segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Coitado do Gaspar?

Tomar a dianteira chegou lá através de Vamos por aqui, o blogue do vereador socialista Luís Ferreira, mas é possível ir directamente, clicando aqui. Segundo o "Dr. Hugo Costa, assessor económico da Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República e deputado municipal de Tomar" (Luís Ferreira dixit no seu blogue), "Temos um governo em que o Ministro das Finanças é um dos economistas minoritários que acredita que o "pão e água" para todos é solução. Um burocrata da Bruxelas que deseja vingar o novo estilo de vida da sociedade portuguesa, onde uma classe média começava a florescer.
Friedmann, figura central da doutrina liberal ou Hayek encontram aqui o seu grande discípulo, mas um discípulo algo invertido devido à sua loucura fiscal. Hayek certamente diria que Vítor Gaspar tinha encontrado o caminho da servidão do povo português."
Só nos faltava mais essa! Além de extremamente exigente em matéria fiscal, Gaspar é "algo invertido"? Ou não foi isso que o dr. Hugo Costa pretendeu insinuar? Nesta segunda hipótese, será que o ilustre assessor na A.R. e deputado municipal socialista também está convencido de que o vocábulo "desabrochar" significa "retirar o dito da cavidade bucal"? A pergunta faz todo o sentido, pois se a resposta for afirmativa, é óbvio que o nosso querido conterrâneo teria todo o interesse em frequentar com aproveitamento aulas de reciclagem de português, sobretudo na vertente "pragmática linguística". A melhor e mais rápida solução susceptível de evitar novos equívocos semânticos. 
Aqui fica a sugestão, naturalmente amigável, dado que o saber não ocupa lugar e devemos ser sempre uns para os outros.

14 comentários:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

LEITURA QUE RECOMENDO.

Desculpa Rebelo. É só para ajudar. Para suavizar as tuas penosas idas ao rabisco.

E desmistificar a propaganda enganosa (e criminosa) de muita gente. Em defesa da verdade.

Excerto de artigo de Manuel Caldeira Cabral no "Jornal de Negócios" de 10/09/12 (escrito na base dados disponíveis no B. de Portugal, Eurostat e INE). Pode ser lido integralmente em "http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=386210"

"Nos últimos 30 anos, a despesa pública aumentou de 29% para 45% do PIB. Um aumento do peso do Estado na economia de 16,3 pontos percentuais, dos quais 12,1 p.p. (75%) aconteceram em governos liderados pelo PSD e apenas 4,2 em governos PS."

(...)Calculando o aumento da despesa em cada período governativo, podemos determinar o respectivo contributo para o aumento do peso do sector público na economia. Os valores no fundo do gráfico reflectem a variação em pontos percentuais do peso da despesa pública total em cada período. Observa-se que os três períodos com maiores contributos para o aumento do peso da despesa pública no PIB foram os da Aliança Democrática (+4,4), os governos de Cavaco Silva (+4,3) e os governos PSD-CDS (+3,4).

Em conjunto, estes três períodos governativos deram um contributo acumulado de crescimento de 12,1 pontos percentuais do total de 16,3 p.p. de aumento do peso da despesa pública verificado nas últimas três décadas. O contributo líquido dado pelos governos liderados pelo PS foi muito menor - apenas 4,2 pontos percentuais (2,2 +3,0 +0,8 -1,8 = 4,2), cerca de ¼ do total.

(...)Podemos admitir que a despesa total não é o agregado mais adequado. No entanto, considerando os contributos para o aumento da despesa corrente, obtemos que os governos PSD contribuíram com 13,5 p.p. enquanto os do PS com 4,2 p.p.. Retirando os juros, obtemos a despesa corrente primária, que aumentou 16,2 p.p. entre 1977 e 2008, com um contributo de 11,9 p.p. dado pelos governos PSD e apenas 4,3 dado pelos governos do PS.

