quinta-feira, 16 de setembro de 2010

CIGANOS E DISCRIMINAÇÃO RACIAL

Tem sido pouca ou nenhuma a vontade para voltar a abordar a questão dos ciganos tomarenses. Não só pelo triste papel da França, que já foi "pátria dos direitos humanos", nestes últimos e conturbados tempos, como também e sobretudo desde que o nosso alcaide disse, em plena sessão da autarquia, que o assunto da requalificação do Flecheiro "é muito urgente porque se arrasta há mais de 40 anos." O que significa que, caso não fosse urgente, se arrastaria há mais de 80 anos. Como a desditosa Calçada de S. Tiago, que não é recalcetada há mais de três séculos. Já em 1613 um dos reais Filipes espanhóis mandou oficiar à alcaidaria tomarense para que procedesse aos indispensáveis consertos. Tudo sem qualquer resultado. Até hoje. E depois ainda têm a coragem de sustentar que a câmara não respeita o património. Onde é que haverá neste país outra calçada de acesso pedonal a um monumento Património da Humanidade, ostentando enormes buracos e outras falhas, garantidamente do século XVI, no mínimo?!
Apesar de tudo isto, Víctor Cunha Rego tinha razão: "As coisas são o que são. Não aquilo que nos conviria que fossem." Esta local do PÚBLICO de ontem põe o dedo na ferida. Se uma turma exclusivamente calé, que o mesmo é dizer cigana, sendo o calé a língua materna deles, apesar de muito adequada em termos pedagógicos, não é tolerável em temos sociais, por constituir um evidente caso de segregação racial, o que dizer da peregrina ideia paivina de instalar os "nossos" ciganos num bairro a construir exclusivamente com esse fim, em plena Zona Industrial?
Quando aqui se escreveu tratar-se de evidente disparate, que se for avante nos irá custar muitos euros e muitos problemas, choveram logo as acusações mais variadas. A principal era a de se estar a usar o realojamento cigano como arma de arremesso político. Só!
Será que entretanto já conseguiram arranjar algures um módico de bom senso, suceptível de nos evitar a todos onerosos dissabores?

13 comentários:

Anónimo disse...

Proponho batizar o futuro bairro na zona Industrial de "Guetto do Eng.Paulino Paiva".
Quanto ao financiamento do mesmo, não deveremos ter problemas: Sarkozy pode financiar uma parte e o restante seria comparticipado pelos movimentos neo-nazis (nacionais e europeus).

o burro inteligente

Anónimo disse...

No Reino da Fantasia os ciganos até são pessoas interessantes. São marginalizados sem razão aparente e nas páginas finais desses livros de ficção acabam por virar pessoas civilizadas, cultas ou mesmo heróis.
Contudo a realidade é bem diferente. A maioria dos ciganos (os do Flecheiro inclusivé) não passam de ladrõezecos que fazem da vitimização o seu modo de vida e são incapazes de sairem das fronteiras da sua tribo rumo a uma integração efectiva na sociedade que os sustenta e tolera.
A xenofobia existe de parte a parte. Caberia a eles dar passos no sentido da integração. Como tal não acontece, nem parece vir a contecer, só resta deixá-los entregue à sua condição de nómadas permanentes. Os franceses já perceberam isso. Pode parecer racismo, mas a verdade é que já não podemos arriscar a desagregar ainda mais a sociedade que temos.
Tolerância é uma coisa, mas sermos derrotados pelo medo marcaria o princípio do fim. E hoje os tomarenses começam a ter medo...

PM

Anónimo disse...

PM

A maioria dos ciganos são ladrãozecos? Pois, uma minoria de "nós" são uns ladrãozões! Quem rouba mais? Adivinhe!

AS

Anónimo disse...

Não há que ter medo da comunidade cigana. No seio da nosso sociedade há outras comunidades étnicas", genuinamente portuguesas, e bem mais perigosas e desestabilizadoras da res pública lusa.

Ofereço-me para liderar esse processo por um período de ano e meio, a custo zero, sem publicidade, à frente de uma comissão para o efeito, cuja constituição será decidida por mim e pelos partidos políticos locais. Se ao fim de 8 meses não existirem sinais evidentes de progressos significativos, a Câmara nomeará outro. O Presidente da Câmara, e só ele, será o elemento de ligação entre a comissão e a Câmara.

Só uma exigência: o executivo camarário instala uma pequena casa prefabricada (dois quartos, cozinha e casa de banho) no actual acampamento dos ciganos, com o consentimento deles, para eu habitar quando desejar durante esse período.

Anónimo disse...

Trabalhem, mas é, que eu também trabalho se quero comer e ter casa. Mas como é que se pode ter pena duns inúteis daqueles?
Sei de alguns que trabalham e têm vidas dignas. Portanto...
Eu corria era com eles todos para o mais longe possível.
Quem não pensa assim, tem uma boa hipótese: proponham ao executivo para os pôr no vosso bairro. Boa?

RG

Unknown disse...

