quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

ORA ATÉ QUE ENFIM!!!

Amadeu Anjos
A autarquia de Mafra acaba de decidir, segundo os jornais de hoje, encerrar os seus serviços situados no edifício-sede todas as sextas-feiras. Os funcionários, que assim ficarão com mais um dia de não comparência ao serviço, deverão compensar com algumas horas nos restantes quatro dias, de forma a perfazerem as 36 horas semanais de presença. Segundo um eleito da autarquia, tal medida destina-se fundamentalmente...a poupar. Ora até que enfim! Lá apareceu uma equipa autárquica como uma clara visão do actual contexto social e do futuro. Mesmo assim, creio bem ser provável que os senhores autarcas nem tenham antevisto todas as implicações da medida agora implementada.
Há, como bem disseram, a poupança:Subsídio de refeição, água, electricidade, telefone, internet, papel, papel higiénico, limpeza, arrumação, recolha de lixo, etc. etc. Mas há também, e sobretudo, maiores facilidades para os munícipes. Não só o horário de funcionamento é alargado, como previsivelmente vai diminuir a burocracia, dado que menos funcionários presentes = menos trabalho dispensável e menos tramitação.
A bem dizer, não admirararia grandemente que, dentro de alguns meses ou anos, seguindo o mesmo princípio, agora posto em prática pela autarquia mafrense, a maior parte dos funcionários, do estado e das autarquias, possa vir a ser mandada para casa. Com o vencimento por inteiro, ou consoante o que vier a ser negociado pelos próprios ou pelos sindicatos do sector.
Bem sei! Bem sei! Alguns irredutíveis vão protestar. Pois vão. E daí? Alguém nega, perante tantos exemplos gritantes, que na função pública em geral há funcionários a mais e trabalhadores a menos? Alguém é capaz de desmentir que há milhares de funcionários sem tarefas quotidianas efectivas? Alguém se arrisca a mandar auditar, por entidades exteriores e independentes, os serviços que tutela, como eleito pelos contribuintes? Então, afinal...
Tome-se o caso da autarquia tomarense. De acordo com o orçamento, recentemente aprovado, para 2009, 21.354.645€ destinam-se a vencimentos e despesas de funcionamento. Para quem não vislumbre bem a enormidade, aqui vai o mesmo, mas em escudos: 4 milhões, duzentos e setenta mil, novecentos e vinte nove contos. Tal é o custo previsto da máquina municipal em 2009. Está o leitor contente com a qualidade, adequação e quantidade dos serviços fornecidos pela autarquia, como contrapartida pelos seus impostos e taxas? Então não se esqueça disso por ocasião das próximas autárquicas. E vá considerando se não será já tempo de ir pensando em emagrecer o paquiderme autárquico.
A título de exemplo, só a Assembleia Municipal prevê gastar 78.000€ = 15.600 contos em 2009, dos quais 39.000€ com pessoal = 7.800 contos, e outro tanto com aquisição de bens e serviços, entre os quais 30.000€ = 6.000 contos, em publicidade nos jornais do costume. Parece-lhe sensato e decente, quase 16 mil contos anuais para menos de uma dúzia de reuniões plenárias?
A pergunta aqui fica. A resposta pertence-lhe.

7 comentários:

Anónimo disse...

Parece.

A democracia tem os seus custos.

Claro que ficava mais barato um Fernando Oliveira ou um Manuel Machado.

São tudo saudades?

Anónimo disse...

Não é só nem sobretudo a democracia. A burrice, a garganeirice, a propaganda com o dinheiro dos contribuintes, os favores a quem publica, etc. etc. E sobretudo a falta de honestidade e de vergonha na cara.
Apesar de ele próprio se considerar um salazarista, Fernando Oliveira foi quem até hoje mais fez por Tomar e pelos tomarenses. E morreu pobre, o que diz tudo.
Não tenho saudades nenhumas do antigo regime, mas parece-me vergonhoso utilizar tal argumentação para tentar defender uma gestão manifestamente desnorteada face aos acontecimentos.

A velha senhora indigna

Anónimo disse...

Não é só nem sobretudo a democracia. A burrice, a garganeirice, a propaganda com o dinheiro dos contribuintes, os favores a quem publica, etc. etc. E sobretudo a falta de honestidade e de vergonha na cara.
Apesar de ele próprio se considerar um salazarista, Fernando Oliveira foi quem até hoje mais fez por Tomar e pelos tomarenses. E morreu pobre, o que diz tudo.
Não tenho saudades nenhumas do antigo regime, mas parece-me vergonhoso utilizar tal argumentação para tentar defender uma gestão manifestamente desnorteada face aos acontecimentos.

A velha senhora indigna

Anónimo disse...

Uma gestão desnorteada é a sua opinião que, no caso não partilho.

Vergonhoso, mas vergonhoso mesmo é ainda encontrar gente como você.

E são, são mesmo os custos da democracia que lhe custa.

É que é mesmo caso para dizer:
25 de Abril, Sempre
Fascismo, Nunca mais.

Anónimo disse...

.

Anónimo disse...

Pelo que deduzo da sua infeliz resposta, a ditadura do proletariado é que era bom. Ou estarei enganada?
Não concorda que a actual equipa autárquica pratica uma gestão desnorteada? Está no seu direito. Afinal vivemos num regime pluralista. E ainda bem. Mas, se não se ofende, diga-me o seguinte:
Uma gestão que inaugura uma ponte sem acesso ao Mercado, nem para carros nem para peões, não será desnorteada? Uma gestão que, em tempo de grave e prolongada crise económica, manda pôr no orçamento municipal 2009 56 mil contos para publicidade, não terá realmente perdido o norte? Publicidade a quê e para quê?
Respeito a sua opinião, como todas as outras; porém fiquei a pensar que, sem querer ofender ou de qualquer modo molestar, o seu pseudónimo mais coerente não será Diogo da Arruda, o genial arquitecto alentejano da janela, mas Diogo da Rédea, curta, que é aquilo que vocemecê parece apoiar. Oxalá me engane, mas regra geral, a escrita é como o algodão daquela conhecida publicidade...

HONESTIDADE SEMPRE
DITADURAS NUNCA MAIS

A velha senhora indigna

Anónimo disse...

Pelo que deduzo da sua infeliz resposta, a ditadura do proletariado é que era bom. Ou estarei enganada?
Não concorda que a actual equipa autárquica pratica uma gestão desnorteada? Está no seu direito. Afinal vivemos num regime pluralista. E ainda bem. Mas, se não se ofende, diga-me o seguinte:
Uma gestão que inaugura uma ponte sem acesso ao Mercado, nem para carros nem para peões, não será desnorteada? Uma gestão que, em tempo de grave e prolongada crise económica, manda pôr no orçamento municipal 2009 56 mil contos para publicidade, não terá realmente perdido o norte? Publicidade a quê e para quê?
Respeito a sua opinião, como todas as outras; porém fiquei a pensar que, sem querer ofender ou de qualquer modo molestar, o seu pseudónimo mais coerente não será Diogo da Arruda, o genial arquitecto alentejano da janela, mas Diogo da Rédea, curta, que é aquilo que vocemecê parece apoiar. Oxalá me engane, mas regra geral, a escrita é como o algodão daquela conhecida publicidade...

HONESTIDADE SEMPRE
DITADURAS NUNCA MAIS

A velha senhora indigna