sexta-feira, 13 de maio de 2011

ELES COMEM TUDO E NÃO DEIXAM NADA...

Foi em 63 que se ouviu pela primeira vez o então jovem baladeiro José Afonso cantar a sua depois célebre composição "Os Vampiros". Onde isso já vai! Entretanto já houve Abril, já houve alegria, já houve esperança... Há agora passividade, conformismo, individualismo desenfreado, desalento. E 700 mil desempregados! Numa conjuntura de crise, cuja fase mais difícil ainda está para vir. Tempo para a fraternidade ? Para a  entreajuda? No mínimo, o respeito pelo semelhante? Pois nalguns casos nem sequer isso. Infelizmente!
Mais de meio século volvido sobre o lamento de José Afonso, eles continuam aí, eles comem tudo e não deixam nada. Falo dos vampiros, dos abutres, das aves de rapina em geral. Naquele tempo eram os senhores do regime e do País. Governantes que ninguém escolhera pela voto livre e secreto. Agora são respeitáveis cidadãos como nós, honrados democratas, bons pais de família, cumpridores das suas obrigações fiscais e tudo. Nalguns casos até vão à missa, batem com a mão no peito, confessam-se e comungam. Vai-se a ver e não passam afinal de crápulas da pior espécie, que não hesitam em aproveitar-se das desgraças alheias.
Tenho conhecimento de vários episódios lamentáveis, todos com os mesmos contornos. "Empresários" da zona solicitam ao Centro de Emprego trabalhadores, sobretudo na área da construção civil e obras públicas, mas não só. Uma vez ao serviço, os infelizes cidadãos antes desempregados cedo se apercebem de que o novo "patrão" não lhes paga. Despedem-se e regressam à condição anterior de desempregados em busca de trabalho. Outro tanto faz o canalha, espécie de abutre a atacar os mais fracos da manada. E o ciclo recomeça...
Os Centros de Emprego conhecem perfeitamente estas asquerosas situações de exploração desenfreada do homem pelo homem. Do mais reles que pode haver ao cimo da terra. Mas nada fazem. Calam-se. Consentem!
Tal como os autarcas da terra; tal como os jornais locais e regionais; tal como as rádios locais; tal como os políticos em geral. Somos afinal todos cúmplices. Até quando vamos tolerar tal prática abjecta, que envergonha a espécie humana?
Dizem-me que o padre Mário é corajoso, sincero, comprometido com a grei e frontal. Pois que seja ao menos ele a clamar justiça para semelhante injustiça! Já não do alto do púlpito, com dantes, mas a partir do altar, de onde nos dizem que somos todos irmãos aos olhos de Deus. Oxalá!

5 comentários:

Anónimo disse...

O Mário "secas" um exemplo?

Vão lá perguntar aos paroquianos de Alviobeira, Casais e Além da Ribeira quem é que está a tentar pagar as obras megalómanas que ele "os convenceu" a fazer. Abalou e não pagou as dividas e agora os outros que se amolem.

Anónimo disse...

Dr. Rebelo,

Faltam muitas "ASPAS" no seu desabafo.

E falta chamar os "bois" pelos nomes.

É que a vampiragem é sobretudo rosa e laranja.

Os Ferreiras esgadanham-se nas asas dos tachos e os Relvas pulam gananciosos,famintos,para elas (as asas...)

Apesar da luta sem tréguas do Zeca Afonso e de milhares de democratas e anti-fascistas portugueses ao longo de dezenas de anos.

É REVOLTANTE !

Anónimo disse...

Para comentário em 22:49

Não está a querer dizer que Miguel Relvas ou Luís Ferreira são responsáveis pela nefanda prática daqueles crápulas que vivem à custa de trabalhadores a quem não pagam. Ou está mesmo?
É sempre preciso, parece-me a mim, ter muita cautela nos raciocínios, de forma a evitar confundir questões pessoais e/ódios de estimação com realidades objectivas. Há vampiros de todas as tendências e formações partidárias. AS percentagens é que variam consoante a época e a latitude.

Anónimo disse...

Dr. Rebelo,

Não se faça despercebido...

Você sabe muito bem que os Ferreiras e Relvas são parte da fauna parasitária instalada.

Nos 17.000 organismos do Estado ou para-Estado identificados pelo estudo do Diário de Notícias,considerando uma média benévola de 3 boys do centrão por cada organismo,temos mais de 50.000
PARASITAS que custam ao Estado mais de 2.800 milhões de euros/ano em custos directos e,em custos indirectos decorrentes de negociatas,corrupção,traficância,etc,um valor seguramente astronómico mas incalculável.

E aí a troika não conseguiu chegar...

É um sub-mundo em que todo o centrão mama e onde se protegem e encobrem uns aos outros.

Só varia a % relativa de rosas e laranjas,consoante aqueles que dominam o poder central.

O mesmo se passa no poder local.

Em Tomar,a vaca tem três tetas laranja e duas cor de rosa!

E isto não são PINTELHOS....

Anónimo disse...

A vaca em Tomar tem bem mais tetas: 22 dirigentes na câmara e SMAS, que ganham tanto como os vereadores eleitos. É bem feita para os políticos, que assim não se podem gabar de ganhar mais do que os Monteiros ou Caetanos. Os políticos levam no toutiço e os outros é que se amanham. Bem feito.

Parece que o ano passado as tetas eram menos, mas o Padrinho Sousa lá distribuiu mais uns tachos pelos amigalhaços. E vivá refrega.