sábado, 5 de maio de 2012

Chuva molha a sopa no congresso









Conforme aqui previsto (Ver post "Perspectivas sombrias para o XIX Congresso da Sopa", de 01/05/2012), relativamente pouca gente na 19ª edição do Congresso da Sopa. Menos restaurantes, menos sopas e, com alguma boa vontade, à volta de meio milhar de congressistas pagantes. Menos de metade do ano passado. Culpa não só do tempo incerto, mas também da conjuntura deveras adversa (desemprego, portagens, aumento de impostos, incerteza, redução de salários, campo semântico negativo do vocábulo "sopa"...). Havia também dentro do recinto quem opinasse que a fórmula está esgotada. É provável que tenha alguma razão. Sobretudo tendo em conta que um dos problemas basilares desta terra reside no facto de se transformar qualquer evento em mera repetição das edições anteriores. Num mundo em mudança permanente e cada vez mais acelerada, talvez não seja a melhor prática possível. Tanto mais que, desde o início desta crise, (que ninguém sabe quando e se vai acabar), se vem tornando cada vez mais imperativo avaliar cada realização unicamente em função do valor acrescentado transaccionável. Coisa nunca feita por estas bandas, porque jamais admitida, na boa tradição da esmolinha do tempo das vacas gordas e das farturas orçamentais, que tudo cobriam com os seus mantos.
As fotos supra foram obtidas entre as 12H15 e as 12H30 de hoje, antes portanto da entrada dos pagantes do costume...

5 comentários:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

A propósito deste e dos dois últimos Posts:
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Confesso estar agora arrependido de não ter ido este fim de semana a Tomar, o tempo afinal parece estar maneirinho, a gasolina um pouco mais baratinha e, além do mais, há por aí outros eventos importantes. Lá se foi a Sopa. Confiei no mau presságio e agora estou danadíssimo. A culpa não foi só minha...

Felicito o Tomar a Dianteira, agora mais aproximativo ao Sr. Carrão, legítimo presidente da CMTomar, e pelo abandono definitivo do disparate de querer eleições antecipadas. Foi uma batalha longa e frenética - perdida, como esperava. Nunca percebi bem qual era a guerra. Nos nossos dias as coisas em política mudam depressa: até o Professor de Economia, Luís Duque, está a mudar. Viram-no ontém no "Expresso da Meia Noite"?! Nos debates televisivos já não aparecem só os paneleiros (não tenho mais "ii") nomeados por instruções de Miguel Relvas. Está tudo à defesa, a querer sacudir a água do capote. Estamos a viver uma feroz tentativa de golpe de Estado, no auge de uma crescente feroz luta de classes, a que chamam de leis e imperativos dos "mercados". Até o PS parece estar a reconciliar-se com a história recente... e o figadal inimigo do Heterodoxo, o Pacheco de Rio Maior, às cambalhotas com a realidade que o atormenta, a proteger-se, em recurso, com a sua costela maoísta.

Duvido bastante, mas oxalá monsieur Hollande ganhe as eleições - o meu Zézito francês. Anda por ai muito salazarista, muito fascista, muito nazi, muito sacana, alguma porca gente deste País, que diz defender o "País", "Portugal" e os trabalhadores, a desejar a sua derrota. Nem nos passa pela cabeça a importância dessa vitória para equilibrar a luta contra os novos Patrícios da Europa, os assassinos dos Gracos da antiga Roma Democrática, os mesmos que em Portugal concentraram o seu ódio no meu Zézito.

A propósito do evento em Tomar em torno de intelectuais portugueses, recomendo que leiam ou releiam um pequeno livrinho, cabe num bolso, da Coleção SABER, Eur. América, "Lutas Sociais na Roma Antiga", de Léon Bloch. Lê-se num tiro, 227 páginas das pequeninas, para perceberem melhor o que está em disputa neste momento na Europa, e, particularmente, em Portugal, desde o início da crise internacional. Não saltem páginas antes de chegarem à Parte III. E recomendo-o a catedráticos, professores, estudantes, funcionários públicos, militantes de todos os partidos, jornalistas, operários e restantes trabalhadores nabantinos. E, obviamente, ao Dr. Rebelo.

Amarelento, ripei dele da prateleira e reli-o (sei eu lá porquê?), e recomendo a sua leitura ou releitura.

As crianças portuguesas vão ter outra vez exames na "quarta classe" e numa escola no Algarve há patrulhas de nénés a porem os outros na ordem e a bufarem dos mal comportados, com alguns professores a ajudarem.

Recomendo também a leitura ou releitura do tal livrinho pequenininho aos prezados comentaristas deste blogue, senhores Leão da Estrela e Norberto Leal. A bem dizer meus camaradas, mas da linha vermelha, eu sou da linha negra.

Unknown disse...

Podias aproveitar o ensejo para recomendar também a leitura da entrevista do catedrático Boaventura Sousa Santos ao i de hoje. É sempre bom saber que, segundo o distinto universitário, o ministro Gaspar tem passaporte português mas é alemão (!!!). E depois eu é que sou um reaças ao constatar que a malta da esquerda está cada vez mais baralhada...

alexandre leal disse...

Essa de comparar ternamente o candidato socialista às eleições em França ao Pinóquio!

Vicissitudes e necessidades!

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Desculpe Sr. Alexandre Leal, enganei-me no seu nome.

alexandre leal disse...

Por não ter a erudição de V.Exa. não entendo tão fina ironia(?).

Cumprimentos.