Diz o povo e é verdade que "O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita". Em mais uma visita às malfadadas obras da Estrada do Convento, feriram a minha pele de tomarense dos quatro costados dois detalhes que no futuro irão decerto revelar-se importantes. Tencionava por isso apontá-los com toda a precisão, de forma a que pudessem ainda ser reparados. Todavia, lembrei-me logo a seguir que os detentores de algum poder iriam desabafar, como é costume, que "Por acaso tudo isso até já está previsto no projecto, pelo que o melhor é meter a viola no saco e aguardar pela conclusão da empreitada."
Limito-me assim a dois recados deliberadamente assaz vagos. 1 - Começaram agora a reparar a multicentenária Calçada de S. Tiago. Pelo que vi, mesmo tendo em conta que não passo de um reles leigo na matéria, considero que não estão a ser respeitadas as melhores práticas usuais naquela nobre arte. Culpa do projecto? Dos calceteiros? De ambos? De terceiros? Após a conclusão da obra, logo viremos a saber. Mesmo se entretanto alguns responsáveis locais se lastimarem uma vez mais que ninguém os avisou atempadamente. 2 - Por vias que também em devido tempo terão de ser esclarecidas, a EDP -uma empresa privada, agora controlada por capitais chineses- conseguiu abichar um local para um posto de transformação, nas obras do paredão junto à fachada norte do Convento. Tadinhos! São tão pobrezinhos que tiveram de se pendurar nos fundos europeus e na usual generosidade da autarquia tomarense para obter mais uma cabine de transformação em local estratégico e de propriedade pública. Quando um dia houver necessidade de demolir tudo aquilo para recuperar finalmente e com a merecida dignidade o alambor templário, vai ser cá um encrencanço pior que o Deus nos livre! Ai vai vai!
Convém por conseguinte que todo o processo tenha sido e continue a ser de uma inquestionável transparência, bem como totalmente legal. Se por improvável acaso houvesse esqueletos nos armários, iria ser uma maçada em Outubro de 2013...
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