Vamos lá tentar baixar um bocadinho o tom manifestamente exaltado do debate. Afinal, no caso tomarense, os acampamentos estão alí há mais de 30 anos,há muitos tomarenses que moram na vizinhança, e não consta que tenham ocorrido desaguizados graves. Estarei enganado? Se não estou, que melhor demonstração de convivência pretendem? Dirão que cheira muito mal naquela zona, devido a práticas condenáveis que todos conhecemos. Mas acham que se os ciganos tivesem instalações sanitárias decentes continuariam a ir aliviar-se à borda do rio?

Anónimo disse...

Dr. Rebelo, tenho acompanhado aqui as suas solidárias reflexões relativamente às questões das minorias étnicas, sobretudo a cigana, mesmo que nalguns casos incorra no erro de nos comparar com a questão francesa, de contornos bem distantes dos nossos, sobretudo porque lá já foram há muito dados passos que nós não daremos nos próximos dez anos, pelo menos.
Contudo, tendo em conta a sua bem expressa perspectiva humanizante e interesse com que acompanha tudo o que decorre da acção da Câmara de Tomar, muito tenho estranhado que nas suas reflexões nunca se tenha referido às dezenas de milhar de euros canalizadas para o CIRE pelo Programa Escolhas, exactamente para promover a integração das minorias étnicas.
Talvez nunca tenha dado conta de nenhuma acção (eu pelo menos não conheço nenhuma) mas como para o desenvolvimento das acções foi constituído um consórcio de que faz parte a Câmara, através da Vereadora Rosário, não quero crer que possamos estar perante mais um caso em que os dinheiros públicos não são aplicados no fim a que se destinam, de certeza que a senhora Vereadora não permitiria isso, não acha?

Anónimo disse...

Meu Caro Professor

Este seu ultimo comentário é o pior feito por si em anos e uma completa falta de respeito a quem tem sofrido na pele, quase diariamente, o "convívio" com as faladas famílias.

Informe-se melhor antes de...

Cordialmente

Anónimo disse...

O problema é que muitos, demasiados, não se alíviam à borda do rio, mas sim na base dos prédios em frente. Verdade se diga que usam papel higiénico e tudo...que lá fica, mais os montes. E, não é por falta de diálogo com o líder, pra que estas práticas acabem. A câmara que até veio triturar o lixo e a porcaria que cá existe há várias semanas, resolveu não recolher o produto da "limpeza"... Pergunte quantos são os moradores que têm estores e janelas furados a bala e são insultados só por estarem a estender roupa às janelas, ou até a usufruir de um espaço que compraram e lhes pertence. Acho que o mundo e suficientemente grande para cá cabermos todos, mas não me parece que tenhamos soluções à altura de podermos atender à diversidade de necessidades de todos os cidadãos. No caso de Tomar, a solução apenas pode ser chamada de estapafúrdia, destinada apenas a libertar terrenos para a construção(???). Não basta construir casas se não estiver previsto um programa de capacitação, desenvolvimento de competências e preservação da cultura específica, que permita às pessoas aprenderem a contribuir para o bem comum e usufruir de pleno direito desse bem. Se é para repetir os exemplos de criação de bairros problemáticos e segregadores que todos conhecemos, demonstra que continuamos incapazes de aprender com os erros dos outros. è o mesmo que limpar a casa varrendo o lixo para debaixo do tapete.
Laura Rocha

Bravura Lusitana disse...

O PNR TOMAR concorda, de forma veemente, com muitos dos comentários aqui elaborados, principalmente os do PM e RG.

Trabalhem mais e roubem menos. O medo já existe, e não é de agora. Quem tiver dúvidas, que passe depois das 2 da madrugada na zona histórica...

Por Thomar, Por Portugal, PNR SEMPRE PRESENTE !

Anónimo disse...

Esta etnia que está nas margens do nabão, parece querer mesmo aquele estilo de vida e mais reforçado, está mesmo no sangue.
Agora se são seres humanos são sim Sr, mas se tem direitos apliquem-lhe os deveres, esse é que é o erro.
Querem um exemplo? Se qualquer família ou simplesmente cidadão que não pague água ou luz será logo executado o seu relaxe e por fim o corte quase imediato (que agora é automático),informem-se e verão a quantidade de kw de luz por pagar e os milhares de m3 de água que são gastos e não são pagos.
E agora, que tipo de português são de primeira ou de segunda ou treceira?

Anónimo disse...

É precisamente para defender os direitos humanos...dos franceses, que o presidente Sarkozy está a deportar ciganos romenos e búlgaros. Depois de terem pegado fogo à biblioteca de uma universidade, de terem cortado árvores em jardins, queimado carros, agredido pessoas a esmo e matado um polícia, o mínimo que os franceses podem esperar do seu presidente é que promova a sua segurança.

Sarkozy não perde tempo a empanturrar-se com bolo rei e a degustar "jaquinzinhos". Assume a sério o seu papel de Chefe de Estado.

Esta é a minha opinião, desculpem lá!!!

Anónimo disse...

Se um cigano comete algum crime, que se julgue e prenda esse cigano, não uma comunidade inteira.

Se um não-cigano comete algum crime, que se julgue e prenda esse não-cigano, não uma não-comunidade inteira.

No tal mercado que tanto parece valer a pena preservar (pelo menos por mim, sim, mesmo que com um novo edifício), TRABALHAM muitos ciganos... E é frequentado também por muitos (ou apenas?) compradores não-ciganos.