quinta-feira, 24 de maio de 2012

Têm de rolar cabeças?

Na edição da semana passada do programa "À conversa com elas", na Rádio Hertz, a representante do PSD local foi peremptória: No caso das demoras na prestação de auxílio a vítimas de doença súbita, "têm de rolar cabeças". Suponho que se não tivesse nascimento tomarense e mais de 60 anos de vivência nas margens nabantinas, teria exclamado -Credo! Estamos de novo em plena fase de terror da Revolução Francesa! Assim porém, mesmo não sendo inteligente por aí além, percebi que em tomarês "têm de rolar cabeças" significa apenas "tem de haver culpados, porque estamos mesmo a precisar de bodes expiatórios". "Penso eu de que", fazendo apelo aos meus modestos conhecimentos de semântica... Que nesta bendita terra nunca se sabe.
Em qualquer caso, numa autarquia em que manifestamente as boas notícias são apenas fruto do acaso, sendo as "argoladas" a regra, pretender punir bombeiros que afinal se limitaram e limitam a cumprir ordens...quando as há, no meu entendimento releva mais da tentativa de caça às bruxas que da vontade de fazer justiça.
Falando francamente, também me parece que deviam ter rolado cabeças. Em tempo útil. Mas não eram propriamente cabeças de bombeiros, que esses fazem sempre muita falta, para o que der e vier. Agora que deixaram passar a janela de oportunidade, não vale a pena vir fazer versos à Lua, só para ornamentar a triste e trágica política tomarista. As próximas autárquicas são já ali adiante. E, como dizia o poeta espanhol Miguel Hernandez, "o futuro é o único lugar para onde podemos ir". Com ou sem cabeças a rolar...

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