quarta-feira, 4 de maio de 2011

INÉRCIA NO VALE DO NABÃO

Foto Rádio Hertz

António Freitas - texto inicial
António Rebelo - versão final

Américo Pereira, presidente da Junta da Junceira, lastimou-se em nome pessoal e no de outros 14 autarcas, pelo facto de as freguesias rurais não poderem dispor das máquinas do município desde há mais de sete meses. Segundo o site da Rádio Hertz, Corvêlo de Sousa admitiu o incómodo caso: "É uma situação estupidamente difícil de ultrapassar. Ou seja, tínhamos dois homens que conduziam uma retro-escavadora e uma niveladora, mas ambos adoeceram de um momento para o outro. Posso dizer que, na última semana, falei com alguém do Centro de Emprego, no sentido de tentar encontrar uma solução imediata para este problema. Por isso, a questão  é não termos quem conduza as máquinas."
Para além da singularidade de logo dois condutores especializados da autarquia estarem há mais de sete meses doentes, é sintomática a atitude do presidente da câmara. De acordo com as suas próprias declarações, só ao fim de sete meses é que decidiu contactar o Centro de Emprego, na vã tentativa de resolver a anómala situação.
Podem, portanto, os tomarenses da cidade e do concelho dormir descansados. Se a dada altura -em Julho ou Agosto, por exemplo- houver vários incêndios, que os bombeiros municipais não possam combater, por doença súbita dos condutores dos veículos especializados -sete meses depois Corvêlo de Sousa, ouvida a opinião do vereador do pelouro, o seu parceiro de coligação Luís Ferreira- tentará resolver o caso, contactando o Centro de Emprego.
Um pacato eleitor lê e fica como que pasmado. Mal vai uma câmara que tem admitido tantos técnicos superiores qualificados, mas se esquece de que, mesmo em termos de Protecção Civil, não basta dispor dos meios; é necessário ter também quem esteja habilitado a usá-los e que tenha o sentido de dedicação ao serviço público. Outro tanto acontece com os motoristas habilitados com a carta D+E+Curso de transporte de crianças.
Em sete meses, já houve mais que tempo para solicitar ou a ajuda (mediante adequada retribuição)  dos militares da Escola Prática de Engenharia, ou contratar pessoal temporário qualificado, junto de uma empresa especializada, ou confiar provisoriamente a tarefa a empreiteiros privados. 
Melhor ainda seria reduzir o parque municipal de máquinas e com as poupanças (combustível, leasing operacional, seguros, vencimentos) alocar às freguesias disponibilidades orçamentais, em função da  população de cada uma. Tal como as coisas estão, não parece que sejam sustentáveis por muito mais tempo. No fim de contas, a experiência demonstra que à autarquia basta ter automóveis com fartura, de preferência topo de gama, que qualquer vereador ou técnico superior pode conduzir com carta de ligeiros. O resto é melhor acabar, pois se não podem funcionar durante meses seguidos, por falta de operadores qualificados, só dão prejuízo, uma vez que "barco parado não faz viagem".
Sem qualquer intenção de atacar os funcionários, que dão o seu melhor, por vencimentos pouco superiores ao ordenado mínimo nacional, e têm a carreira praticamente congelada por incompetência ou desleixo de alguém, deve ser dito que não surpreende que se refugiem nas baixas médicas, por estarem fartos e desmotivados. Há até os que, quando possível, solicitam a aposentação antecipada.
É contraproducente e de evidente má gestão aquilo que vem acontecendo até agora. As máquinas saem da FAI às horas normais de entrada ao serviço dos seus operadores, chegam às freguesias por volta das 10 horas ou mesmo 10 e meia. Segue-se o almoço, do meio-dia à uma, pago por simpatia das juntas de freguesia, no qual participam igualmente os encarregados, entretanto chegados numa carrinha do município. Finalmente o turno da tarde, que termina na FAI às 17 horas. No total, cerca de 4 horas profícuas, uma vez por mês. Valerá a pena tanta despesa,  para tão pouco tempo de trabalho útil? Por isso, não raras vezes, são pagas particularmente umas horas a mais, para que os funcionários possam levar mais algum para casa.
Por favor, distintos senhores autarcas: façam contas e vejam se é mesmo racional ter um parque de máquinas para dispensar de tempos a tempos a cada freguesia. Ou se não seria mais vantajoso, tanto para o Câmara como para as Juntas, que estas pudessem contratar máquinas a privados, naturalmente sob apertada monitorização.
Uma câmara que nem sequer consegue ultrapassar a falta de dois operadores, de baixa por doença há largos meses, mantendo as máquinas inactivas, é uma autarquia dirigida por eleitos que não pescam mesmo nada de gestão autárquica ou de política de recursos humanos. Lamentável!

