Realmente genial esta iniciativa "As estátuas que ganham vida em Tomar". E um cartaz muito feliz e realista, com um exemplo preciso, e tudo. Em todo o caso nesta versão de Tomar a dianteira, que com muito gosto partilhamos com os nossos seguidores e outros curiosos.
Basicamente, trata-se de uma vasta exposição de estatuária viva, representando figuras de alguma maneira ligadas à história local, num total de 20 personagens. Como se pode ver nesta reprodução do BIT de Setembro, que indica igualmente onde estarão expostas.
Esta ideia de estátuas vivas está muito difundida em todos os locais turísticos, sobretudo na Europa e na América do Norte. São sempre iniciativas individuais, normalmente de jovens e /ou de desempregados, que assim procuram ganhar algum dinheiro. É claro que em Portugal, país onde mais de 40% da população depende do Estado, segundo a OCDE, tinha de ser uma entidade pública a implementar tal prática. Tanto mais que, contra ventos e marés, continuamos iguais a nós próprios: Incapazes de aprender a gerar riqueza, a ganhar dinheiro, com o turismo. Continuamos convictos de que o importante é que os turistas cá venham, mesmo que aqui não gastem nem um cêntimo. Convencidos, em suma, de que o turismo moderno terá substituído a agricultura tradicional como a arte de empobrecer alegremente.
Neste caso das estátuas de carne, osso e sangue quente, a ideia genial (para além da realização em si) foi esta, documentada na ilustração abaixo, de pôr D. Nuno Álvares Pereira a fingir de Infante D. Henrique. Parabéns ao autor da ideia, que soube colocar-se na crista da onda. Porque realmente numa terra onde três eleitos do PSD fingem de autarcas com maioria relativa; dois do PS fingem de apêndices da referida maioria; e dois IpT (ou IPM, dependendo dos pontos de vista) fingem de vereadores da oposição, Nun'Álvares Pereira tem todo o direito de imitar um dos vários irmãos do seu genro Afonso. Assunto encerrado, portanto, com um aplauso para a organização, que há-de correr bem. Salvo percalços de última hora, sempre possíveis quando não há caderno/horário, como é tradicional em Portugal.
A mim o que me desagrada e muito -sobretudo quando olho aqui para o Infante, que soube como ninguém gerar riqueza e investi-la- é esta mania recorrente dos tomarenses, sobretudo dos autarcas que temos, de que vivemos numa cidade rica, com uma autarquia que pode gastar à vontade. Neste caso, em vez de fazerem como acontece no mundo inteiro -procurar ganhar o mais possível com a exposição das estátuas de carne e osso, resolveram armar-se mais uma vez em mecenas. O que é extremamente fácil e agradável quando se está a operar com o dinheiro dos outros. Maneira cómoda de armar aos cágados, para não dizer ao pingarelho...
Reparem os nossos leitores nestas jóias informativas: "Para subir o monte, o transporte é gratuito, tal como o acesso ao monumento, no circuito em que se desenrola o Festival de Estátuas Vivas." E na outra página: "Essa noite ficará marcada por dois grandes concertos. Às 21 horas, no convento de Cristo... A partir das 23 e até um pouco depois da meia-noite, a Praça da República acolhe o concerto..."
Falando de forma despachada: 20 estátuas, transporte, entrada no Convento, dois concertos. Tudo à borla para a população. De cá e de fora. Arrota contribuinte! Quem te manda a ti teimar em viver em Tomar? Não sabes já, desde pequeno, que "A ordem é rica, os frades são poucos e maus administradores"? Então toma lá que é para aprenderes!
E se estavas convencido de que a única maneira de comprar votos eram os já habituais "passeios-comezaina-tintol", tudo a saber a pato -pois desengana-te! Também nesta área, ninguém pára o progresso. Pelo menos enquanto houver quem continue a pagar e não bufar.
Valha-nos Nossa Senhora da Agrela, que não há santa como ela!
16 comentários:
Num brilhante discurso em Aveiro o inefável Américo Tomaz afirmou: "Temos hoje nos Bombeiros duas cerimónias importantes, as da manhã e as da tarde!"
Parece que o calino redactor do Boletim quer reeditar o estilo!
Merece uma estátua viva!
Que lhe preste!
"As estátuas ganham vida em Tomar" com um moderno Infante D. Henrique apelidado de D. Nuno Álvares Pereira. O Boletim Informativo até tem um Editorial feito pelo Presidente da Câmara de Tomar, onde escreve "um acontecimento inédito na região e que também não tem paralelo na sua vertente umbilicalmente ligada à História".
De facto Sr. Pseudo-Presidente, a História não se compadece com burrices quer da sua parte, quer da parte de quem preside aos destinos da cultura no seu concelho de Tomar. Está de facto rodeado de bons técnicos, por sinal também incompetentes, além de Vereadores, incluindo o da Cultura, por sinal também bem incompetente nesta matéria e como já deu provas noutras, basta ler o jornal "O Mirante" desta semana.
