sexta-feira, 29 de maio de 2009

ANÁLISE DA IMPRENSA LOCAL E REGIONAL

Redacção de Tomar a dianteira Colaboração CLIPNETO
Esta semana O TEMPLÁRIO foi mãos largas. Reproduziu a nossa peça sobre a intervenção de José Lebre na sessão pública da autarquia e foi buscar umas intervenções de leitores nossos, já velhotas, sobre o choupal do Açude de Pedra (agora com o acesso vedado) e as suas excelentes qualidades como local para namorar. Nos idos do século passado, que agora qualquer local serve, tal é a pressa em passar aos finalmentes. De qualquer forma, os nossos agradecimentos ao semanário dirigido por José Gaio. Sirvam-se à vontade. Enquanto houver, claro!
No CIDADE DE TOMAR três tópicos a merecerem destaque e cuidada atenção: A entrevista de Rosário Simões, um artigo de opinião assinado Luis Ferreira, sobre a crise na Platex/IFM e a entrevista de um estudante belga, Thibaud Berkvens, que esteve e Tomar durante três meses, a estagiar sob a égide do Programa Erasmus e do IPT.
A entrevista da vereadora Rosário Simões pareceu-nos três vezes estranha. Estranha pela forma, que torna a sua eventual leitura bastante árdua; estranha pelo conteúdo, pois tudo o que lá é abordado já antes era do conhecimento público; estranha enfim pelo momento em que é publicada, dado que a entrevistada tem geralmente tanto de honesta, devotada e competente, como de discreta. Falta, por conseguinte, encontrar uma explicaçao cabal para semelhante situação, que em política nada acontece por mero acaso. Simples receio de vir a ser preterida no terceiro lugar da lista?
Luis Ferreira, com quem nem sempre concordamos, tanto em termos de forma com de fundo, publica neste caso um bom texto, no qual alinha tudo o que deve ser dito, sobretudo nesta altura de crise. "Mas alguém imagina que uma empresa pode pagar o que quer que seja se não vender? Que pode manter mais de 200 empregos se não produzir? Que o Estado ou algum banco viabilizam uma empresa bloqueada, que não produz, nem vende?" Tem razão Luis Ferreira neste caso. A conhecida política do "Quanto pior melhor" nunca passa do pior. E somos sempre nós, os contribuintes todos, a pagar. Assim ou assado.
As declarações do citado estudante belga parecem-nos importantes porque ele veio de e voltou para outro mundo -a Europa do Norte, ou Europa Anglo-Saxónica, maioritariamente protestante, por oposição à Europa Latina, maioritariamente sob a alçada do Vaticano.
Não é o local nem o momento para ampliar a questão. Queremos apenas realçar algumas passagens da entrevista, por nos parecerem muito pertinentes. Questionado sobre a forma como encaramos o turismo, foi directo: "Há muitas falhas em termos de infraestruturas, falta sempre alguma coisa essencial. No caso do Convento de Cristo, onde fiz a parte principal do estágio, começa logo por falhar o acesso, o largo de estacionamento, a sinalização. Toda a sinalização devia ser prática e eficaz, e isso não acontece. Devem ser melhoradas as infraestruturas, a organização." Sobre a nossa comida também não teve papas na língua: "Confirmei que a comida é diversificada, mas falta-lhe alguma originalidade. Quando comparada com a comida belga, senti falta de molhos, que dessem consistência às carnes. Há uma certa rotina..."
Assim falou um jovem estudante, turista estrangeiro, ainda com muita falta de experiência e de conhecimento do mundo, mas igualmente com a língua ainda sem os travões ditados pelas conveniências, conquanto se note, apesar de tudo, que procurou não ser agreste. Agora imaginem o que pensarão os passarões velhos que por aqui passam de visita, após dezenas de outros países...
Destaque outrossim para uma local do MIRANTE, na página 43, mas com pequena chamada na primeira página: "Auditoria às contas da Festa dos Tabuleiros de 2003 -Câmara Municipal de Tomar quer contas encerradas e esclarecidas".
Na nossa opinião, parece haver inversão. O que a autarquia deve querer é as contas esclarecidas e encerradas. Ou estaremos a ver mal? É que a prosa da notícia tem ainda uma outra ferida -"Corvêlo de Sousa deu uma resposta breve mas concisa". É indubitável: se foi breve, só pode ter sido concisa. Avancemos...
Sobre o fundo da questão, parece-nos que desencadear uma auditoria só seis anos após a ocorrência dos factos, ou é humorístico ou surrealista, que o surrealismo está agora muito na berra por estas paragens. O imbróglio começa logo na comunicação social tomarense. O CIDADE de TOMAR finge que não sabe de nada, para não enxovalhar o seu director. O TEMPLÁRIO, por sua vez, abstém-se nessa matéria, se calhar para que ninguém pense que se está a meter com o semanário vizinho.
Salvo melhor opinião, sendo conhecido que nunca houve carta de missão, nem guião, nem folha de estrada, nem algo que se pareça com planeamento, nem relação de normas e procedimentos, a única coisa de que se pode agora acusar o mordomo António Madureira é de ter sido pelo menos triplamente imprudente. Imprudente porque aceitou uma empreitada para a qual não estava preparado. Imprudente porque avançou desprovido dos mais elementares planos de actuação. Imprudente, enfim, porque embarcou, ou foi embarcado, em compras mal justificadas e numa contabilidade demasiado aproximativa.
Face a tudo isto, que se pretende afinal determinar, agora, seis anos passados, com a auditoria em curso? Se já na altura faltaram documentos, esperam encontrá-los agora? Têm a certeza que a auditoria não vai custar-nos, aos contribuintes, mais do que as dívidas ainda existentes? Não? Então também não deve ser grande coisa. Em geral os bons auditores fazem-se remunerar a peso de oiro.
Tratem mas é de liquidar os compromissos existentes para com os credores, desde que devidamente justificados, bem entendido; encerrem as contas e agradeçam ao mordomo os leais serviços prestados à comunidade tomarense. Se acharem que o devem fazer, está claro. Ficaremos todos a ganhar. Experiência.

7 comentários:

Anónimo disse...

Luis Ferreira, estratega-mor dos socialistas de Tomar escreve e diz, bem alto, o que outros só sonham pensar.

Num tempo de cada vez menos se vê desassombro e coragem nos titulares de cargos públicos, esta forma de estar e de sentir, diz-nos que nem tudo está perdido pelas terra do naba.

Anónimo disse...

Falta acrescentar que é humilde, como se vê até neste comentário.

Há os salvadores da Pátria e os de Tomar, este é um belo exemplo.

Cantoneiro da Borda da Estrada disse...

Felicito O TEMPLÁRIO por ter reproduzido uma peça do seu blog, dando-lhe justa importância. Talvez devesse criar uma secção sobre o que se vai escrevendo na blogosfera tomarense e o seu é riquíssimo em material sobre a vida local e, pelos vistos, à borliú.

O Senhor já está a aproximar-se dos 300 posts em reduzido tempo e quase todos de, na minha opinião, muito boa qualidade.

Parabéns ao TOMAR A DIANTEIRA!

Sebastião Barros disse...

Muito obrigado. É por causa de conterrâneos como o senhor que vamos continuando com a mesma alegria e entusiasmo do primeiro dia, sempre em prol da comunidade tomarense. Apesar das múltiplas adversidades, sobretudo da parte de alguns cuja pobreza de espírito, além de confrangedora é psicologicamente desgastantes.

Muito agradecidos em nome de TaD

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Vai lá, vai! Com um elogio desses estás que nem um pavão, n'é, ó 'Bastião???