Façam-se as contas como se fizerem, o contributo dos governos PSD representou entre 74% e 76% do aumento total, um valor três vezes superior ao acumulado pelos governos PS. O contributo para o aumento da carga fiscal dado pelos governos do PSD foi até ligeiramente maior (cerca de 80%), e o contributo para o aumento do peso das despesas com remunerações foi ainda superior.

Utilizando os dados de aumento da despesa corrente primária (os mais desfavoráveis ao PS) e calculando o aumento anual do peso desta despesa no PIB (ver quadro), constata-se que o ritmo de crescimento do peso do sector público nos governos liderados pelo PSD foi 2,3 vezes superior ao verificado nos governos PS (0,7 p.p. ao ano comparado com 0,3 p.p. por ano).

O quadro permite também ver que o último governo PSD-CDS foi o em que se verificou um ritmo mais acelerado de aumento do peso da despesa corrente primária na economia (1,2 p.p. por ano), um valor muito superior ao ritmo médio de aumento do peso da despesa pública corrente primária, que foi de 0,5 pontos percentuais por ano. Aliás, todos os governos liderados pelo PSD registaram um ritmo de crescimento igual ou superior à média, enquanto nos governos socialistas apenas o de António Guterres cresceu acima da média, aumentando 0,68 p.p. por ano, um valor muito próximo ao dos governos de Cavaco Silva, que é quase metade do registado pelo último governo PSD-CDS.

O governo de Sócrates destaca-se com uma descida do peso da despesa pública até 2008."



templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Já agora mais uma achega para sabermos melhor à canalha a que estamos entregues:

A edição desta segunda-feira (15/10/12) do jornal Público revela que a Polícia Judiciária interceptou conversas telefónicas entre o ministro Miguel Relvas e José Maria Ricciardi do Banco Espírito Santo Investimento (BESI) sobre a privatização da EDP e da REN.

Aconselho leitura para vermos a que mafiosos estamos entregues.

Devagar devagarinho vamos todos (e o Dr. Rebelo também) conhecendo a sua substância.

Este Relvas não para.

Cá para mim, quando sair do governo, só vai encontrar emprego no Brasil ou em Angola.

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada"

E para terminar, evidenciando a categoria do Gaspar e do balhelhas do P.Ministro...

"A recessão afetou "severamente" as Pequenas e Médias Empresas (PME) em Portugal, que representam 99,9 por cento do tecido empresarial português, segundo dados divulgados hoje pela Comissão Europeia.
As PME representam 99,9 por cento do número total de empresas existentes em Portugal e 78,3 por cento do emprego, segundo os dados de Bruxelas, divulgados no primeiro dia da Semana Europeia das PME 2012." - LUSA, hoje, 15/10/12.

O Dr. Sérgio Martins, na última edição do "Templário", mostrou não gostar nada de pequenas empresas, esquecendo-se que muitas delas, as chamadas spin-offs e start-ups saídas das universidades às centenas, nos governos de J. Sócrates, estão a dar um contributo importante nas exportações pelo seu elevado valor acrescentado, porque resultado dos avanços que fizemos na ciência e em novas tecnologias.

Há quem goste de pensar à grande para fujir à realidade portuguesa, que, infelizmente, desconhecem.

Gosto de ler as tuas traduções do Le Monde, mas gosto muito mais de ler o que se passa no nosso País, as manobras de malfeitorias que o Gaspar nos está a fazer.

Termino aqui a agitação e propaganda... por hoje, baseada em factos indiscutíveis.

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Estou na hora das minhas leituras e não resisti a deixar mais um excerto de um artigo, porque ele evidencia também as causas de termos o tal "Ronaldo" das teorias económias e do balhelhas do actual PM.

