Le Monde, 05/10/2012, página 14
Não está nos meus hábitos elogiar-me ou pregar pró-domus. Acontece contudo que certas auto -proclamadas luminárias locais tendem a falsear a verdade factual, procurando evitar eventuais protagonismos que os poderiam vir a pôr em cheque. Uma das vias mais utilizadas é a calúnia, nomeadamente no que concerne às capacidades intelectuais de cada um. Já alcancei um patamar local que me permite não ter mais nada a provar. Ainda assim, irrita-me quando pela calada tentam pôr em causa a reputação da Universidade de Vincennes - Paris 8, que me orgulho de ter frequentado, aí concluindo com êxito os três ciclos universitários.
Quanto ao nível académico de Paris 8, basta lembrar que em França não há universidades privadas, pois a lei em vigor tal não permite. Paris 8 é por conseguinte uma das 13 universidades públicas da Região Parisiense, sob a égide do ministério da educação. É boa? Razoável? Má? Péssima? Os que desdenham do ensino lá ministrado farão o favor de se limpar ao "guardanapo" supra: Um painel de dois dias sobre as eleições americanas, com o patrocínio do governo dos Estados Unidos, vai reunir prestigiadas universidades, entre as quais Harvard, Sciences Po Paris, Stanford, Oxford, Colúmbia, George Washington, Texas e Paris 8. Acham que se não fosse um estabelecimento de primeira linha, a universidade onde fui aluno teria sido convidada a integrar um painel reunindo representantes oficiais de quatro das dez melhores universidades do mundo (Harvard, Stanford, Oxford e Colúmbia, de acordo com o ranking de Xangai)?
O que não significa que eu saiba muito de economia política, por estas bandas designada como macro-economia. Apenas que quando falo ou escrevo tenho a responsabilidade de saber o que estou a afirmar, para não envergonhar a instituição que me acolheu gratuitamente e onde fui monitor. Se todos procurassem agir de igual modo, outro galo nos cantaria. Mas não. O consumo excessivo de ervilhas dá no que temos: gente com afigurações, alguns até convencidos de que têm o rei na barriga, todos em geral incapazes de se enxergarem, eventualmente por falta de espelhos nos locais de trabalho. E depois queixam-se...
2 comentários:
DE: Cantoneiro da Borda da Estrada
Antes de ir para a caminha (já é tarde...), estive a ouvir Adriano Correia de Oliveira.
Antes ainda fui ver o que havia de novo no TaD, copiei a letra da última Balada que ouvi para aqui deixar. O Dr. Rebelo, que foi Emigrante e Estudante em Paris, vai gostar, e é a ele que a dedico:
"Este parte, aquele parte
e todos, todos se vão
Galiza ficas sem homens
que possam cortar teu pão
Tens em troca
órfãos e órfãs
tens campos de solidão
tens mães que não têm filhos
filhos que não têm pai
Coração
que tens e sofre
longas ausências mortais
viúvas de vivos mortos
que ninguém consolará"
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Esta amargura toma de novo conta de nós.
Esta Balada está actual.
Este governo é para deitar abaixo!
JÁ!
(É disto que falamos. É disto que tratamos)
Meu caro Templário:
Sejamos responsáveis! Lá porque a emigração está a aumentar em todos os países do sul da Europa, daí não se segue que os governos devam ser derrubados. A não ser nos parlamentos respectivos e havendo soluções alternativas mais profícuas. O estilo "derruba-se e depois logo se vê" já não é aceitável, porque geralmente prepara a cama para regimes autoritários e então é pior a emenda que o soneto. Não te parece?
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