quarta-feira, 17 de abril de 2013

Enquanto por aqui se insiste em viver do maná governamental...

Foto adicionada por Tomar a dianteira

"Chambord procura atrair mais visitantes para rentabilizar a exploração"

"O auto-financiamento  é o objectivo para 2019"

"Imagine uma floresta tão grande como Paris intra-muros, com a maior cerca da Europa. É a Tapada Nacional de Chambord, cuja integridade e unidade económica  foram preservadas desde a sua fundação pelo rei François I "no meio do deserto", em 1519.
Mas o mais célebre dos palácios do Vale do Loire engloba também uma povoação com uma centena de habitantes, com arrendamentos comerciais e um parque de estacionamento muito lucrativo, bem como uma mata rica em veados e javalis. Tudo para ser adequadamente administrado e rentabilizado.
Diplomata de carreira e ex-conselheiro cultural em Berlim, Jean d'Haussonville foi nomeado em 2010 director geral de Chambord, com um mandato de cinco anos, e acaba de apresentar o seu projecto estratégico (2014-2019), o que acontece pela primeira vez. O principal objectivo é atingir o auto-financiamento, que passou de 69,5% em 2006 para 81,4% em 2012. "Não é uma ideia fixa", esclarece d'Haussonville, mas é muito pertinente, tendo em conta a grande necessidade de investimento em Chambord, actualmente da ordem dos 2,5 milhões de euros anuais, dos quais 1,7 milhões para o palácio. A ideia de base é que as ajudas do Estado sejam orientadas para os investimentos necessários, e não para as despesas de funcionamento.
Sem a extinção das caçadas presidenciais, em 1995, e a transformação do monumento em Estabelecimento Público Industrial e Comercial - EPIC, em 2005, d'Haussonville não teria podido apresentar agora semelhante ambição.
Em 2011 teve início  uma terceira fase discreta de restauro (após as de 1890 e 1980), que visa uma das quatro torres com as respectivas varandas e as obras de arte adjacentes. Mas Chambord são também 50 construções classificadas, entre as quais sete pavilhões florestais, pontes, uma igreja e uma capela, tudo em plena mata.
O projecto estratégico engloba vários eixos de desenvolvimento. O primeiro são os eventos culturais e artísticos, com exposições, e pretende acabar com a falsa ideia de que "Chambord é um palácio vazio", quando na verdade tem 4.500 obras de arte. Quantitativamente, pretende-se atingir o milhão de visitantes anuais, em vez dos actuais 775 mil. Para atrair mais visitantes, pensa-se restaurar os jardins exteriores e as zonas de transição para a mata.
Outro eixo é a área do turismo, com o aumento da capacidade de alojamento, que passará para 120 camas. Além dos dois albergues rurais, há dois outros programas hoteleiros em estudo, prevendo-se a inauguração em 2015 de um hotel de luxo, com vista para o palácio.
Está também previsto valorizar a mata e a reserva nacional de caça, com vários programas científicos europeus, que vão permitir o estudo da rica fauna selvagem existente em Chambord."

Alain Beuve-Méry, Le Monde, 13/04/13, página 12 

1 comentário:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

E Tomar com essa maravilhosa Mata dos Sete Montes, ali mesmo no sopé do Castelo! Um maná. Mas com aquelas obras em cimento lá no cimo... Todas aquelas compartimentações poderiam ser marcadas com sebes e cercas, definidas com ramos e árvores da própria floresta. Ficava lindíssimo! Um técnico paisagístico poderia elaborar um projeto que deitasse abaixo aquela porcaria vergonhosa junto ao alambor e cercanias.