De cada vez que ouso mencionar o facto de estarmos a mais de 2 mil quilómetros da Europa Central, na sua extrema periferia ocidental, ou apresento exemplos a título comparativo, seguem-se os ataques videirinhos. Sobranceiro, pretensioso, cagão, fanfarrão, maniento e outros mimos do género. Ainda assim, tendo em conta a afluência diária de leitores (605 na terça, 598 ontem), peço desculpa mas continuo na senda.
Já aqui referi que a autarquia tomarense, entre outras mazelas, tem demasiados chefes e poucos índios. Acrescento agora que, além de demasiado numerosos, os ditos quadros superiores nem sequer sabem com precisão quais os eixos ou qual o quadro geral da sua actuação ou, de modo mais simples, a sua missão.
Para que todos possam aferir como as coisas se passam lá para as bandas da Região Parisiense, segue-se a tradução contextualizada de um anúncio para recrutamento de chefe de divisão:
"Cidade de Poissy, distrito das Yvelines, (Sede administrativa em Versalhes), 36.200 habitantes, servida pelo Metro Expresso Regional, linha A, pelo caminho de ferro até à estação de Saint-Lazare-Paris, pelas auto-estradas A13, A14 e pela nacional 13, pretende contratar por transferência ou no exterior CHEFE DE DIVISÃO responsável pelo desenvolvimento urbano e pelo quadro de vida (Masculino ou feminino). Quadro dos Engenheiros territoriais.
Sob a autoridade do Director de Serviços e no seio de um comité de direcção, participa no processo decisional e na definição de uma linha estratégica para a cidade. Deverá dirigir e coordenar os serviços de equipamento, de gestão do solo, do urbanismo e do ambiente, implementando, regulando, controlando e avaliando continuamente os sucessivos planos de acção.
Nesse quadro, as missões articulam-se principalmente em dois eixos: # Participa na definição e na implementação das políticas municipais de gestão do solo, do quadro de vida, das deslocalizações, da concepção e da gestão do património, bem como na preparação das respectivas programações e no seu acompanhamento operacional. Impulsionará um projecto estruturante, marcando o rumo do desenvolvimento urbano e do quadro de vida, numa dinâmica de gestão de projectos elaborados e desenvolvidos no âmbito das problemáticas da gestão do solo e do ambiente, integrando uma dimensão no quadro do desenvolvimento a longo prazo. # Assegurará o relacionamento com o contexto institucional, económico e social, tudo em ligação estreita com o poder político. Dirigirá a divisão (220 funcionários), numa óptica de mobilização permanente e de optimização dos recursos humanos e financeiros.
De formação técnica superior, engenheiro de obras públicas ou equivalente, terá imperativamente uma experiência significativa numa autarquia (3 anos, no mínimo). Domina os métodos de programação, de planeamento e de condução de projectos, possuindo muito bons conhecimentos de procedimentos administrativos, financeiros e de concursos públicos de empreitadas. Dirigente confirmado, possui competências técnicas pluridisciplinares. Dotado da capacidade de gerar ideias operativas, tem o sentido das responsabilidades, do interesse público e boas qualidades de relacionamento interpessoal. A função implica uma grande disponibilidade fora das horas normais de trabalho.
O emprego proposto beneficia de um alojamento gratuito por utilidade de serviço (obrigatoriedade de residir na cidade de Poissy).
Recrutamento entre funcionários graduados da categoria A - Fileira Técnica - Engenheiros territoriais."
Agradecemos o envio de candidatura (carta de motivação e currículo), endereçada a Presidente da Câmara de Poissy... ou recrutement@villedepoissy.fr
3 comentários:
Caro senhor rebelo,
Eu não faço a mínima ideia de quem o senhor é. Nem tão pouco tenho o mínimo interesse em saber. Pergunto-lhe, é agradável, o seu cadeirão? A grande questão, e sei de facto que é inútil, porque certamente se sente heróico, e muito inteligente nas suas divulgações e comentários sarcásticos a uma cidade pequena que não tem propriamente muito que se lhe diga. Por isso repito a pergunta, é confortável o cadeirão? Pergunto-lhe isto por uma simples razão, repito, nunca ouvi falar de si. De tal maneira, posso apenas presumir que tomou como sua intenção apontar o que está de mal e de ruim, e geralmente mauzinho nesta cidade, sem tomar como intenção pôr nada disso em prática. Ou mesmo que tenha essa intenção, não me parece que esteja a ter muito sucesso, não é?
Corrija-me se estiver errado, mas a cidade vai-se aguentando, com ou sem os seus comentários. Se alguém retira alguma coisa de bem desses mesmos comentários, posso dizer que louvo essas pessoas, que o conseguem fazer. Acha-me excessivamente agressivo? Passe a falar com termos civilizados, e não com frases feitas, lugares comuns, e um discurso não só repetitivo como num tom que desvaloriza o senhor.
Posso portanto dizer, com toda a certeza, que se acha que está a criar uma revolução do seu cadeirão, que é uma espécie de guerreiro a lutar contra uma ameaça fantasma: não o é. No máximo é uma pessoa que claramente tem pouco que fazer e muito que dizer.
Cumprimentos
TOMAR TEM MAIS ENCANTO COM A. REBELO
Toma, António, e limpa-te a este guardanapo. Mais um que não se deixa iludir pelo teu "canto de sereia" que usas em pretensa defesa da tua cidade.
E, como deixa subjacente o comentador anterior, se achas que esta urbe é pequena demais para ti, faz as malas e ruma à tua bela Paris que pelos vistos te merece mais que Tomar.
Enviar um comentário