sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

ANÁLISE DA IMPRENSA LOCAL E REGIONAL

Redacção de tomaradianteira
Colaboração da PAPELARIA CLIPNETO
Só para contrariar o secretário do senhor de La Palisse, desta vez vamos começar pelo fim. Por qualquer motivo que nos escapa, embora continue a beneficiar dos anúncios da Assembleia Municipal, O Ribatejo não cobre a realidade local de forma aceitável. Esta semana, por exemplo, limita-se a noticiar a aprovação do orçamento camarário e a inauguração da Casa-memória Lopes Graça. Como que a reforçar tal parcimónia, a peça sobre o referido orçamento tem por título "Tomar aprova orçamento". Dado que toda a oposição que temos votou contra, acham os jornalistas d'O Ribatejo que tal cabeçalho seja adequado?
O Templário é um semanário simpático, dirigido e feito por gente de convívio agradável, mas cujo conteúdo, no nosso entendimento, resvala demasiado para o "people", para não usar outro termo mais agressivo. Esta semana, designadamente, um aluno agride professor, incêndio causa um morto, leilão da quinta do contador, um tomarense no Parlamento Europeu, um casal de militares tomarenses no Líbano e Carta do Canadá. Opiniões sobre a realidade local, há duas: a de João Simões, que propõe mais pontes, e a de José Soares, falando Mozart e do falecimento de Manuel Antunes. Fala-se ainda de 12 casos de agressão sexual, de um incendiário considerado inimputável, da aprovação do orçamento camarário e do aumento do preço da água, focando o voto contra dos independentes e as respectivas propostas alternativas. São gostos, e os gostos...
O Mirante, o outro semanário regional que beneficia dos anúncios da Assembleia Municipal de Tomar, inclui várias notícias da cidade e do concelho. Esta, por exemplo, que dá para pensar: Roda Pequena e Roda Grande, freguesia de Asseiceira, estiveram uma semana sem telefone fixo, devido a avaria num cabo subterrâneo. Contactado pelo Mirante, o presidente da Junta de Freguesia disse que ainda não sabia de nada, o que não surpreende, pois se os telefones estavam cortados...
Ainda no mesmo semanário, a notícia de que a oposição pede a reabertura do Parque de Campismo, como parque de caravanas e auto-caravanas, continuando a maioria PSD a não aceitar a ideia. Segundo Corvelo de Sousa, haverá novo parque de campismo no próximo verão, mas escusou-se a revelar em que local.
Cidade de Tomar, cujo estilo peculiar é conhecido e apreciado por largas camadas, faz manchete com o aumento do preçário dos SMAS. Numa decisão feliz, decidiu publicar a proposta da nova tabela em fotocópia, o que vai permitir aos leitores verificarem as iniquidades de que estão a ser vítimas desde há pelo menos 20 anos. Há de tudo um pouco. Quanto mais um consumidor gastar, mais paga por cada metro cúbico, a contar do 1º. Por exemplo: Se o leitor gastar mensalmente 6 metros cúbicos, pagará 1 euro e meio, mais taxas, ou seja 0,45 por metro cúbico. Se tiver uma família grande e gastar 26 metros cúbicos, pagará 26x1,54= 40,04 euros. Descontando os 6 metros cúbicos a o,45, temos os restantes 20 a 1,92 euros. Será isto justo? No comércio em geral ocorre exactamente o contrário -quanto mais se compra, mais barato fica por cada unidade adquirida.
Uma outra situação de gritante injustiça é a seguinte: Vivendo dos impostos de todos nós, a autarquia paga a água que consome, mesmo a que serve para regar alguns jardins e para encher a piscina da Estrada do Barreiro, por exemplo, a 0,52 por metro cúbico, a contar do primeiro e sem qualquer limite, num contraste flagrante com aquilo que é impostos aos contribuintes. Mais gritante ainda, o estado, igualmente a viver dos impostos de todos nós, paga a água que se gasta no hospital, nas escolas, nas finanças, no quartel, etc. a 1,94 cada metro cúbico, a contar do primeiro. Porquê? A água fornecida aos organismos dependentes do estado sofre algum tratamento especial? Ou trata-se simplesmente de sacar o mais possível, em conformidade com a filisofia do bandido, segundo a qual "se não saco eu, sacam eles, por isso é melhor ir sacando o mais possível, enquanto há." Mas depois, quando alguém aparece, como nós agora, a denunciar tais injustiças, dizem que é tudo uma cambada de anormais e de invejosos. Daí a pergunta que fazemos muitas vezes: Será que isto é mesmo um país, ou não passamos de um amontoado de pessoas que por aqui foram ficando, impossibilitadas pelo Atlântico de continuarem a viagem?
Também no Cidade de Tomar uma interessante colaboração de Gestosa da Silva, que vale a pena ler, para desanuviar. Tem por título "Cenas da vida real" e vem na página 17. Há ainda a habitual crónica de MC, que aqui a redacção não teria subscrito de ânimo leve, dado o seu conteúdo e sabido como é que todo o cuidado é pouco. Mas oxalá não seja nada.
Para terminar, este naco da prosa de AF, na penúltima página, sobre a Taberna do Capador: "Chegou-nos a notícia...".E o leitor mais velho recorda velhos tempos, e vê a notícia a chegar devagarinho ali ao Paraíso, sentar-se, tomar uma bica e depois ir até à redacção de CT. Outros tempos, outros costumes.

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