quinta-feira, 19 de maio de 2011

ANÁLISE DA IMPRENSA REGIONAL DESTA SEMANA

Magnífica foto do ginasta tomarense Nuno Merino, na primeira página do MIRANTE. Na página 10, outro excelente cliché dos tabuleiros a desfilar na inauguração da EXPO98, que continuamos a pagar. Na página 15, o mais recente rodriguinho tomarense. Segundo um artigo não assinado, com foto do Infante no seu usual ar meditabundo, "Moradores queriam um muro em pedra para a Mata dos Sete Montes. Nem mais! Um muro dos anos 40 do século passado, que sempre esteve rebocado e caiado/pintado de branco, deveria agora ficar com a pedra à vista, para dar um ar "very typical". Neste caso, agiu bem Corvêlo de Sousa, recusando tão estranha sugestão.

Destaque para o último parágrafo da notícia, com um evidente contra-senso, a evidenciar o uso cada vez mais problemático da língua pátria por parte dos jornalistas: "Corvêlo de Sousa também já foi abordado pela mesma razão, mas por causa da obra que está em curso nos Lagares d'El-rei, uma vez que as paredes dos vários blocos estão, neste momento, rebocadas. Uma imagem que parece agradar a quem passa, mas que não faz parte do projecto museológico." (o negrito é de Tomar a dianteira). E ainda bem que não faz, digo eu. Primeiro, porque aquelas construções não são blocos, mas lagares, pavilhões ou  barracões, se quisermos. Depois e sobretudo, porque as paredes neste momento não estão rebocadas mas picadas, o que quer dizer a aguardar novo reboco, para então ficarem outra vez rebocadas, como sempre estiveram. Pobre língua de Camões!
O que talvez não fosse má ideia era restabelecer as fachadas e as águas dos telhados, tal como já foram em tempos, antes de modificadas. Bastaria olhar com atenção para as fachadas agora despidas de reboco, onde são bem visíveis as várias alterações praticadas ao longo dos séculos, agindo depois em conformidade. Mas é muito pouco provável... Seria demasiado trabalhoso!
CIDADE DE TOMAR vai conseguindo manter-se relativamente igual a si próprio, embora seja indiscutível que já conheceu bem melhores dias. A presente conjuntura é de extremo aperto para todos e isso nota-se particularmente nos jornais locais e regionais. Lá vão procurando continuar a relatar as ocorrências locais, procurando tanto quanto possível não fazer ondas, para evitar que os poucos anunciantes fixos rumem em direcção a outros suportes. Sem a habitual resenha do programa radiofónico Praça Pública, os leitores que residam fora do concelho ficariam com a ideia de que por estas bandas não há problemas de índole política. Abundam, isso sim, comemorações, inaugurações, festas e outras funções, tal como nos bons tempos das vacas. Que se foram e tudo indica que não voltarão... Usando uma conhecida conhecida fórmula sarcástica, os jornais locais e regionais estão como o crocodilo russo da anedota -voam mas é mesmo muito baixinho; praticamente já nem conseguem descolar...
O RIBATEJO lá se resolveu finalmente a publicar alguma coisinha sobre  Tomar. E logo três eventos de uma assentada: o centenário do Café Paraíso, as recepcionistas da delegação local da Entidade de Turismo e a associação de politécnicos do centro, ao que parece com largas perspectivas no futuro. Cá estarei para ver.


Fiel à sua linha editorial, tal como o concorrente Cidade de Tomar, O TEMPLÁRIO conseguiu uma pequena proeza esta semana. É o único a noticiar -e logo em manchete- mais um desastre económico para o concelho, desta vez a anunciada insolvência do Matadouro do Ribatejo Norte, requerida por um credor e já aceite pelo tribunal de Tomar. Saliência também para três crónicas de qualidade, ou antes, duas crónicas e uma micro-crónica. Refiro-me  a "Carta aberta a Ernesto Jana", de Áppio Sottomayor, "O desentusiasmo", um enigmático texto com mensagem encriptada (com agora se diz...), subscrito por Carlos Carvalheiro, e a referida micro-crónica, "A capacidade do que é insignificante", de Luís M.Pedrosa Graça, a mostrar que nunca é conveniente confundir qualidade com quantidade, ou tamanho, neste caso.
Num outro registo mais técnico, mas de indiscutível grande interesse, uma peça assinada Pedro César, na página 24, de cujo título bárbaro reproduzo apenas a parte final: "com estas placas não vamos lá". Na minha tosca maneira de ver, as conclusões a que chega o autor estão correctas, mas o mesmo não posso dizer em relação aos pressupostos, que me parecem parciais, no duplo sentido do termo - orientados e incompletos. Cabe aos leitores julgar em definitivo.
Finalmente, na página 36, uma foto da festa dos tabuleiros de 1937 (?), a qual, ou muito me engano, ou ainda vai  originar debate vivo, lá mais para diante... Por agora convém deixá-los pousar.

