"Estou muito optimista sobre a economia mundial em, digamos, 2030. São os próximos dez anos, ou algo assim, que me preocupam", afirmou ontem Paul Krugman, o mais recente Nobel de Economia, citado pelo Diário de Notícias. "O mundo no seu todo está a parecer-se bastante com o Japão durante a sua recente década perdida. Ou pior ainda, porque a quebra inicial foi mais profunda e, ao contrário dos japoneses, o mundo não pode comerciar com o exterior à procura de uma saída para a crise. Se todo o planeta viesse a registar um forte excedente comercial (como aconteceu no Japão), teríamos de encontrar outro mundo para fazer trocas", disse com ironia o Nobel de Economia de 2008, de acordo com a fonte citada.
Que significa este autorizado ponto de vista para a economia europeia, nacional e local?
A nível europeu e nacional indica que a presente crise continuará a agravar-se. Mesmo no caso improvável de alguma retoma, esta será extremamente limitada, devido à falta de procura solvente para a nossa produção (no país) e para as exportações. De pouco ou nada adiantará, por conseguinte, apelar ao aumento da produção e das exportações, pois daí apenas poderão resultar aumentos de invendidos, com o consequente agravamento da liquidez das empresas.
No que diz respeito ao Estado, passado este ano eleitoral, terá de haver forçosamente cortes substanciais na despesa pública, tanto corrente como de investimento, devido à diminuição dos impostos arrecadados. Quanto às autarquias, devem ir-se preparando para viverem alguns anos de rigoroso aperto do cinto. A menos que decidam aumentar consideravelmente os défices, posição que o governo dificilmente tolerará, pressionado pela UE.
Nestas condições drásticas e constrangentes, restará a cada autarquia encontrar um ou vários "nichos", não atingidos ou menos vulneráveis aos efeitos da crise, para a partir deles provocar desenvolvimento, o mesmo é dizer crescimento económico e melhoria da situação dos cidadãos residentes, sem contar com as verbas do Orçamento de Estado, que de qualquer maneira não virão, por incapacidade material do governo central.
Temos na nossa zona um excelente exemplo triangular do acabo de enunciar. Nos anos 70 e 80 do século passado, Abrantes era o primeiro concelho da zona, com mais de 48 mil habitantes, Tomar aparecia em segundo lugar e Ourém em terceiro. Vinte cinco anos mais tarde, Tomar definhou e continua em segundo lugar, Ourém desenvolveu-se, sem contar demasiado com a ajuda governamental, e ocupa agora o primeiro lugar do Médio Tejo, enquanto que Abrantes, apesar de muito ajudada pelo Orçamento de Estado, passou para terceiro lugar, devido à falta de empregos e de condições de vida atraentes para os cidadãos em idade activa.
No meu entendimento, Tomar dispõe de excelentes condições nalguns "nichos" de mercado, mas os seus habitantes terão de arregaçar as mangas, adaptar-se às novas realidades, adquirir tolerância e abertura de espírito, "dar o braço a torcer" e aceitar as ideias dos outros, sobretudo quando são inovadoras. Sem tudo isto, não conseguirão de modo algum sair da cepa torta ou sequer arrepiar caminho. A ser assim, os que dependem do sector privado são os que mais irão sofrer. Os aposentados e os funcionários no activo apenas começarão a sentir realmente os efeitos da continuada crise (congelamento de vencimentos e promoções, eventual supressão do 13º e do 14º meses, aumento de impostos e taxas) a médio e longo prazo. Porém, como dizia acertadamente o Keynes, pai da doutrina que permitiu ultrapassar a Grande Depressão de 1929/33, "A longo prazo estaremos todos nos cemitérios."
Este ano há eleições. Por imperativo cívico, ou obrigação de cidadania, se preferem, apresentei a minha candidatura no local próprio e disse ao que ia. Fui claro. Disse que tinha (e tenho) uma solução viável para a nossa triste situação. Ou não me acreditaram, ou obedeceram a outros interesses. Fui largamente derrotado, numa eleição por voto secreto em urna.
Posteriormente, apareceram vários convites, uns mais outros menos explícitos. Mantive a minha posição inicial -ou cabeça de lista ou nada. Porque só como cabeça de lista vencedor poderia tentar implementar a solução que tenho imaginado ao longo dos anos para a minha terra, de que tanto gosto. Mas se os tomarenses não quiserem, aceitarei a sua vontade. Afinal, "o povo é quem mais ordena". Só é pena que raramente o deixem ordenar o que quer que seja.
