quarta-feira, 13 de maio de 2009

ORTODOXIA E LIBERDADE

Pé ante pé, se calhar de pantufas, em todo o caso sem ruído ou explicação, tal como tinha vindo, um dos nossos cinco seguidores mudou de opinião e foi seguir par outros lados. Fê-lo no pleno direito de opção que a cada um cabe, na sequência de observações nossas sobre comportamento e vocabulário político característicos do PCP. Aqui resolvemos referir o facto para informação dos nossos leitores e para acrescentar que, como em qualquer outra sociedade organizada, na nossa convivem assim-assim dois grandes grupos humanos -os que convivem mal com a liberdade e os que convivem mal com a ortodoxia. Pertencemos desde sempre a este último universo. Temos sempre presente o dito de Vladimiro Lenine (que tal como Salazar, ou qualquer outro governante, de esquerda ou de direita, fez e disse muita asneira também), "Quando os meus adversários estão de acordo comigo, pergunto logo a mim próprio que erro cometeste Vladimiro?"
No caso presente, o gesto do referido seguidor, por motivos que ele decerto saberá, leva-nos a comentar um assunto que era nossa intenção passar sob silêncio, por não se inserir na realidade política local, em sentido restrito. Referimo-nos ao badalado e lamentável incidente ocorrido na manifestação do 1º de Maio.
Em qualquer país, cujas autoridade garantam as liberdades fundamentais, tal como presentemente acontece entre nós, a violência sob qualquer forma é intolerável e injustificável. Sem qualquer limitação ou condescendência. Não passa de trôpega tentativa de justificação, de óbvia hipocrisia, ou de jesuitismo serôdio, a alegação de que a ida da delegação socialista foi uma deliberada provocação. A aceitar-se semelhante enormidade, estaríamos a legitimar igualmente todos aqueles que roubam e depois dizem que "se não roubo eu, roubam os outros". Ou os violadores garantindo perante os juízes que "elas estavam mesmo a pedi-las". Uma outra faceta da bem conhecida conhecida e perigosa teoria do "processo de intenção", já aqui anteriormente referida.
Que em 2009 um cidadão com internet e facilidade de escrita demonstre objectivamente conviver tão mal com a liberdade, eis um facto que nos deixa seriamente preocupados com o futuro da comunidade tomarense. Porque, como diz o povo, não é possível fazer chouriços sem carne.

7 comentários:

Anónimo disse...

Por enquanto, a liberdade que temos em Portugal ainda tem que suportar textos como o presente: demagógico, hipócrita e saudosista. Sabemos perfeitamente que quem tanto diz amar a liberdade é afilhado de um honesto fascista e teria vivido sob o regime deposto em 25 de Abril eternamente...

Anónimo disse...

O "e-parliement" (ver site)
classificou Portugal com nota máxima (12), estando assim entre os países mais democráticos (democracia aberta)do mundo, ao nível do U.K., EUA, França, Cabo Verde, etc..

Ai se fôssemos capazes de usar esta conquista de Abril de 74 para fazermos melhor as coisas!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Para anónimo das 17:15:

A sua argúcia é tão evidente que não consegue enxergar ser impossível escolher a família. Podem-se escolher os amigos. A família não. E o local de nascimento também não. Quanto ao seu processo de intenção "Sabemos perfeitamente que..." é uma tal burrice que nos deixa seriamente preocupados com o futuro. Porque não é impunemente que você ousa escrever "Por enquanto a liberdade que temos em Portugal ainda tem que suportar textos como o presente..." Quererá você insinuar que ainda tem esperança numa vitória do proletariado, logo seguida da ditadura do dito, liderada pela vanguarda esclarecida, da qual você faz naturalmente parte? Deixe-se de fantasmar. Desça à terra. Tenha a coragem de se assumir. Encare as coisas como elas são.

Sebastião Barros disse...

A sua resposta, senhor Caiano, sendo cordata e correcta, é bem mais eloquente do que tudo aquilo que possa pensar. Os nossos agradecimentos.

Unknown disse...

Boa noite.

Como já oportunamente lhe referi, utilizo este "estratagema" para ir seguindo no meu e-mail a "discussão" que venha a haver sem que eu queira comentar seja o que for.

A inferência que Vossa Excelência faz, fez ou fará é, obviamente, da sua inteira responsabilidade e por sua conta e risco.

Anónimo disse...

Dialéctica, dialéctica, dialéctica...