quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Dispersão, descoordenação, confusão...

Ofuscada pela intervenção de José Gomes Ferreira, a comunicação de Paulo Alcobia Neves teve, ainda assim, boa recepção por parte da assistência. E mesmo na urbe, de acordo com comentários entretanto ouvidos. Acolhimento merecido, pois é um trabalho bem estruturado e centrado em problemas bem conhecidos de todos os que se movimentam na área do lazer. O que não significa que se trate de algo genial, o que o autor também não mostrou pretender, denotando um estilo modesto, trabalhador, com vontade de aprender e de acertar.
Falando da situação presente na urbe nabantina, o orador notou que temos um caso único no país e quase certamente no mundo: dois locais de informação turística, um da cada lado da entrada da rua principal do centro histórico. Trata-se de situação transitória, que pode bem vir durar muitos anos, dado que a lacuna de planeamento na sua origem provocou igualmente o despautério actual: a obra do turismo municipal está concluída há meses, mas não há dinheiro para encomendar o indispensável equipamento. E sem equipamento...
Aquilo a que se pode chamar "desplaneamento planeado" não se circunscreve infelizmente a este caso da sede da ex-Comissão de Iniciativa e Turismo. Parece ser geral e propositado. Está na origem designadamente da casinha do Mouchão, do paredão mijatório, da ponte marreca Mouchão/ex-Estádio, das instalações sanitárias com recepção, à entrada da Mata, a tenda-mercado e assim sucessivamente. O que era importante era provocar despesa. Mesmo que a edificar coisas sem utilidade.
Na área do turismo, onde ao que parece somos campeões, sem que se entenda porquê, continuamos a não ter nenhum produto digno desse nome, vendável enquanto tal no mercado nacional e/ou internacional. Mas temos os tais dois postos de informação, quatro entidades de promoção (Câmara, ADIRN, Comunidade Intermunicipal e TLVT) e uma administração tipo polvo para o património natural e edificado. O Convento pertence ao IGESPAR (ou ao que dele resta), a Sinagoga e S. Gregório são da Câmara, S. João e Santa Maria dependem dos Monumentos Nacionais, Santa Iria é da família Nova Goa, S. Francisco é da respectiva irmandade, a Mata é administrada a partir do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, o Nabão nem sabe bem a quem incumbe nesta altura.
No meio de tal embrulhada, como querem que se possa elaborar algo de consistente e vendável? Havia os jantares medievais, que se finaram por razões ainda a apurar. O Fatias de Cá vai procurando fazer o que pode, mas pode pouco, confinado como está pelas receitas conseguidas e tendo pela frente a evidente má vontade de eleitos e nomeados, que regra geral pouco ou nada entendem de turismo cultural, quanto mais agora da sua promoção.
No que diz respeito ao Convento de Cristo -o nosso orgulho, mas também infelizmente a nossa vergonha- campeia o "quero posso e mando". Quem dirige procede como se fosse dono daquilo. O que não surpreende, pois agora até lá reside, situação não prevista no respectivo estatuto. Para além da péssima organização funcional, que leva a que os visitantes paguem seis euros à entrada mas não tenham visitas guiadas, ou mesmo só acompanhadas, há registo de atitudes que são verdadeiras imbecilidades. Um exemplo: A dada altura proibiram os fotógrafos profissionais de fotografar casamentos ou outras manifestações no interior do monumento, o que é manifestamente ilegal, tratando-se de património público. Quando muito poderiam exigir o pagamento das entradas. Procurando ganhar a vida, em pelo menos um caso conhecido, um reputado fotógrafo local resolveu ir fotografar os noivos no jardim do castelo, cujo acesso é livre durante o dia. Pois não senhor. Chamaram a PSP e o honrado cidadão teve de procurar outras paragens. Foi para os Pegões, por acaso também sob tutela do IGESPAR, embora não pareça, tal é o abandono. Em Tomar, Portugal, União Europeia, já no século XXI...
Se não mudamos de forma acelerada, bem podem vir congressos, convenções, ajuntamentos, reuniões, grupos de trabalho, encontros, seminários, que nunca mais vamos conseguir sair da cepa torta. E estamos condenados a desaparecer como comunidade urbana.

3 comentários:

Unknown disse...

Mas ainda existem dúvidas de que estamos condenados a "desaparecer"!?
De que estão à espera, estando os tomarenses e o País a serem governados por Partidos politicos, que mais não fazem, que "comerem" à conta de quem trabalha e faz algo por um País, que eles em conluio com os Bancos e outros lobbies, como o da construção e não só, arruinaram e levaram à falência.
Tudo isto claro com o argumento do que eles chamam o desenvolvimento do País.
É triste ver um País com tantos séculos de História a definhar a olhos vistos e a ter de ser "orientado" pelos interesses de Países como a Alemanha e a França ou mesmo duma organização como o FMI.
Será que as Pessoas que estão ligadas as organizações a que dão o nome de partidos politicos não têem um pingo de vergonha pelo que andaram e andam a fazer a este País!?
Depois venham cá pedir voto!!! Como alguém em tempos disse "jamé"

Unknown disse...

-Foi hoje(ontem) comunicado pelo ministro das finanças mais medidas que apenas e só irão agravar a situação económica do País.
-Diz ele que o desemprego irá para os 16,4%!!!ehehe... Onde será que ele vive, será na Lua!?-Em Portugal não é com toda a certeza.
-Portanto 2013 será mais um ano de recessão em: PORTUGAL; GRÉCIA; ESPANHA; ITÁLIA,provavelmente FRANÇA e não ficaremos por aqui com toda a certeza, pois a Alemanha e outros irão começar a apanhar por tabela.
Ainda há quem não acredite, mas tenho a mais firme convicção que antes de 2015(supostas eleições legislativas em Portugal)a Europa e o Mundo irão estar numa muito animada 3ª guerra Mundial, e aí meus amigos encomendem a alma ao SENHOR(se é que ele existe, o que me oferece muitas dúvidas)...
No fim de tudo, pergunto: para quê tanto ladrão a roubar, tanta mentira, tanta hipocrisia e falsidade!? O "Homem" não tem mesmo juízo na cabeça...
Tantos "Doutores" neste mundo fora e coitadinhos, tão pobres....

Comentador disse...

A diretora do Convento de Cristo sempre lá morou, mesmo antes de ser diretora. E mais os amigos que para lá leva e por lá dormem também.