19 comentários:
Senhor António Rebelo,
Uma vez que não é candidato nas próximas autárquicas, gosta da terra (não tenho dúvidas sobre isso) e tem ideias para o concelho sair da crise (até acredito),
não entendo porque não divulga o seu plano e não identifica os "nichos de mercado", etc..
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"Disse que tinha (e tenho) uma solução viável para a nossa triste situação. Ou não me acreditaram, ou obedeceram a outros interesses".
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Divulgue lá essa solução. Ou é segredo? As boas (e também as más) ideias estão melhor no espaço público, penso eu.
Até pode ser que os partidos, quase sempre sem tempo para a elaboração de programas... as possam apresentar.
Tomara eu tê-las, divulgava-as de imediato, de borla, a troco de nada.
Esta crítica visa ser construtiva.
Com tal crise não é possível às forças partidárias aqui do Concelho melhorar ou piorar seja o que for. A tarefa é colossal, logo não se resume somente a Tomar, e esta última com tanta gente a correr ao poder para garantir um elevado nível de vida ou enriquecer à custa do povo (verdadeiro)não estaremos a ver a nobreza de tal causa.
Passai bem.
Adensa-se a crise em Tomar. Fechou o Rio Bar!!! Onde é que agora vou vender as minhas pastilhas de ecstasy?
Para Cantoneiro da Borda da Estrada:
Só quando tiver sido esgotado o prazo para a entrega das listas se saberá sem apelo se sou ou não candidato. Por enquanto está tudo em aberto, embora deva dizer que não tenho qualquer vontade de avançar. Mas, se não vislumbrar outra solução capaz de fazer renascer a nossa cidade, havendo apoio suficiente, não terei escapatória. Honrarei os meus deveres de cidadania.
Acredite que bem gostaria de divulgar o plano que idealizei ao longo dos anos. Porém, se o fizesse, formar-se-iam imediatamente pelo menos três grupos, com pessoas a integrarem pelo menos dois deles. Uns diriam que o plano afinal não valia nada nem teria qualquer viabilidade de ser aplicado. Outros ficariam muito caladinhos e tratariam de ir divulgando que, por acaso, já há muito tempo que pensavam exactamente o mesmo. Foi até por uma questão de dias que não se anteciparam com um documento eleitoral muito parecido, o qual só não saiu antes por dificuldades de tipografia, vejam lá! O terceiro grupo, enfim, ousaria mesmo fazer o mal e a caramunha. Diria o pior possível dele mas iria garantindo aos militantes e simpatizantes que não teria qualquer dúvida em desenvolvê-lo na prática, caso fossem eleitos.
Nestas condições, ou noutras piores ainda, acha que valeria a pena entregar assim "às feras" o produto de uma reflexão de anos?
E depois, numa metáfora um pouco ousada, o senhor sabe o que costuma acontecer, mais tarde ou mais cedo, aos brinquedos mais ou menos sofisticados que se oferecem às crianças, não sabe? Brincam, brincam, montam e desmontam, até que os "escavacam", sem remédio nem proveito para ninguém...
Isto para não falar naquele britânico da Câmara dos Lordes, que não sendo eleito mas herdeiro do lugar, declarou em público que não convém dar demasiado dinheiro aos pobres. Estragam-no rapidamente, sujam tudo e fazem demasiado barulho. Isto no país de Sua Magestade. Agora imagine em Portugal e nas margens dio Nabão...
António Rebelo
OH REBELO NÃO BRINQUES COM OS TOMARENSES POIS ESTÁS À ESPERA DUM CONVITE E EU JÁ DISSE QUE O PEDRO MARQUES DEVE CONVIDAR-TE POR EXEMPLO PARA PERITO NA ÁREA ECONÓMICA E FINANCEIRA.
NUNCA MAS NUNCA IRIAS AVANÇAR E SABES PORQUÊ?
NÃO SABES COMO SE FAZEM LISTAS NEM IMAGINAS O TRABALHO LOGÍSTICO A QUE APELAM... HOMEM.
PENSA BEM... PENSA BEM.
SELF MADE MAN!
Agradeço sua resposta e acho suas razões pertinentes.
