ANÁLISE DA IMPRENSA LOCAL E REGIONAL

Redacção de Tomar a dianteira Colaboração CLIPNETO

Semana pacata para "Tomar a dianteira", esta que agora termina. E ingrata para os que usualmente nos criticam. Desta vez não podemos enaltecer a imprensa regional e vão, por isso, ficar sem alguns cartuchos, do tipo "o gajo só gosta do que é de fora". Coisas.

Visivelmente solicitados por outras bandas, tanto O MIRANTE como O RIBATEJO, apenas se referem a Tomar no caso do Congresso da Sopa, que tem direito a foto de página inteira no semanário sediado na Chamusca.

Em contrapartida, os dois semanários locais apresentam-se mais recheados. CIDADE DE TOMAR, o decano, faz manchete com o triste caso de um doente, obrigado a chamar a PSP após 8 horas de espera, para ser consultado. Passou-se na urgência do Hospital de Tomar. Fora da urgência já sabemos todos que há casos em que é preciso esperar anos. Ou abrir a carteira e ser atendido pelos mesmos médicos mas "no privado". Assim vamos...

Também no semanário dirigido por António Madureira, uma referência para a manifestação de trabalhadores da IFM e da João Salvador, estes agora um pouco mais aliviados, visto que entretanto receberam o ordenado de Fevereiro, foi-lhes prometida a liquidação do resto logo que possível, e a empresa continua a laborar normalmente.

Outro tema importante no CIDADE DE TOMAR é o anunciado encerramento do RIO BAR, a discoteca situada junto ao rio entre a Ponte Nova e a do Flecheiro. O proprietário lastima-se de que, com as obras do paredão, o acesso se tornou muito difícil, da falta de estacionamento, dos degraus enormes e do constante cheiro nauseabundo proveniente do improvisado urinol resultante do novo "deck". Temos portanto mais um caso em que "o doente morre da cura". Gastou-se ali tanto dinheiro, entre outras com a alegação de que era para desenvolver uma zona de lazer e de bares, quando afinal agora até um dos estabelecimentos que já existiam antes é forçado a fechar portas. A incompetência e o deslumbramento face aos fundos europeus têm destas consequências... E depois os que em tempo útil criticaram mais ou menos asperamente as asneiras já em perspectiva é que não passavam de simples adeptos da má-língua. Vê-se!

Habitualmente pouco dado à política local, porque mais "virado" para o "fait-divers", desta vez O TEMPLÁRIO, fosse porque fosse, esmerou-se. Nada menos de três assuntos de grande impacto logo na primeira página. Em manchete, a já amplamente divulgada intervenção cidadã do arq. Lebre, na recente reunião pública do executivo, também já aqui comentada. Mais abaixo uma matéria que congrega as assinaturas de José Lebre, de Isabel Miliciano, de António Rebelo, de João e Joaquim Oliveira Baptista. Falamos do estranho caso da cobrança da taxa de tratamento de esgotos durante mais de sete anos, sem que alguma vez os consumidores/pagadores tenham sido informados dos resultados das análises de tal serviço, em contradição com o preceituado na legislação. Face à ausência de tal informação, há fundadas suspeitas de que o serviço cobrado nunca foi prestado, podendo por isso vir a ser determinado pelo foro competente o reembolso integral dos quantitativos entretanto arrecadados. A ser assim, os SMAS/Município de Tomar, vão ter de arranjar mais de 6 milhões de euros para cumprir a legalidade. Assunto a seguir com atenção neste ano tri-eleitoral.

O terceiro tema importante do semanário dirigido por José Gaio é o anúncio de alguns dos mais importantes candidatos nas listas dos Independentes por Tomar, assunto ao qual já nos referimos em texto anterior. Resta apenas acrescentar que tal divulgação, ainda que bem recente, já começou a produzir reacções. O PSD local procura desesperadamente uma coligação com o CDS e mais quem vier, mas esbarra num obstáculo de peso -no caso do CDS não sabe com quem há-de contactar a nível local, pois os únicos dois militantes conhecidos do partido de Portas são funcionários municipais, não sendo muito ético misturar contactos funcionais com contactos políticos. Pouco a pouco as coisas lá vão aquecendo. Mesmo no vale do Nabão, habitualmente tão calmo.