Com aquele conhecido sentido das conveniências que faz parte da idiossincrasia nabantina de alguns leitores, houve quem comentasse o inquérito sociológico do Le Monde, jornal de referência a nivel europeu, traduzido no post "Isolados, pacatos, conservadores e infelizes", de ontem, com este desabafo lapidar: "Rebelo e a imprensa cor-de-rosa".
Já habituado a dislates do género e mesmo a outros bem piores, que a boçalidade congénita não perdoa, lá fui então consultar a dita imprensa cor-de-rosa. No caso, o suplemento NEGÓCIOS do EL PAÍS de ontem, de onde recolhi as duas ilustrações supra.
Sabedor de que todos os tomarenses lêem e entendem sem dificuldade o castelhano, uma vez que são em geral omnicompetentes, passo a traduzir os dois excertos, unicamente para me entreter. Por favor não me levem a mal. Juro que não pedi à minha mãe para nascer em Tomar, nem para ser baptizado em S. João Baptista. Não tenho por conseguinte culpa alguma de ser tomarense por nascimento.
O primeiro recorte é de uma entrevista a Myriam Fernandez de Herédia, responsável pela notação soberana no sector Europa, na Standard & Poor's, uma das grandes agências de notação financeira, que acaba de baixar novamente a nota da Grécia.
"As declarações dos estados membros da União Europeia reflectem o sentimento dos credores oficiais da Grécia e podem vir a ter um impacto negativo na respectiva solvência. Em Março passado a reestruturação da dívida grega parecia algo remota, mas agora essa possibilidade é muito mais elevada e por isso reagimos.
Essa reestruturação grega poderá provocar um efeito de contágio?
Não prevemos um contágio imediato, embora haja riscos de que tal possa vir a acontecer, especialmente em relação a Portugal. De facto, a perspectiva negativa da nota portuguesa já inclui o risco de um crescimento anémico, défice público e défice exterior... Vai depender da implementação do plano de austeridade, que vai afectar negativamente o PIB e provocar um atraso na saída da recessão." ...
O outro recorte é de uma análise de Luís Doncel, catedrático de economia, publicada no mesmo número do EL PAÍS:
"E finalmente Portugal, que sofreu anos de crescimento económico anémico, mesmo na época em que os seus vizinhos europeus beneficiavam de uma saúde robusta. Apesar das declarações em contrário do seu primeiro-ministro, já havia bastantes meses que os especialistas davam por inevitável a ajuda externa a um país afundado numa dívida pública descomunal, com um elevado défice e uma economia paralisada, necessitando de grandes medidas estruturais. Foi porém o voto da oposição contra o quarto plano de austeridade apresentado pelo governo socialista, que desencadeou o que já todos conheciam: uma ajuda externa no montante de 78 mil milhões de euros."
Como o leitor acaba de constatar, nem sempre o "jornalismo cor-de-rosa" é algo de fútil. Pelo menos quando se trata de jornalismo económico em papel cor-de-rosa... Quanto ao Le Monde, estamos conversados: "São verdes; só os cães as podem tragar."
Os destaques são de Tomar a dianteira.
5 comentários:
O Rebelo e outros papalvos Drs. ainda não perceberam o que está a acontecer,as suas causas,os seus artífices.
Só perceberão alguma coisa quando o garrote dos especuladores e suas agências sem escrúpulos,nem regulação,se apertar nas goelas dos Espanhóis,Italianos,Belgas e talvez Franceses.
Quando a União Europeia e o euro tiverem soçobrado.
Quando os EUA e a Alemanha se ajoelharem aos pés dos credores da sua dívida soberana,designadamente a China.
Teremos uma nova Ordem Mundial ditada pelos BRICS às velhas potências.
Presumo que a História vai correr muito mais rápida do que os grandes gurus do neo-liberalismo imaginam.
Vão morrer "ENFARTADOS",intoxicados pelas suas próprias receitas.
E teremos um novo salto no progresso da Humanidade,ditado pela 1ª vez pela Economia,em detrimento da violência e da guerra.
Até porque todos sabem que não pode haver uma nova GUERRA à escala global.
Porque seria o FIM DE TUDO e o instinto de sobrevivência vai prevalecer.
Mas o Mundo vai mudar de DONOS.
