quarta-feira, 23 de maio de 2012

Harvard, a melhor universidade do Mundo - Conclusão



A elite dos estudantes de Harvard tece as suas teias nos "final clubs"


"Embora continuem a ser uma especificidade dos campus universitários americanos, como por exemplo Princeton ou Yale, as sociedades secretas de estudantes tornaram-se conhecidas em França através de filmes como The Graduate (1967), com Dustin Hoffman, ou de romances como Love Story, de Eric Segal (1970).
A partir da observação feita enquanto professora na instituição, a socióloga Stéphanie Grousset-Charrière efectuou, no âmbito da sua tese de doutoramento, um inquérito sobre esses clubes de estudantes, locais misteriosos onde se forjam, se consolidam e se reproduzem as teias das elites americanas.
Em Harvard há oito principais final clubs. Muito fechados, exclusivamente masculinos e ainda muito marcados pela tradição WASP (White-Anglo-Saxon-Protestants), [os americanos pura lã], contam cada um entre 20 e 40 estudantes. Perante tal ostracismo, as raparigas tentaram criar as suas próprias estruturas. Nos anos 90, foram criados 7 clubes. Mas a experiência malogrou-se, por falta de recursos monetários e sobretudo de instalações.
Porque uma das grandes vantagens dos clubes masculinos é que eles herdaram um fortuna colossal, ao serem declarados donos dos edifícios-sedes, cujo valor foi avaliado em 2006 entre 17 e 20 milhões de dólares. São oito magnífícas mansões antigas, situadas no centro do campus, com vários salões, talha de mogno e pessoal doméstico. São representados na planta da universidade, mas sem qualquer indicação específica.
A admissão está reservada unicamente aos respectivos membros, salvo em caso de convite, mas mesmo assim só nos salões de recepção, onde têm lugar com alguma frequência festas sumptuosas. Os quartos e os andares superiores são domínio exclusivo dos membros do clube.
Não entra quem quer em tais clubes. É-se sondado após um longo processo de selecção, que dura grande parte do segundo ano. Para se ser escolhido, mais vale ser rico. Cada membro tem de pagar uma jóia entre 2 e 3 mil dólares mensais. Ser campeão nalguma modalidade desportiva constitui uma vantagem decisiva no processo de candidatura. Mas a selecção é severa e só entre 5 e 10% dos sondados acabam por ser admitidos.
O novo membro acaba por saber da sua admissão no clube graças a um cartão de convite, metido por baixo da porta do seu quarto durante a noite. Começam então os ritos iniciáticos, que são naturalmente secretos.
A selecção e o segredo são as duas traves mestras da sobrevivência destes final clubs. O próprio conteúdo dos famosos segredos, aliás frequentemente decepcionantes, não tem qualquer importância. Já a existência de tais agremiações, traça uma fronteira entre os iniciados e os outros. Para conservar o seu prestígio, os clubes cultivam uma relativa permeabilidade com o exterior: alimentam-se alguns rumores e facilita-se uma ou outra fuga de informação.
Este mundo paralelo desagrada de resto à própria direcção da universidade, que tentou sem êxito acabar com ele e agora se limita a tolerá-lo. Embora tenham perdido alguma da sua antiga importância, continuam a ser bastante influentes. Precisamente por ser assim que a alta sociedade americana -não tão meritocrática como por vezes se pretende- cultiva o seu meio."


Isabelle Rey-Lefebvre, Le Monde, 17/05/2012, página 16

1 comentário:

Pata Brava Tomarense disse...

Professor Rebelo escrevo-lhe no curto tempo que tenho para lhe perguntar para que serve este artigo no seu blogue de Tomar? Para nada! Orgasmo intelectual porventura.
Se serve então também emitir opinião sobre o seu grande amigo que subiu a pulso como o senhor tanto gosta de apregoar também serve ou não lhe interessa. Relvas e Pedro Marques subiram a pulso. Sabe a que me cheia a sinónimo de “subir a pulso”? Todos nós ou quase todos subimos a pulso como gosta de escrever. Todos tiramos um curso, todos fizemos família, abraçamos uma profissão, somos bons no que fazemos, somos felizes com a felicidade dos outros e o seu sucesso pessoal e profissional. Existe uma diferença entre nós e os dois penduras acima: temos o valor de respeitar o próximo e agradecer aos outros o profícuo trabalho que têm desenvolvido pela sociedade. Professor deixo-lhe um desafio: pergunte a Pedro Marques como é que Relvas de um ano para o outro se tornou rico. Fico admirado com a sua frontalidade e ao mesmo tempo com o seu comportamento protector para com Relvas. Será que precisa dele para ser Presidente da Câmara? Não vejo outra razão. Faça um desenho para ver se percebo. O senhor e outros mais aqui de Tomar fazemos mais pela terra de uma forma silenciosa e incógnita quanto baste do que estes príncipes a cair em desgraça. Veja DuarteLima, Vale e Azevedo e outros mariolas. Acredito na sua sabedoria por isso não vá pelo Relvas que lhe fica muito mal e assim perco (perco eu e muitos mais) a esperança de tê-lo como Alcaide-mor de Tomar. Considero-o como a pessoa mais capaz e por isso a mais agregadora de vontades só lamento que Pedro Marques continue autista e não goste de si mas enfim são idiossincrasias de quem nunca aprendeu com as cambalhotas da vida. Saudações blogueiras ao Professor Rebelo.