Faço votos, baseado especialmente nos seus artigos sobre temas da autarquia neste Blog, para que venha a ser candidato e seja eleito, mesmo que não viesse a estar de acordo com o seu programa.
Uma coisa é clara para mim: do que tem escrito aqui acerca da "cidade" revela que sabe do que escreve, qualidade bastas vezes arredia de quem se candidata a cargos políticos.
"Cidade" e não concelho, porque colho a impressão de que a luta política está muito confinada a Tomar/Cidade, como se os seus termos não existissem.
Se há situações onde as divergências ideológicas e rivalidades pessoais deviam ser esbatidas é na política local autárquica. A bem dizer, quase tudo pode unir e pouco ou nada dividir. Tenho muita dificuldade em aceitar que numa Câmara os pelouros sejam atribuídos apenas a vereadores do partido ou coligação vencedora.
Hoje fiocu provada na apresentação
dos candidatos da lista dos Independentes que há gajos que precisam daquele emprego!
Com o meu voto não vãp lá!
Um verdadeiro sucesso! Ficámos a saber com o que podemos contar dos vindouros e putativos autarcas.
Desta vez os ditos IdP`s mostraram-se;
mas não todos! Porque os outros ainda não se sabe quem são!? Ou sabe?...( se a estrela foi uma recente pára-quedista!...)
Se os que se seguirem estiverem ao mesmo nível!
Tomar que se cuide!
Música teremos, aldeias pedagógicas, sementes, sementeiras…: VIVA A AGRICULTURA! o máximo…..!
Apenas Gente de qualidade!
A luta , o combate, a GUERRA!
Como eles dizem?!... ( …que linguagem! VIVA O BELICISMO!
Ufff….vou-me embora!
OBSERVATÓRIO
as listas do dr. marques estão repletas de velhos.
bem dizia ele que em tempos de crise não abdicava da experiência.
mas uma coisa pergunto para quê tanto velho e os novos?
vou votar no cabeça de lista do dr. hugo cristovão e para a junta de santa maria no psd pois o dr. salgueiro é fraquíssimo.
O Hugo é um cobarde, se a lista fosse dele era ele o cabeça de lista.
Ou é cobarde, ou ao contrário do que apregoa não tá para se chatear.
o dr. hugo não é cobarde apenas novo e já fez mais com a idade dele por tomar que outros outrora. é favor não esquecer que com a idade dele o dr. pedro marques ainta estava a tirar o cursinho de direito e a lavar pratos.
A zurraria é ensurdecedora. Aproxima-se a data. Cheira a palha fresca. É o assalto ao dinheiro do município. Todos lhe querem "botar" a mão. Agitam-se os azininos...
E o mais grave é que a falta de palha é cada vez mais evidente. Pode até dar-se o caso de não chegar até ao final do próximo mandato caso não se arranjem novos fornecedores da dita.
Mas vão lá dizer isso a quem está com a mosca ou lhe cheira a palha...
Não será por falta de palha que a jumentaria de Tomar deixará de se fazer ouvir. habituados como estão a chafurdar no esterco, lá encontrarão alimento...
Quando chega a hora do tacho é sempre a mesma coisa.
Tomar tem que se virar para o turismo que motive as pessoas a cá permanecerem por mais de um dia. Falta explorar a vertente desportiva que infelizmente os nossos politicos(?) não sabem o que é.
Turismo? Turismo? Upa, upa!!!
Basta "regarder" as entradas de Tomar...olhe, eu se não fosse de cá seria caso para nunca mais cá voltar. Com cartões de visita destes é de fugir a sete pés deste lugar!!! E depois, que é que Tomar tem para oferecer á noite? Ruas mal iluminadas, tristes, quase desertas? Só se for turismo de aventura, com o vandalismo nocturno que grassa impune por aí...
Desporto? Desporto? Olha, olha...vá dizer isso ao Paiva, que é como quem diz, vá dizer isso às marionetas que ele cá deixou e através das quais continua a governar este concelho. Se ainda restava alguma réstea do conceito de desporto, com Paiva acabou-se de vez com a possibilidade de alguma vez Tomar poder vir a receber eventos desportivos de relevo. Isso implicaria a existência de infra-estruturas a sério que ele nunca quis construir. Só mentecaptos como os de cá é que ainda não perceberam que o desporto de competição arrasta imensa gente capaz de consumir por onde passa, além de que potenciaria outros interesses e projectaria o nome da cidade.
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