"A malograda OPA da SONAE sobre a Portugal Telecom marcou o início de uma viragem que adulterou a qualidade tradicional do jornal. A partir daí o Público transformou-se num instrumento de perseguição àqueles a quem o seu proprietário responsabilizava pelo fracasso da aquisição da PT. Toda a gente se apercebeu dessa mudança e da sanha persecutória contra o primeiro-ministro que impedira o negócio. Tudo serviu para o atacar e para o apoucar perante a sociedade portuguesa. O principal objectivo do Público passou a ser o de derrubar o chefe do governo, tendo chegado ao ponto de permitir que jornalistas envolvidos em processos judiciais contra ele (e a quem ele, aliás, respondia da mesma maneira) continuassem a escrever notícias e reportagens sobre o primeiro-ministro como se, nessas circunstâncias, fosse possível ser isento, objectivo e imparcial." - A. Marinho e Pinto - "JN" hoje.

Não repetirei este abuso de usar a tua "Casa" para tanta citação. Num blogue devemos co-mentar, ou seja, pensar com o autor sobre a matéria em questão.

Anónimo disse...

Como já desisti de te convencer na adoptar um comportamento político mais adaptado aos tempos que vivemos, vou limitar-me a esclarecer um pequeno detalhe, que faz toda a diferença: O que obriga o governo (este ou outro qualquer) a martirizar-nos não é tanto ou só a despesa pública, mas sobretudo o défice descomunal, a tal dívida pública, que vai aumentando de ano para ano em proporções assustadoras e da qual a esquerda pura e dura prefere não falar. Eles lá sabem porquê.
O resto são apenas, no meu entender, teorias conspirativas, mais ou menos
fundamentadas, mas anacrónicas numa democracia aberta.

Hugo Costa disse...

Da defenição alguém que se inverteu, neste caso do ponto de vista ideológico.

Obviamente que não estava em causa o conceito depreciativo aqui colocado.

Hugo Costa disse...

Da defenição alguém que se inverteu e inverso. neste caso do ponto de vista ideológico e político

Obviamente que não estava em causa o conceito depreciativo aqui colocado e popular.

Obrigado.

Luis Ferreira disse...

Prof. Rebelo

Tudo esá certo, nas análises realizadas pelo estimado Fernando, como válida será também a sua opinião que isso não interessa nada.

Mas verdade, verdadinha, é que sem crescimento económico nenhuma dívida se paga. Essa é que é essa.

E há outro caminho!

Anónimo disse...

Claro que não, amigo Hugo. Tratou-se apenas de uma inofensiva brincadeira. Mas se calhar "às avessas" não teria sido pior.
Parabéns pela nomeação! Boa sorte no respectivo desempenho. A nossa querida terra precisa muito de gente bem colocada em Lisboa.

Anónimo disse...

Meu prezado amigo:

Quanto à inevitabilidade do crescimento para se poder pagar a dívida, julgo não haver qualquer dúvida. Já quanto ao outro caminho, muito grato ficaria se alguém me conseguisse explicar em que consiste.

Luis Ferreira disse...

www.ps.pt

Mais de 200 propostas alternativas apresentadas por António José Seguro durante o ultimo ano. Isto para não falar das dezenas de outras propostas apresentadas, quer pela CIP, CCP, UGT e CGTP (principais parceiros sociais).

Sem economia não há finança.
E não haverá cobrança de mais impostos, se não houver criação de riqueza. Todos os economistas sabem isso.

Unknown disse...

Esse outro caminho que "todos" falam com certeza passará por em 1º lugar, por uma profunda reforma do poder politico que em Portugal está caduco,podre e tentacular dos muitos e diversos interesses que norteiam as pessoas que "mandam" ou influenciam as tomadas de decisão.
-Essa reforma passaria por, e passo a transcrever de forma muito resumida a ideia:
A substituição do sistema parlamentar por um Presidencial, eliminando a Assembleia da Republica.
Ficaríamos assim com um Presidente que seria eleito directamente pelo Povo, que nomearia o seu staff de ministros, tendo o TRIBUNAL CONSTITUCIONAL o poder fiscalizador e de veto, caso as leis ou quaisquer outras normas emanadas pelo Presidente e seu staff fossem Inconstitucionais.

