domingo, 13 de maio de 2012

PARA OS SAPADORES POLÍTICOS TOMARISTAS


"No que respeita ao governo, quando se lhe pergunta se Miguel Relvas não está a eclipsar-se, a resposta sai-lhe rápida: "Isso é a pior coisa que pode dizer-se do Miguel Relvas. Se ele ouvisse isso ficava transtornado! Pode dizer-se, quando muito, que está cansado, mas eclipsado não. Há eclipses do Sol e da Lua, mas dele não. Se há coisa que toda a gente percebe [menos alguns tomarenses/tomaristas] é que quem manda no governo é o Relvas. Afinal foi quem o criou e quem faz a orientação política deste governo. É como o Pedro Silva Pereira para Sócrates. Só que Sócrates tinha muito mais força política do que Passos Coelho."

Miguel Sousa Tavares, respondendo a uma pergunta de João Céu e Silva, em Notícias Magazine 1042, 13/05/2012, página 42
Foto Gerardo Santos/Global Imagens
A frase entre [  ] é de Tomar a dianteira.

6 comentários:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Faz hoje anos.

Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, nasceu em 13 de Maio de 1699. Faz hoje 313 anos. Um governante português que ainda hoje é olhado com desprezo, crítica cínica, pelos grupos mais reacionários portugueses. Os que então comiam à manjedoura da grande Vaca Nacional, alimentada pelo povo, tentaram ostracizá-lo, anulá-lo, matá-lo. Pelo que se sabe foi um governante duro, duríssmo, com uma grande ambição para Portugal. Coisas do passado. Ou talvez não.

O Marquês sonhou industrializar Portugal, modernizá-lo, puxá-lo para o nível dos países mais avançados, vergado que estava ao Tratado de Methwen (1702), também conhecido pelo Tratado dos Panos e Vinhos, e ainda sob as consequência de 60 anos de domínio castelhano, bem semeado de traidores - graças a deus....; monopolizou a comercialização dos vinhos, afrontando assim os interesses instalados, uma malandragem preguiçosa, estúpida, com os miolos infestados de piolhos e percevejos, acabou com a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos, expulsou os jesuítas de Portugal e dos seus domínios e ousou iniciar espetacular reforma na Educação. Fiquemos por aqui.

O Carvalhão quis colocar Portugal no mundo mais avançado. Sabemos a natureza da resistência que enfrentou e o que aconteceu após ser apeado das suas funções. A sacanagem recuperou e travou o nosso desenvolvimento. Sopravam ventos luminosos da Europa, e as nossas elites, se assim lhe podemos chamar, nunca gostaram nada desta chatice de podermos ser unha com carne com a Europa (passe o exagero). Como hoje: olhemos as negociatas em curso...

Era ainda criança, vivia em Marianaia, e o senhor Bernardino Camarada, operário na Fábrica Papel de Marianaia, ordenança (ou coisa do género) do Tenente Alves de Sousa na I Guerra Mundial, onde foi vítima de arma química dos alemães (gases), guerra onde morreram 19 000 combatentes portugueses e abriu caminho para a queda da primeira República, gritava, muitas vezes, sozinho, braços no ar, para um marco militar lá no cimo de um monte ali para as bandas da Bemposta: "Ó Marquês, vem cá abaixo que eles já cá estão outra vez!". Hoje faço minhas as palavras do Ti Bernardino Camarada, que morava mesmo em frente à antiga Taberna da Ti Teresa, hoje restaurante "O Alpendre". A última vez que lá passei a sua casa estava em ruínas.

Como sou pessoa de mente impura..., quando soube que o Sebastião tinha nascido num dia 13 de Maio, não resisti a uma associação escandalosa de comemorações nacionais. É óbvio que ninguém comemora a data do seu nascimento. Eu também não. Ao ler este post veio-me à lembradura.

