Excluindo os seus próprios eleitos, é minha convicção que praticamente mais ninguém acredita ainda no actual executivo minoritário. Nem os eleitores, nem os restantes eleitos, nem o próprio PSD local. Há boas razões para isso. A oposição não se cansa de acusar a troika reinante de não informar, não negociar, não dialogar. Com os resultados que todos conhecemos. As obras da Levada estão paradas. Não há dinheiro para liquidar meio milhão de euros = 100 mil contos, em dívida há mais de seis meses. Mas também não há projecto capaz. Rebocadas as paredes e quase refeitos os telhados, ninguém sabe o que se deve seguir. As obras do edifício do turismo municipal estão concluídas há meses, mas o mesmo continua fechado. Não há disponibilidade orçamental para pagar o equipamento. As obras do Convento vão prosseguindo, em regime de pára-arranca-pára, igualmente à falta de projecto idóneo e completo.
Entretanto, o orçamento para 2012 continua por aprovar, tudo apontando no sentido de vir a acontecer o mesmo ao de 2013...
Perante tanta desgraça, é cada vez mais insistente nos meios urbanos a pergunta em tom agastado: Mas afinal, que estão eles lá a fazer? Responda quem souber!
Como se tudo o que antecede não bastasse e sobrasse, surge agora um novo episódio assaz ridículo, que mostra à evidência a bandalheira que parece reinar nalguns sectores da autarquia, cujos actores até auferem vencimentos bem acima da média da função pública. No cartaz da Feira de Santa Iria, editado pela comissão homónima, lê-se que a multi-centenária Feira das Passas desta vez será instalada no terreiro antes ocupado pela Messe de Oficiais. Porquê? Quem tomou a decisão? Com que base? Ninguém sabe.
Certo, mesmo certo é que no Boletim informativo de Outubro, editado pelos serviços de comunicação da autarquia, se pode ler que a citada Feira das Passas terá lugar, como habitualmente, na Praça da República. Em que ficamos, afinal? Terreiro da Messe? Praça da República? Ambos?
Perante semelhante cacofonia noticiosa, uma de duas: ou a comissão da Feira de Santa Iria faz o que entende e não passa cartão à autarquia; ou o pessoal da comunicação autárquica não tem tempo nem disposição para rever com cuidado os textos que manda para a tipografia que imprime a revista. Seja qual for a resposta, está mal! Tal como a bandeira às avessas na câmara de Lisboa, indicia desleixo, falta de brio profissional, carência de empenhamento. E os eleitores-pagantes não merecem semelhantes agravos, que só nos envergonham.
Como dizia o velho corneteiro do 15: Quem sabe, toca! Quem não sabe, passa a corneta a outro, que não há instrumentos para todos!
Sem comentários:
Enviar um comentário