sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Como nos vêem em França

O suplemento Argent do diário Le Monde, de 11 do corrente, propõe aos seus leitores aplicações de capital no sector imobiliário em Marrocos, Grécia, Espanha, Portugal e Brasil. Eis a tradução da peça referente ao nosso país:


Em Portugal os preços também baixam drasticamente

Em Lisboa o preço por metro quadrado é, em média, seis vezes mais barato que em Paris

"Com tanto sol como a vizinha Espanha, Portugal acumula vantagens para quem pretenda adquirir uma residência secundária. "Há trinta voos diários entre a França e Portugal, onde o custo de vida é 25% mais barato", explica-nos Carlos Vinhas Pereira, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa, com sede em Paris. Outra vantagem: os preços imobiliários caíram cerca de 30% nos últimos três anos, devido à crise. Sobre-endividados, os portugueses são forçados a entregar as casas aos bancos credores. "Só em 2011 houve oito mil bens imobiliários penhorados", informou Vinhas Pereira. Para recuperar o capital emprestado, os bancos revendem os bens entretanto penhorados em saldo.
Na extremidade sul do país, no Algarve, alcunhada  de "Côte d'Azur" portuguesa, devido ao clima e às muitas praias de areia fina, alguns apartamentos e vivendas têm sido sido vendidos 30 a 40% abaixo do preço de mercado. Vivendas recentes de 200 metros quadrados e com piscina estão à venda por 300 mil euros.
Houve também grandes baixas de preços na costa oeste, mais autêntica, que se estende de Lisboa ao Porto. Um apartamento num prédio de gama alta, situado próximo do mar, custa em geral 1.400 euros o metro quadrado.
Lisboa, a capital do país, não é excepção. Os preços do imobiliário são seis vezes mais baixos que em Paris. Há apartamentos para restaurar a dois mil euros/metro quadrado em pleno centro da cidade, na Baixa, no Chiado ou em Alfama. Mas convém acrescentar mais 1.500 euros/metro quadrado para os apartamentos já renovados. "Em Lisboa, arrendar um T1 mobilado todo ano, menos duas semanas de férias, faculta um rendimento anual garantido de 4%", informou Pascal Gonçalves, director comercial de Maison au Portugal.
Em qualquer caso, convém contratar um advogado para evitar dissabores, pois os processos administrativos são geralmente complexos. Mesmo se não falar português, não precisa de contratar um tradutor. A Embaixada de França em Portugal faculta no seu portal Internet uma lista de advogados francófonos.
Incluindo todas as taxas obrigatórias, as despesas de aquisição situam-se geralmente entre 12 e 15% do valor da compra. Caso arrende o apartamento, com ou sem móveis, o rendimento obtido pagará 28% em sede de IRS, após dedução das despesas de conservação e do IMI. Montante que não será imputado no IRS francês."

E. Lan, Le Monde - Argent, 11/10/2012, página 8

Nota: A percentagem de IRS indicada no texto é da responsabilidade de Tomar a dianteira. A do original era de 16,5%, manifestamente desactualizada à luz do orçamento de Estado para 2013.

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