O meu País está hoje nas mãos de gangues, de traidores, da pior sacanagem.´

"OH MARQUÊS, VEM CÁ ABAIXO QUE ELES JÁ CÁ ESTÃO OUTRA VEZ!",

E TRAZ O BOM DO BURGUÊS AGITADOR, O ÁLVARO PAIS, E VÊ SE ENCONTRAS O JOÃO II, O EXTIRPADOR, E TRÁ-LO CONTIGO TAMBÉM!
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P.S.: No que pode, eventualmente, envolver este apelo, deixo de fora a Igreja, que nestes dias que vivemos me parece, sinceramente, revelar dignidade e equilíbrio.

Leão_da_Estrela disse...

Caro professor,

Não resisto a, com a devida vénia, "oferecer-lhe" o artigo de João Lemos Esteves no "Expresso", a propósito de Miguel de Vasconcellos, perdão, Relvas:

" 1. Afinal, confirma-se que essa personagem bizarra que já entrou na história dos episódios degradantes da nossa democracia - Jorge Silva de Carvalho de seu nome - enviou pessoalmente a Miguel Relvas um plano de reforma das secretas. Mais: o nosso "intrépido" Jorge Silva Carvalho, não satisfeito, até propôs os nomes dos funcionários do SIED e do SIES que deveriam liderar os serviços de informação portugueses. É inacreditável como a democracia portuguesa permite que estes senhores - políticos partidários sem partido, ou seja, manobram nos bastidores das máquinas partidárias, embora não tenham um partido definido, oscilando de acordo com as conveniências - ponham e disponham sem qualquer consequência. E este é um caso gravíssimo: confirma que há um senhor que tem acesso a informações pessoais sobre cidadãos portugueses e que usa essa informação para subir na vida. Mais: Jorge Silva Carvalho tendo acesso à informação secreta do Estado português, utiliza-a como forma de chantagem ou expediente para dar um aparência e poder pessoal - o interesse do Estado é sacrificado em benefício das aspirações sociais e de poder de Jorge Silva de Carvalho. Aparentemente, pode. E sem consequências para os infractores. E porquê? Fácil: porque se verifica uma chocante e evidente promiscuidade entre o poder político e o poder económico - bem como uma teia de ligações sociais que influencia a abordagem política.
2. No caso em apreço, temos que Jorge Silva de Carvalho e Miguel Relvas pertencem à mesma loja maçon. Pertencem à Maçonaria e ambos têm um conhecimento em comum: Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing. Como se sabe, Miguel Relvas tem uma ligação forte com alguns políticos brasileiros, mercado estratégico para a Ongoing. E qual foi a "agência de emprego" a que Jorge Silva Carvalho foi recorrer quando abandonou a chefia dos espiões? Pois bem, à Ongoing. A Ongoing - uma empresa curiosa que ninguém conhece, ninguém sabe qual é o seu objecto social, mas que muitos temem - parece que é actualmente a "patroa" do PSD (mais) e do PS (menos). Há aqui uma teia de influências, de relações e de conhecimentos cujos contornos ainda não deslindámos completamente - mas que são uma ameaça objectiva para a democracia. O interesse da Ongoing captura o interesse público - resta saber qual o grau de intensidade desta "captura". Para já, a única coisa que sabemos da Ongoing é que intentou uma acção contra o Nicolau Santos, porque este disse, nada mais, nada menos, que a verdade objectiva sobre o que é tal empresa.
3. Politicamente, esta informação dada a Miguel Relvas é relevante? A resposta só pode ser positiva. Primeiro, porque confirma que Miguel Relvas mentiu ao Parlamento e aos portugueses - e, numa democracia, os representantes faltarem à verdade ao povo (verdadeiro titular da soberania) é gravíssimo. O adágio popular segundo o qual "apanha-se mais facilmente um mentiroso do que um coxo" ainda não foi ensinado a Miguel Relvas. Aliás, no seu caso, deveria ser reformulado para "apanha-se mais depressa o Miguel Relvas do que um mentiroso". Em segundo lugar, Miguel Relvas é ministro dos Assuntos Parlamentares e braço-direito de Passos Coelho - o que significa que tem (e terá) um peso decisivo na redefinição dos serviços e das chefias. Quem nos garante que Miguel Relvas não será um mero executante da vontade da Ongoing e do Sr. Jorge Silva de Carvalho em particular? Os portugueses não vão acreditar que Miguel Relvas (e, por conseguinte, o Governo) tomou a decisão visando a prossecução do interesse público. Em terceiro lugar, pairará sempre a dúvida se as decisões de Miguel Relvas, ainda que noutros domínios, não seja um fretezinho à Ongoing. Basta pensar no caso da privatização da RTP. A nuvem da suspeita pairará sempre sobre a cabeça de Miguel de Relvas."