-Desta forma eliminaríamos os Partidos políticos e toda a teia de interesses a eles associados, eliminaríamos a Assembleia da Republica com a poupança que isto traria aos cofres do Estado, sem pôr em causa a DEMOCRACIA E A LIBERDADE e O PODER DO POVO QUE DEVIA SER SOBERANO.

Isto seria um bom ponto da partida para uma reforma dos sistema politico, caso não tivéssemos manietados por organizações(partidos políticos) que a seu belo prazer se alimentam e fazem todo o tipo de negócios alegando o superior interesse nacional. O RESULTADO ESTÁ À VISTA= FALÊNCIA DUM PAÍS...

A nível Local, mais concretamente em Tomar a "coisa" está igualmente podre e sem melhorias à vista. O futuro de Tomar afigura-se-me desolador, pois os políticos da terra preocupam-se mais em alimentar os seus jogos de poder, do que efectivamente trabalhar em prol de Tomar e dos seus habitantes...

Anónimo disse...

Meu caro Luís Ferreira:

E tu a dar-lhe sempre na mesma tecla! De acordo, homem! Sem crescimento jamais vamos poder ultrapassar a crise e pagar a dívida. Mas, como deves saber, há dois motores básicos possíveis para propulsar o crescimento: a oferta e a procura. Os socialista e a esquerda em geral, como são pela distribuição, não se cansam de recomendar o incremento da procura. Tal como tu fazes com insistência. Acontece contudo que tal política apenas produziu até agora a situação em que estamos, tal como sucede em Espanha ou na Itália e já com Mitterrand, nos anos 80, obrigou a desvalorizar o franco, sem grandes resultados, de resto. Percebe-se por isso que quem manda agora na Europa, PORQUE PAGA, esteja agora mais virado para a criação de condições que propiciem o aumento da oferta. Não é agradável? Pois não! Mas se a outra hipótese já se revelou desastrosa, que fazer? Insistir nos erros de sempre?
Mal comparado, é como ser forçado a amputar a perna a um diabético. É uma pena, pois a perna vai-lhe fazer muita falta e nunca mais vai voltar. Mas se a alternativa era não cortar e deixar morrer o doente...

Leão_da_Estrela disse...

Caro professor,

Tem sempre falado nesta crise (dívida) como uma cruz que temos que carregar às costas, fruto de muitos pecados cometidos durante muitos anos.
Estamos de acordo quanto à causa.
Estaremos de acordo quanto aos protagonistas?
Aqui é que parece que divergimos, porque o que os "malucos" da esquerda extremista , PCP(?), BE e outros onde posso incluir o PS, apesar de tudo, querem, é que quem lucrou com a desbunda, que pague a maior parte da fatia e o que acontece é precisamente o contrário!
O meu amigo achava bem que eu agora o obrigasse a ajudar-me a pagar o empréstimo da minha casa? que culpa tem que eu quisesse construir ou comprar uma casa própria? eu também não tenho nada a ver com os lucros pornográficos das PPP's, com os milhões com que alguns, bem conhecidos onde se inclui o próprio "senhor presidente da república" (para não ferir susceptibilidades), empocharam com o BPN, com as dádivas das empresas públicas lucrativas a amigos, por "dez réis de mel coado", como a EDP, a PT, a GALP, o diabo a sete, ficando o Estado apenas com as que dão prejuízo e tenho que ajudar a pagar a bucha!(para além de ter que honrar os compromissos com a minha dívida pessoal)
Porque é que os políticos, mesmo cometendo crimes de lesa-Pátria, falcatruas por todos vistas, percebidas e entendidas, são apenas julgados politicamente e "de quatro em quatro anos, para que a Democracia funcione" e não vão bater com os costados no chelindró?
Se calhar não tínhamos chegado aqui, o que é que acha?

Cordialmente