9 comentários:

Anónimo disse...

Bastava de Embuste (Corvelo de Sousa) reduzisse a mesada a Labrosta (Luis Ferreira) na mesma proporção em que lhe reduziu poderes, para poder pagar pelo menos a um contratado para substituir o efectivo de baixa, e assim colocar uma máquina a trabalhar onde fosse necessário!

Anónimo disse...

Aqui está um bom exemplo de chefia:

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/macario-correia-faro-autarquia-processos-burocracia-funcionarios-publicos/1250810-4071.html

José Faustino

Anónimo disse...

Que nojo!

Incompetência !

Não tem vergonha na cara ?

Obviamente demita-se !

Anónimo disse...

Estes INAPTOS e INCOMPETENTES não foram nomeados por um qualquer ditador.

Foram ELEITOS pelo POVÃO.

Manipulado por caciques locais,pelos párocos locais,pelos senhores das terras.

Assim,só os que neles não votaram (nos quais me incluo)têm maior legitimidade para se INDIGNAREM.

É que os votantes fixos nos Corvelos e Ferreiras nem podem dizer que...coitadinhos...foram enganados.

Essa tropa (não) tem provas dadas
nas suas profissões ou,nalguns casos na não-profissão.

ISTO ENOJA!

É MAU,MUITO MAU,É MAU DE MAIS!

PORRA!

Anónimo disse...

A TROIKA NEGOCIOU OU MELHOR EXIGIU QUE ACABEMAS FREGUESIAS NAS SEDES DE CIDADE OU VILA 308 NO TOTAL E QUE OS CONCELHOS MAIS ENDIVIDADOS SEJAM ANEXADOS A OUTROS.
TOMAR VAI PERDER A SOBERANIA E PASSAR FREGUESIA DE TOMAR, CONCELHO DE FERREIRA DO zÊZERE/oURÉM

Foi oque o Paiva arranjou

Anónimo disse...

Mas exitem empresas de cedência temporária de pessoal! Muitas Câmaras recorrem a elas!
Os distintos autarcas de cá não têm conhecimento?

Afonso Aklin disse...

Sou administrador da ADEECO e nunca tenho mais de uma hora um operador de máquinas especializado à espera. Há muita falta deste pessoal especializado, assim como gruistas. Empregados d e scritório tenho às centenas

AFonso Aklin

Anónimo disse...

Finalmente a Troika vai resolver os problemas de Tomar.
Tomar freguesia do concelho dos Templários (Tomar, Ferreira do Zêzere e Ourém), só assim a Troika acaba e põe fim ás sucessivas más escolhas eleitorais do Tomarenses, que declararam a banca rota, com autarcas que não defenderam em tempo os interesses do concelho, mas a sua própria vaidade e outros rendimentos. Assim tanto o PSD como o PS da actual coligação vão ser igualmente castigados pelos acordos maçónicos que nos desgraçaram neste mandato e de que Miguel Relvas já se penitenciou, na resposta á conferência de imprensa dada por Luís Ferreira ontem á tarde.
Resta no entanto saber qual vai ser a decisão dos eleitores de Ourém e Ferreira no referendo marcado para o próximo mês, que segundo as sondagens, não pretendem no futuro pagar as dividas e a má gestão de Tomar, das ultimas décadas.
Nota: Noticia antecipada dos Jornais do próximo ano.

Anónimo disse...

Ourém pagar as dívidas de Tomar?...
Quem é que continua a viver no mundo da lua?...

A dívida é dos tomarenses. São eles que têm que a pagar. Sonhar com o Pai Natal não é própria de quem deveria ser "maior e vacinado".
Se fomos tão orgulhosos a enveredar por este suícidio devemos ser responsáveis em arcar com as consequências.
Mesmo que seja o corpo a pagá-las...
Afinal, e como gosta de salientar o articulista: "não há almoços grátis!".

O lacrau do Nabão