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Pois é. Este Miguel Relvas é um caso sério na política portuguesa. E, garanto, ainda a procissão vai no adro.

Agora é a Comissão de Trabalhadores da RTP:

No semanário "SOL" online, hoje:

"A comissão de trabalhadores (CT) da RTP propôs hoje que a tutela da estação pública de televisão passe para a comissão parlamentar para a Ética e Comunicação, questionando a idoneidade do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.

Em comunicado enviado às redacções, a CT do canal público considera que Miguel Relvas «deixou correr todas as manobras de [Jorge] Silva Carvalho ao serviço de uma empresa [Ongoing] candidata à privatização da RTP», pelo que «não é de confiança».

Assim, propõem os trabalhadores da RTP, «a tutela da RTP deve passar para as mãos da Comissão de Ética do parlamento».


Sempre disse e insisto: este senhor é um perigo para Portugal e para a democracia. O Miguel Sousa Tavares sabe o que diz: "Quem manda no governo é ele". E se alguém pensa que MSTavares lhe está a fazer um elogio engana-se redondamente. É uma denúncia pública, é um alerta, deve ser lido como um ataque forte a este governo.

A procissão ainda vai no adro.

Luis Ferreira disse...

E agora Prof. Rebelo?

O que vai escrever em favor do nosso Presidente d Assembleia Municipal?

Anónimo disse...

Meu prezado amigo:

Vou escrever como habitualmente. Sem cuidar se é a favor ou contra. Tendo como única preocupação respeitar a verdade e aquilo que penso.
No caso em apreço, tenho por Miguel Relvas respeito, estima e consideração, pois tem sabido vencer na vida, tal como tu, por exemplo. Terá cometido erros? Certamente. Quem nunca os cometeu? Mas como bem sabes, na minha família não fui eu que abracei a função de julgar...
Considero lamentável que mais de 50 anos após a morte do homem, continue a haver tantos amadores de práticas estalinistas, sobretudo no que concerne a processos de intenções, do tipo "Não chegou a fazer mas já estava tudo preparado para..."
Um abraço,

A.R.

Leão_da_Estrela disse...

Oh meu caro professor, ainda que a carapuça me não sirva e que o homem nem sequer esteja indiciado, lá voltamos à sina da mulher de César...

O meu "comentário" consistiu apenas em fazer "clipping" (que palavra tão na moda, agora) de um artigo de um jornal insuspeito como o é o Expresso, sobre o sujeito.

2047 sms's e não respondeu a uma única de Silva Carvalho...hummmmm (isto sou eu a torcer o nariz), 'tá bem, num país decente era razão para sair com dignidade (olhe Jorge Coelho e a ponte de Entre-os-Rios), mas nem todos têm estofo para isso.

Errar todos erramos, caro professor, e fica-nos bem a todos defender e estar ao lado dos nossos amigos, quando o infortúnio lhes bate à porta, mas daí até disparar em todas as direcções, vai uma légua bem medida.
Deixe estar, isto há-se ser como o "Apito Dourado", ouviu-se? sim, ouviu, aconteceu? sim, aconteceu, mas não vale, não tem valor jurídico.
Triste país que tanta tia culpa produz, que a desgraçada teima em morrer solteira...

ctos