domingo, 22 de maio de 2011

A ARTE DE GOVERNAR GOVERNANDO-SE E DE DESENVOLVER O TURISMO ESPANTANDO OS TURISTAS

Vimos do post anterior que logo à chegada às entradas da cidade, os forasteiros  mais atentos têm motivos de sobra para ficarem inquietos: sinalização tosca e mal colocada, acessos de vilória do 3º mundo, ornamentações que já tiveram a sua época. Se ainda assim os visitantes são daqueles mais temerários, que apesar dos indícios já detectados resolvem cumprir o programa previsto, entrando cidade, estacionando o carro e indo visitar a pé; ou se chegaram via transportes colectivos; vão ter pela frente surpresas várias, todas patuscas, mas nada agradáveis.
Se antes se muniram de algum guia escrito, indicando-lhes haver um acesso ao Convento/Castelo por estrada asfaltada, vão constatar que já houve. Agora, começando a subir a Estrada do Convento, oficialmente Avenida Dr. Vieira Guimarães (que deve estar a esta hora às voltas no túmulo...), encontram primeiro isto...
...e lá mais para cima isto. Dois exemplos flagrantes de que a obra está a ser muito bem acompanhada, que há uma excelente organização dos trabalhos e que, sobretudo, os responsáveis se preocupam mesmo com os transeuntes, sejam eles turistas ou os moradores do Casal do Láparo e arredores. Faz lembrar as obras da Rotunda do Muro-Mijatório, de que muitos tomarenses já têm saudades. Sobretudo agora, que são cada vez menos os pretextos para uma pessoa se rir.
 Quem, turista ou residente, em vez de ir pela via anterior, resolva transitar pela multicentenária Calçada de S. Tiago, não tem melhor sorte. Logo ali a menos de 50 metros dos Paços do Concelho, cujos arcos posteriores se vêem no ângulo superior direito, o panorama é este: escada íngreme sem corrimão, patamar sem qualquer protecção, piso impróprio para peões. Já assisti a acidentes graves em locais menos perigosos do que este...

Também na Calçada dos Cavaleiros as condições deixam muito a desejar, como claramente mostram estas duas fotografias. Temos portanto que os nossos autarcas, enquanto vão auferindo os honorários a que têm direito, e procurando agradar ao eleitores, tendo em vista futuras escolhas, nunca se esquecem de proclamar que o futuro da cidade está no turismo de qualidade. Será certamente por isso que vão fazendo  todos os esforços possíveis para enxotar os turistas a pé. E até agora estão a conseguir. Porque, seja franco, caro leitor, se numa dada cidade com um monumento património da humanidade, fosse recebido assim, ficava com vontade de lá voltar? E de a recomendar aos seus amigos e conhecidos? Pois podem os nossos respeitáveis autarcas ficar descansados. Tudo indica que os incautos turistas que tiveram a infelicidade de por aqui aparecer, não só nunca mais vão voltar como nunca ousarão recomendar Tomar a quem quer que seja. Ainda bem, porque só dão é chatices, não é verdade senhores edis?
Agora só falta encontrar uma resposta à angustiante pergunta: Vamos viver de quê, num país com um funcionário público para 14 habitantes? 

5 comentários:

Anónimo disse...

Prezado Professor:
Andam todos por cá a dizer mal do que é nosso, a dizer mal da cidade, mal da Câmara, mal de tudo, quando, afinal, no sábado, a RTP deu um programa todo catita cá do burgo. Os apresentadores não se cansaram, a cada segundo, de elogiar esta bela cidade de Tomar. Nós somos uns ingratos. Vamos a Torres Novas e lá é que é tudo bom. Vamos ao Entroncamento e lá tudo são maravilhas. Vamos à Barquinha e lá é um regalo para a vista, tudo lindo, lindo! Caramba, vamos lá ser mais justos!

Anónimo disse...

Para comentador das 22:43

Não se iluda com as aparências! Tomar pode ser comparada com uma matrona que muda de toilete todos os dias para ficar bonita, mas anda com a mesma roupa interior vários dias, porque não tem para usar com cada toilette. A cidade gualdina pode também ser vista como uma daquelas velhas mas frondosas árvores ornamentais. São lindas, mas não produzem nada, a não ser sombra e imagem. E olhando com atenção para o tronco...os anos não perdoam !
A fechar: não se trata de dizer mal. Apenas de assinalar que há doenças fatais, a partir de certa gravidade. Os sinais aí estão e não enganam...

Anónimo disse...

Não são os sinais que não enganam António.
O que não engana é essa tua Obsessão por construires à tua volta o desejo de que tudo seja mau.

Olha para a rotunda. A obra correu mal, como quase todas correm. Foi o caos. Mas ali está lá toda catita, simples, digna e tu só sabes falar do muro.

Agora é o arranjo do acesso ao Convento, como antes havia sido a obra no interior da mata.

Tu consegues vê alguma coisa de positiva que venha a ser feita? E nalgum dos sectores da Câmara, ou de alguma Associação?

Tirando andares a vender aulas o que fizeste nos últimos 60 anos pro bono na tua cidade?

Anónimo disse...

Para comentário das 08:44

Não há pior cego do que aquele que não quer ver. Estas coisas devem ser debatidas cara a cara. Não ao abrigo do confortável anonimato que, quando a coisa corre para o torto, permite assobiar para o lado, fingindo que não é nada com a gente. A inveja doentia e a exacerbada hipocrisía são duas características tomarenses bem conhecidas.
Não tendo que me justificar perante os meus concidadãos, pois nunca cometi nenhum crime, e muito menos face a um estranho, aqui vai ainda assim um rol de algumas das minhas acções em prol da nossa cidade: Acompanhei à borla milhares de visitas guiadas ao Convento, unicamente como tarefa de cidadania; elaborei à borla o primeiro projecto de gestão do Convento de Cristo, quando transitou para o IPPAR; fiz, à borla, o relatório apresentado em Friburgo pelo então presidente da câmara de Tomar, Dr. Amândio Murta,que permitiu obter a classificação do Convento como Património da Humanidade; defendi em Santarém, à borla mas com sucesso, a criação em Tomar da mais tarde extinta comissão Regional de Turismo; criei, a pedido do sr. Luís Bonet, o nome para a citada Comissão Regional de Turismo dos Templários, Floresta Central e Albufeiras; recuperei quatro prédios degradados na cidade antiga, agora com mais de uma dezena de rendeiros; fiz parte da comissão organizadora dos festivais de cinema; liderei o grupo de professores e alunos das regatas de barcos miniatura; participei em programas de rádio e colaborei na imprensa local; fui líder local do PS e deputado municipal, como agora se diz. Tudo à borla.
Acha pouco? E se nos dissesse quais os seus contributos em prol da comunidade?

Anónimo disse...

Prezado Professor:
Lamento, não consegui passar a mensagem acerca dos elogios da RTP...