objectivo renovar 20% da oferta, de forma a conseguir uma taxa de revisita de 60%", explicou-nos Dominique Hummel, presidente do directório do parque. "Geralmente, os visitantes que repetem fazem-no em média quatro a cinco anos depois."
Como em qualquer outro parque de atracções, o imperativo consiste em renovar-se sem mudar de modelo. Em 1987, a ideia do seu criador, René Monory, na altura presidente da comunidade intermunicipal da Vienne, era associar ao conhecimento a dimensão lúdica, num parque e numa tecnópole consagrada à investigação científica, tendo como objectivo atrair empresas de alta tecnologia.
Vinte cinco anos mais tarde, há sete mil empregos, repartidos entre o turismo (parque e hotéis), laboratórios de grandes instituições de ensino, organismos oficiais deslocados e 250 empresas. Logo de início, o parque teve um forte crescimento, com um máximo anual de 2,78 milhões de visitantes em 1997. Todavia, após a concessão da exploração ao grupo privado Amaury, no final da década de noventa, o total de visitantes caiu para metade e o parque sofreu prejuízos importantes. A comunidade intermunicipal e a região foram assim praticamente forçadas a acabar com a concessão. A retoma começou em 2003 e os primeiros lucros surgiram em 2007. "Baixámos o ponto morto, disse-nos Dominique Hummel. Em 2002, eram necessários 2,2 milhões milhões de visitantes em cada ano para equilibrar o orçamento. Agora já conseguimos o mesmo resultado com apenas 1,5 milhões de clientes. Para cima deste patamar, cada 100 mil visitantes geram 3 milhões de lucros."
O conjunto de accionistas foi recomposto, com a entrada em 2011 da Compagnie des Alpes, com 45% do capital. Igualmente presente no Parque Astérix, nos quatro parques Walibi e no Musée Grévin, a Compagnie des Alpes é uma filial da Caisse des Dépots, que controla a parte operacional, dispondo a comunidade intermunicipal de uma minoria de bloqueio.
Os 30 milhões de euros conseguidos com a cessão à Compagnie des Alpes permitem agora à comunidade intermunicipal participar na criação de um Center Parcs, próximo do FUTUROSCÓPIO. Um projecto de 300 milhões de euros que dará origem a 600 empregos. A Compagnie des Alpes anunciou no passado dia 24 de Maio que os seus parques de atracções foram prejudicados "por condições meteorológicas excepcionalmente desfavoráveis", o que causou uma diminuição de 2% nas entradas, entre Outubro de 2011 e Maio de 2012. Acrescenta porém que as previsões de reservas para o FUTUROSCÓPIO "aumentam ligeiramente em relação ao ano anterior."
Exceptuando o tempo instável, os parques de atracções atravessam a crise sem problemas, o que confirma a teoria dos três R -"rupture, retrouvailles, ressourcement"- do sociológo Jean Viard, que resume a necessidade sentida por cada cidadão de fugir do quotidiano de quando em vez."
Dominique Gallois, Le Monde, 30/05/2012, página 14
As fotos foram acrescentadas por Tomar a dianteira
Nota final
Até parece que estamos a ler sobre Tomar e o seu CONVENTOSCÓPIO. A única diferença é que por estas bandas, em vez de se estudarem, planearem, estruturarem e adaptarem as coisas, prefere-se deixar andar "que depois logo se vê". Compreende-se, uma vez que a formação escolar foi outra e o clima português também é muito mais favorável à cervejola e à sesta.
Por isso estamos tão bem. Cheios de problemas, mas satisfeitos e sem stress. Não há nada que pague o descanso!
1 comentário:
DE: Cantoneiro da Borda da Estrada
TOMAR, TURISMO E NÃO SÓ: CORTAR ADMINISTRATIVAMENTE COM SANTARÉM E RUMAR A NORTE E AO MAR. DIGO EU.
Há cerca de dois anos ofereceram-me em Tomar (delegação TLVT) uma edição facsimili de um discurso do Dr. Vieira Guimarães, personalidade tomarense importante, "A Triologia Monumental de ALCOBAÇA, BATALHA, THOMAR e o CAMINHO DE FERRO" (1942), com o pedido de não divulgação por não ter sido ainda tornada pública. Passado este tempo, espero não estar a ferir o compromisso.
Li-o e sublinhei partes que se relacionam com o turismo e, especialmente, por, na altura, o Dr. Vieira Guimarães introduzir o meio de transporte, caminhos de ferro, para projetar Tomar para norte e para o Costa Marítima - o MAR. E a própria Janela do Capítulo.
Vejamos.
Disse Vieira Guimarães, no seu discurso (1942), referindo um Prof. Universitário francês:
«Indo a Thomar (...) onde esteve estudando o celebre monumento [a Janela], refere-se a ele em páginas de grande enthusiasmo e criterio, acabando o seu brilhante capitulo que tem por titulo THOMAR - O MAR» (em maiúsculas no original). Vieira Guimarães continua a citá-lo: «A forma mais original da arte manuelina não é europêa nem indiana, é MARITIMA» (maisculas minhas) . Agora falo eu: e o MAR mesmo ali e tão longe!
Agora palavras de Vieira Guimarães, mesmo discurso:
«Sahida essa linha do Entroncamento, onde tem paragem todos os comboios, o que facilitará consideravelmente a mudança de carruagem e por tanto a viagem, entrará ella no industrial e ridente vale do formoso Nabão, a cujo meio, n'uma veiga deliciosa e historica, se levanta gentilmente a artistica e laboriosa cidade de Thomar.
D'ahi irá tanto quanto possivel servir a nova e já afamada estancia de banhos do Agroal, rival, pelas beneficas condições de suas aguas, da celebre estação francesa de Plombières.
Passará depois na encosta do alcantilado morro de Ourém, coroado ainda pelas altivas muralhas do seu roqueiro castelo, galgando em seguida ao massiço da Fatima, que ladeará a sul, e indo, pelo Vale da Quebrada, à vinicola e marmorifera região de Reguengo, alcançará a breve trecho o poetico e lindissimo monumento da Batalha, que jaz criminosamente, indesculpavelmente, a 15 kilometros da mais proxima estação de caminho de ferro e a 30 da mais afastada.
Da Batalha sahirá um trôço a ligar a nobre cidade de Leiria»
Percebe-se que Vieira Guimarães projetava THOMAR para norte e costa marítima. Deixava Santarém para trás, hoje cada vez mais absorvida pela grande área metrolopitana de Lisboa e pelo poder central.
Porque seria?!?!?!?!
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