8 comentários:

Anónimo disse...

Prezado Professor:
Na revista da Imprensa Regional desta semana, o Senhor chama a atenção, na referência a uma notícia na página 15 do Mirante, para “um evidente contra-senso, a evidenciar o uso cada vez mais problemático da língua pátria por parte dos jornalistas”.
Diz depois o Prezado Professor que o Cidade de Tomar “já conheceu bem melhores dias”. Essa será, também, a conclusão de outros leitores. Atente-se na notícia que vem na página 2, sobre a candidatura de um jovem tomarense a deputado, na Assembleia da República, na lista do Partido Socialista. O texto é um naco de propaganda, que exprimido deita nada. Parece ser da responsabilidade do candidato ou do Partido, mas não isenta o Jornal dos erros de sintaxe que contém. Um professor do antigo Ensino Elementar, depois de corrigir o referido texto, obrigava o aluno a repetir as emendas dez vezes, no mínimo...

Anónimo disse...

Estavam à espera de quê?...
Como a Campanha eleitoral do PS está nas mãos de brasucas os erros de português são mais que muitos. Mesmo com o novo acordo ortográfico...
O Lacrau do Nabão

Anónimo disse...

O Cidade de Tomar publica uma reportagem sobre a reabertura de um restaurante. A reportagem é ilustrada com duas fotografias. Numa delas vem o Provedor e o número dois da Misericórdia. Não é propaganda?
Só que, pelos estatutos, o homem não se pode recandidatar. Se o fizer teremos processo jurídico complicado. Vejam o que o Supremo Tribumal diz sobre o assunto. Quem avisa...

Anónimo disse...

O Cidade de Tomar está a dar as últimas e o Zé Gaio vai a seguir. Só se vai safar o Mirante que tem uma extretura global no distrito.Em Tomar os que vem nos jornal todas as semanas não assinam, não põem anuncios e nem comprarm, pois vão ao barbeiro ler de vorla, vão às sedes dos jornais pedir ou roubam-nos dos cafés e falamos d egente que ganha bem. Assim os jornais não podem viver e as rádios que dão de borla as noticias não tem publicidade que chegue, pois em Tomar está tudoa arrebentado. safam-se os reformados de luxo e os mamões do sistema

Joaquim Matias disse...

PROFESSOR QUE DIZ AO MOVIMENTO QUEREMOS AS BONECAS NA ROTUNDA JÁ QUE ESTÁ PRESTES A CHEGAR A 3000 APOIANTES NO FACE BOOK. O QUE É QUE O VITAL UE É UM POBRE COITADO E O côRVELO VÃO FAZER? vÃO LÁ METER AS BONECAS

CONSTA-SE QUE AS MESMAS JÁ DESPARECERAM DA FAI .... MISTÉRIO

Anónimo disse...

O Cidade de Tomar está a dar as últimas e o Zé Gaio vai a seguir.

Cada um fala do que sabe. Mas no seu caso está falando do que não sabe, pois o Cidade de Tomar está bem e recomenda-se. Quanto ao Templário, por aquilo que conheço do seu proprietário, a sua prudência e jeito para o negócio tornam-o um gestor local de referência.
Deve ser dos genes...

simon disse...

Bom dia. Deixo um pedido ao Prof. Rebelo. Por favor convide o Sr. Appio Sottomayor para "Tomar café com..." É um enorme olisipógrafo e custa-me não o ouvir mais vezes. Ele vai estar em Tomar durante a Festa. Muito obrigado. Ernesto Jana

Anónimo disse...

Por que é que os jornais e a rádio CT não falam das questões económicas de Tomar ?
A rádio Hertz tem vindo a aumentar as análises dos problemas económicos, e faz bem. Este blog também dá muita atenção ao assunto. Mas o resto da comunicação social faz a conspiração do silêncio.
Os jornais só trazem fotografias, não têm conteúdo. Estamos em campanha eleitoral, há um programa terrível da "troika", o futuro vai ser muito mau, e os jornais não dizem nada, por isso estão mal. O povo que estar informado do que se passa e do que vem por aí, não quer bonecos. Tomar merece mais.