Acabo de tomar conhecimento (graças à Rádio Hertz, que noticiou o facto às seis e um quarto) de que a JSD-Tomar emitiu um comunicado, apelidando de "acto de irresponsabilidade" de toda a oposição a recente votação que rejeitou o recurso da autarquia ao PAEL. Consideram igualmente os jovens social-democratas que os argumentos avançados pelos opositores ao empréstimo são "falaciosos e demagógicos". O citado comunicado adquire ainda mais peso na paisagem política local, ao saber-se que o respectivo porta-voz foi o jovem Tiago Carrão, como é evidente sem qualquer comunidade de interesses com o actual presidente do executivo, o homónimo Carlos Carrão, posto que nesta terra -como todos bem sabemos- cada qual pensa pela sua cabeça. Ganda terra, onde é tudo boa gente.
Antes estivera a ouvir e ver mais um pouco do recente Congresso de Tomar, em boa hora gravado em vídeo e colocado na Rádio Cidade de Tomar. Começou a falar um docente do IPT, que à boa maneira portuguesa, em vez de se limitar a fazer perguntas, resolveu estender o guardanapo, avançando a sua opinião sobre o estabelecimento público onde exerce. No começo ainda tive esperança que finalmente alguém "de dentro" tivesse a coragem de admitir o cada vez mais evidente e oneroso fracasso daquela casa, testemunhado anualmente no diminuto número de candidaturas. Cuidei que iria revelar reuniões docentes, seminários mistos e conselhos pedagógicos, tudo com o objectivo de apurar as maleitas e tomar medidas susceptíveis de as remediar.
Pois não senhor! Fiquei a saber que, por assim dizer, vai tudo bem no melhor dos mundos, como diria o Pangloss. Houve poucas candidaturas porque não somos capital de distrito; mesmo com poucas candidaturas, os alunos do IPT deixam anualmente milhão e meio de euros na economia tomarense; haverá outros recrutamentos que usualmente compensam estas duas primeiras fases; há gente que não tem cuidado com a boca, prejudicando gravemente o IPT com críticas infundadas; a própria autarquia não tem feito o suficiente, etc. etc. etc.
Currículos ultrapassados? Cursos a rever? Métodos de ensino a actualizar? Comunicação a melhorar e incrementar? Recrutamento a aperfeiçoar? Componente prática a reforçar? Cooperação a desenvolver? Isso é que era bom! O problema é dos críticos. Uma cambada de invejosos, que apenas pretendem achincalhar um respeitável e muito conceituado estabelecimento de ensino superior, bem como todos quantos nele trabalham com grande esforço, em prol da cidade e do concelho
Como provam os excelentes resultados entretanto conseguidos pelos docentes que a dada altura passaram pela política local. Ou estarei uma vez mais a ver mal?
Ganda terra, onde é tudo boa gente. O pior é o resto.
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