Não é só o vice do turismo com a bagunçada do tal Lobo, que era para vir e não veio.
Pobre D. Nuno Álvares Pereira, que fica muito mal no retrato do Infante D. Henrique.
Essa de fazerem um cartaz das estátuas vivas com uma fotografia do presidente/embuste/zombie Corvelo é na "mouche"...
...a não ser que seja uma composição fotográfica! se assim for parabéns a quem teve a ideia!
É tudo um embuste, montado pela central de propaganda Luis Ferreira-Miguel Relvas, os verdadeiros administradores da ordem.
Estátuas vivas em Setembro e não sei se deram por ela, uma Gala do Acordeão em Outubro.
Duas faces da mesma moeda: a cretinice e a anti-cultura.
POrque é que criticam tudo e todos? Se fazem é porque fazem, se não fazem é porque é um marasmo. Livra que isto é uma terra maldita.
OH Sr. Rebelo porque não forma uma lista e se candidata? Vá lá ponha-se à prova, que depois conversaremos! Já agora leve o Sérgio Martins em número 2.
Para anónimo da 15:01
Naturalmente que a democracia em que felizmente vivemos, mesmo com todos os seus defeitos, permite a intolerância, a irritação, o autoritarismo, e muito mais. Mesmo assim, deixe-me dizer que cada coisa a seu tempo e que, se cada comentador político fosse obrigado a candidatar-se, estávamos bem arranjados. Lá tinham os muitos críticos das obras da Rotunda, por exemplo, de ir licenciar-se em arquitectura e/ou engenharia...antes de se candidatarem à autarquia.
Agradeço-lhe o seu conselho, sobre o segundo da por si aventada lista, tanto mais que Sérgio Martins até faz o favor de escrever neste blogue (assinando com o seu nome ou com nome suposto), e de me honrar com a sua amizade. Dito isto, talvez seja útil lembrar-lhe que cabe (ou devia caber...) aos cabeças de lista escolher os respectivos parceiros, bem como o seu lugar na dita...
Boa noite. Realmente o Infante D. Henrique passear-se algures em Tomar este mês sob um pseudónimo é interessante. Mas falando mais a sério tem razão quando diz que a imagem e respectiva publicidade no geral foi bem conseguida. O resto...é com as gentes de Tomar que eu sou um forasteiro. Cumprimentos.
Acabei agora de rever, na RTP Memória, o Frei Luís de Souza.
O filme começa com uma referência a Camões. Sensibilizou-me. Por favor não falem de falsas estátuas...
O drama de Portugal, após Alcácer Kibir, e o de D. João de Portugal, colocam-me em retiro espiritual, onde pergunto: haverá outro Alcácer Kibir ?
Não me falem em listas, que me fazem sorrir.
E ainda não viram que as minhas previsões se cumpriram ? Ou será a realidade que se engana ?
- Romeiros. Romeiros. Quem sois vós ?
- Ninguém. Somos tomarenses perdidos.
SÉRGIO MARTINS
Realmente o infante D.Henrrique e o D.nuno alvares pereira devem estar ás voltas la nas pedras onde os meteram. Se a D.Alice Quiterio tivesse visto isto de uma aluna sua...ai que par de reguadas nos levavamos!
E o pior é que o boletim é feito por uma equipa chefiada por uma externa ( avençada) que diz que mama 4000,00 euros mês. Só este gabinete decultura custa mais por mês que os varredores da cidade, ou mesmo jardineiros em 6 meses
E é impresso em bom papel numa Tipografia de Torres Novas com uma grande tiragem.
Ora aqui se podiam poupar uns bons cobres reformulando a estratégia deste Boletim.
Mas a propaganda fala mais alto!!!!!!
Presidente-estátua a fazer de homem-zombie, como um autêntico morto vivo contemporâneo seria um chamariz para a cidade.
O gabinete em questão não é da cultura, mas da comunicação e a senhora Sandra Costa apenas tem uma avença, com a sua empresa, de 2500€/mês.
Todo o gabinete de comunicação que faz o boletim
informativo custa apenas 12000€/mês.
Nada dispendioso em demasia para uma autarquia que tem imensa actividade.
Já o valor pago à gráfica Almondina - mais de 4000€/mês é um roubo, para dois mil exemplares.
Façamos as contas:
a) 2500€/mês (trabalho do gabinete de comunicação)
b) 12000€/mês (trabalho da senhora Sandra Costa em avença)
c) 4000€/mês (despesa de impressão da Almondina, para dois mil exemplares)
TOTAL - 18.500 €/mês.
É fartar vilanagem...
Até parece que não temos boas gráficas em Tomar...santa paciência
Há uma gráfica de fora do Concelho de Tomar, e outros, a receberem desta terra. Qual é o problema ?
Os passeios de idosos nabantinos não vão todos para o distrito de Leiria para manterem os restaurantes especializados em festas abertos ?
Tomar existe para dar a ganhar a outros. Só têm de estar contentes, pois estão a cumprir o vosso destino. Não protestem muito senão o Relvas zanga-se.
Carlinhos
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