O FMI, DSK, Economia Mundial
A semana passada, Dominique Strauss Kahn, na George Washington University, foi muito longe nas suas declarações:
"A mundialização conseguiu muitos resultados... mas ela também um lado sombrio: o fosso cavado entre os ricos e os pobres. Parece evidente que temos que criar uma nova forma de mundialização para impedir que a
"mão invisível" dos mercados se torne num "punho invisível"".
Dominique Strauss Kahn assinou nesse preciso momento a sua sentença de morte, pisou a linha vermelha e por isso foi armadilhado e esmagado. Linchado na praça pública. Tão pouco lhe valeu o Clube Bilderberg que esteve por detrás da sua nomeação em 2007. Ele tinha-se tornado no inimigo público do capitalismo mundial. Os bancários jamais imaginariam que um judeu passasse a defender uma distribuição mais equitativa da riqueza...
P.M.
Para o articulista das 15:25,
Aos governos europeus e a alguns governos mundiais, esperam-lhe governações penosas nos próximos anos da primeira metade deste século. A reorganização capitalista mundial, está num verdadeiro tumulto!!!... Felizmente, a China que é, e vai continuar a ser uma grande dor de cabeça para muitas economias, já nos está a ajudar: (importações), da
* Autoeuropa, e vai ser "o nosso amparo num futuro próximo".
* mais de 60% da produção do Chirocco, já vai para a China, causa principal do relançamento da prosperidade da Autoeuropa.
Convém lembrar que na China, nascem todos os anos 35 milhões de novos ricos, ávidos de consumir qualidade.
Futre tem alguma razão...
Á atenção dos nossos negociadores de comércio externo.
António Rebelo,
Isto não vem aso caso mas não posso deixar de a contar:
Na última saída das Coroas, houve muita admiração por se constatar a presença de polícia de choque. A coisa tem a sua explicação, e começou ao que parece na anterior saída das coroas quando o senhor encarregue de fazer rebentar o morteiro que dá o sinal do início da procissão fez disparar o foguete. O local designado para essa acção, em cada saída das coroas, é o novo parque de estacionamento saído das obras do Polis, na encosta fronteira ao adro da Igreja de Santa Maria.
Então parece que, como ia dizendo, o tal senhor fez rebentar o morteiro, e logo de imediato viu-se rodeado de um bando de ciganos que lhe deram uma sova que o mandou para o hospital, chegando mesmo a encostar-lhe navalhas de ponta-e-mola ao corpo. Segundo parece os ciganos vociferavam que o foguete tinha acordado um bebé. A queixa é plausível, uma vez que eles passam as noites a ouvir música em altos berros e a acelerar carros em piões e mais piões, só parando quando amanhece, e daí se conclui que dormem de dia. Isto, claro, é válido para os que ficam no acampamento, já que muitos deles chegam ao acampamento de madrugada quando acabam o "turno".
Conclusão: só tenho pena que o agredido tenha sido um inocente que não fazia mais que cumprir filedignamente a sua missão, e não um dos apascentados da Câmara que os tem (aos ciganos) defendido, e até, com alguma pompa e ciscunstância os apadrinhou recentemente, no arranque duma tal associação. Lembro-me de ver até o senhor presidente da câmara ladeado por um dos eméritos habitantes do Flecheiro, por sinal com uma folha de serviço e assinatura em diversas prisões dignas de registo.
Não tardará nada e estarão a receber um subsídio camarário (porque não, já que agora são uma associação como a Gualdim paes ou o Canto Livre?!!!), com o qual não perderão tempo a comprar cerveja, cigarritos daqueles que fazem rir e gasolina q.b. para manter os motores a rugir pela noite fora.
E assim, estou convencido de que quem queira assitir aos futuros lançamentos do primeiro morteiro nas imediações da Igreja de Santa Maria, poderá ver por lá a polícia de choque a fazer de guarda-costas do desgraçado fogueteiro.
Sr. Rebelo, é livre de publicar ou não este "post". Sinta-se à vontade para escolher!
Eu não sou racista, mas há situações com as quais convivo mal!
...mas porque é que já nada me surpreende em Tomar?
Para o anónimo das 18:42,
Pode ficar descansado que com as medidas da troika que o PSD-PS-CDS querem implementar no país, irá deixar de haver dinheiro para os rendimentos mínimos de minorias étnicas.
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