domingo, 14 de outubro de 2012

Não desanimem!

Cidadãos meus companheiros na Escola da Várzea Grande têm-me confrontado com o seu desânimo em relação à situação política local. Lastimam-se que não vêem perspectivas animadoras, que não há até agora candidatos fiáveis, que quanto a líderes e a projectos, o melhor é nem falar. Enveredam depois pela senda pretendida: "Fizeste mal em desistir; tens ideias; tens capacidade; estás livre; tens Mundo; já não precisas de fazer carreira; podes por isso cortar a direito; não te fica bem renunciar assim sem mais nem menos à tua obrigação de cidadania, ao teu dever cívico... ..."
De acordo; está tudo muito bem. Todavia, aquilo que aqui escrevi e foi interpretado como uma desistência, pode resumir-se numa curta frase: Desisto por falta de condições. Noutros termos: Não contem comigo para aventuras serôdias, do tipo movimento independente ou frente ampla, tendo como único objectivo realista animar a malta. Seria totalmente idiota e já há a nível local animadores de pista que chegam e sobram.
A minha desistência teve também outro objectivo -o de sossegar as luminárias do costume, que não se enxergando, mas julgando compreender a cidade e o Mundo, atribuem aos outros os seus próprios defeitos, pelo que se estavam a sentir incomodadas. Julgando-se fadadas para altos vôos, essas criaturas procuram afastar por todos os meios quem cuidam que lhes pode roubar os lugares a que pensam ter direito. Podem estar sossegados: não quero roubar o lugar seja a quem for. Avancem, convençam, ganhem, tomem posse, governem. É disso que a cidade precisa, que todos precisamos. Mesmo as ditas luminárias. Cá estarei para me rir ou para chorar, consoante as circunstâncias. Não esqueçam porém que costumo ser um bocadinho agressivo e cáustico quando sou forçado a chorar...
Se são dirigentes partidários, tomarenses por inteiro, e após meteram a mão na consciência, ou no que dela resta, concluírem que seria conveniente trocarmos ideias em prol do futuro desta terra querida, contem comigo. Basta marcar a data, o local, a hora e os temas a abordar. Privadamente, bem entendido. Espectáculo só posteriormente, no caso de...
Em termos simples e directos: caso achem conveniente e consigam convencer-me a partilhar uma última empresa política local, a noiva não ficará no altar por falta de comparência do noivo. Não se sintam porém constrangidos. Não ficarei mesmo nada zangado se puder continuar tranquilamente a escrever em Tomar a dianteira, como mero espectador atento e infelizmente pagante. Eis quanto!

4 comentários:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

António Rebelo,

Um JOVEM! Um jovem sim, de boa formação política, que não fale aos berros, que seja afável e humilde perante os munícipes, que reúna a si bons e experientes tomarenses, podendo recrutar alguns fora do partido. Um JOVEM simpático, pleno de generosidade para com os seus vizinhos e conterrâneos. Um JOVEM daqueles que se escondem, revelam até falta de ambição pelo poder, mas que quase naturalmente decidem bem. Um JOVEM, que não seja vaidoso, que não tenha vícios, com bom nível cultural. Um JOVEM que se apresente aos tomarenses determinado a representá-los respeitosamente.

Eu conheço esse jovem. Vive em Tomar. Os tomarenses iríam olhar para ele e perguntar: Porque não?!

Vê se descobres qual é esse jovem que existe em Tomar, que eu conheço, e toca a apoiá-lo. É um daqueles jovens que precisa de ser empurrado, levemente, com cuidado, porque ele pode andar assustado com a voragem dos dias que correm.

Se adivinhares quem é, dá-lhe um empurrão; não o atices, empurra-o levemente.

A maioria dos mais velhos o que tem é afigurações, carregadinhos de vícios, e conseguem, às vezes, fazer crer que presidir a uma câmara não é para toda a gente.

Um JOVEM, firme formação democrática, nascido depois de Abril 74.

Digo eu.



Anónimo disse...

E dizes bem. Mas um jovem assim, lançado aos leões tomarenses? Não será melhor iniciar-se como segundo, para adquirir experiência e "ganhar calo"?
Quererá queimar-se logo à primeira, caso vença? Saberá ultrapassar uma dívida de 40 milhões, montes de problemas e anos de marasmo? Com quem? Com quê? Como?

Leão_da_Estrela disse...

Caro prof.

Homem, avance!

Divergimos bastas vezes, mas a opinião que tenho de que é um homem honesto e interessado na resolução dos problemas da nossa terra, ganha o meu apoio, ainda que simbólico, uma vez que não sou eleitor em Tomar.

Tenha é cuidado com a companhia...

Cordialmente

Anónimo disse...

Para Leão da Estrela:

Muito obrigado pelo apoio concedido. Sabe sempre bem merecer a confiança de pessoas com quem já se trabalhou noutras circunstâncias.
Sucede contudo que a situação é algo diferente. Considero que não depende de mim que haja ou não candidatura, mas sim dos partidos da nossa praça. Isto porque decidi não aceitar integrar qualquer lista independente, dada a extrema gravidade da crise concelhia. O que supõe que algum partido me convide e então podemos conversar, ou que ninguém convide, caso em que ficarei a ver. Inclino-me mais para esta segunda hipótese, visto que os senhores dirigentes partidários não gostam de quem pense pela sua cabeça e tenha planos de elaboração própria.
Assim sendo, vou mostrando disponibilidade mais para que depois não digam que fugi às minhas obrigações de cidadania, do que para convencer quem quer que seja, sabido como é que os tomarenses em geral "nunca se enganam e raramente têm dúvidas". Por isso estamos tão bem!