segunda-feira, 22 de abril de 2013

Uma via a considerar...


Nunca tinha considerado tal hipótese, mas pronto. Admito que seja uma via a considerar. Pelo menos como simples hipótese de trabalho. Falo do Elefante Branco da Levada. Como até agora ainda ninguém conseguiu explicar em detalhe o que lá querem deveras fazer, nada impede que a recém-criada Associação dos ex-trabalhadores de Fábricas Mendes Godinho ali possa vir a ter a sua sede, bem como instalações para acomodar dignamente o espólio da empresa, que como se sabe faliu por excesso de chefes e falta de índios.
Na mesma linha de orientação, conviria a seguir restaurar as instalações e nelas instalar as associações de trabalhadores das seguintes empresas tomarenses falidas: Adega Cooperativa de Tomar, Colégio Nun'Álvares, Fábrica de Papel de Porto de Cavaleiros, Fábrica da Fiação de Tomar, Fábrica de Papel da Matrena, Fábrica de Papel da Marianaia, Fábrica do Álcool de Porto da Lage, Fábrica de Resina, Serração Freitas Lopes, Aviário Barca Nova, Portas Valdourém, Matadouro Regional do Ribatejo Norte...
Uma vez concluídas com êxito tais recuperações e instalações, tudo pago pelos contribuintes, através do orçamento camarário como é costume, será tempo de planear a instalação no Convento de Cristo da Associação dos descentes dos freires da Ordem, bem como de implementar a adequada musealização dos Paços do Concelho, devolutos desde que o município de Tomar, entretanto exausto financeiramente, foi pelo governo integrado no novo concelho do Entroncamento e vizinhos.
A minha sugestão é que se instale no piso térreo o museu da Associação dos antigos eleitos e funcionários da autarquia nabantina, com o respectivo espólio. No primeiro piso seria a sede da Delegação em Portugal da União Europeia, encarregada de subsidiar as associações portuguesas de empresas e entidades públicas falidas. No segundo piso poderia finalmente instalar-se com dignidade o espólio reconstituído do Museu Municipal João de Castilho - Legado João Martins de Azevedo, com algumas peças agora a decorar os gabinetes dos senhores eleitos. 
É uma via a considerar. Pelo menos enquanto a mentalidade tomarense dominante continuar tão distante da realidade europeia, como a Ilha da Páscoa da costa Chilena (quatro horas e meia de avião). Mas somos obrigados a viver com aquilo que temos e com o que nos falta...
Vou já comprar lenços de papel, que só me apetece é chorar.

3 comentários:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Este post está mesmo bom. Dá muito que pensar.

Instalar ali todas as associações de ex-trabalhadores de empresas que pifaram.



Pedro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro disse...

De facto, por este andar, Tomar será cada vez mais uma ode ao passado e não haverão espaços suficientes para albergar tanta história do que foi e poderia ter sido... Desenhar caminhos para o futuro é que está quieto.