Vimos na primeira parte que, devido a carências do projecto adoptado, abundam as mazelas no conjunto do Parque de Estacionamento situado nas traseiras da Câmara. Além das já apontadas, acrescentamos agora a paupérrima inserção no terreno. De tal forma que, aparentemente concluída a empreitada, há zonas a carecer de urgentes acabamentos, como esta cujo tapume não esconde a ninguém o seu carácter provisório.
Se o tapume visto pelo lado externo já não é nada agradável, do lado oposto o aspecto é ainda mais desolador. Tem, no entanto, uma utilidade -permite ver uma boa parte daquilo que falhou no rascunho do projecto que foi usado.Perante este pseudo-acabamento fácil é perceber que o projectista não devia gostar mesmo nada de consultar atentamente as isoípsas. Compreende-se. Em zonas como esta, aquilo além de complexo tem uma tendência danada para fazer doer a vista. -E o que vêm a ser essas tais isoípsas? perguntará o leitor. São, em linguagem chã, "curvas de nível", que o mesmo é dizer linhas que, numa carta geográfica, unem pontos de igual altura ou altitude. São de interpretação algo complexa quando a zona em questão é bastante declivosa, como é o caso. Aparecem nas cartas geográficas com um aspecto de cabeças humanas que já perderam bastante cabelo.
Pois neste projecto do parque, factores convergentes apontam no sentido de não terem sido devidamente levadas em linha de conta as tais curvas de nível. O mesmo é dizer que foi involuntariamente escamoteado o declive acentuado, e as consequências estão à vista de todos. O terraço panorâmico e o café podiam estar uns bons dez metros mais acima, que não ofenderiam ninguém e... fico por aqui, em termos de projecção para o futuro, por causa dos abelhudos. Se já com a ideia inicial foi o que foi, o melhor é não lhes fornecer mais lenha, quando não ainda incendeiam isto tudo. Por agora é suficiente que os tomarenses tenham uma certeza -há remédio para as mazelas apontadas. Todas as mazelas apontadas.
Além das óbvias lacunas anteriormente elencadas, e de outras que voluntariamente se calaram, para não bater exageradamente no ceguinho, o acordo entre a Câmara e a Bragaparques também não contemplou, segundo tudo indica, a questão da manutenção. Ou seja: o dono da obra é a Câmara mas o concessionário da exploração do parque é a Bragaparques. Muito bem. E quem tem a obrigação de assegurar a manutenção do jardins suspensos, cujo estado é o documentado nestas duas fotografias? Aspecto importante, posto que, hoje em dia, as actividades que impliquem a utilização de muita mão-de-obra são bastante onerosas, pelo que qualquer empresário consciente tudo faz para se livrar delas ou as reduzir ao mínimo. Tudo indica que foi o que fez a Bragaparques, aproveitando-se da sua grande experiência face à ingenuidade do dono da obra, ainda demasiado verde nesta e noutras coisas.
Além de especificações técnicas como o café panorâmico e o ascensor, já elencadas na primeira parte, o projecto omitiu aspectos essenciais, como o da posterior manutenção, mas implicou a plantação de jardins suspensos, com sistemas de iluminação e de rega automática. Pena é que nada disto tenha alguma vez funcionado até agora. E não deverá ter sido unicamente por causa do contencioso ainda existente entre a autarquia e a Bragaparques.
Perante tal panorama, é urgente encarar desde já o retorno às origens, às componentes iniciais do programa. A saber: 1 - Consolidação digna do talude da Av. Vieira Guimarães; 2 - Café com esplanada realmente panorâmica; 3 - Saída de veículos do parqueamenteo que não implique com as liberdades fundamentais dos moradores da Rua do Pé da Costa de Cima; 4 - Ligação Baixa-Castelo; 5 - Reposição da Calçada de S. Tiago na sua traça primitiva; 6 - Estudo da eventual implantação de habitação de qualidade; 7 - Respeito absoluto pelo património, pelo ambiente e pelo enquadramento.
Dado que os fundos europeus só vão durar até 2013 (se durarem!), já não resta muito tempo aos autarcas que nos irão governar durante o próximo mandato para explicarem aos eleitores o que tencionam fazer em relação a esta nódoa no tecido do Núcleo Histórico. Cá contamos estar para agir no sentido de evitar que se esqueçam...
11 comentários:
Ora toma lá e ainda não se sabe para onde foi muito dinheiro!
já agora uma Novidade. BINGO, bem disse á uns tempos que o saraiva (o pequenito) ia com os independentes ou com o Bloco,... pois é vai com o bloco para são João ou para a Camara, ontem estava com o Nuno Marta na Nabantina...
Sr. Anónimo, vir falar de um pequeno-grande escritor do Alvito e errar na gramática (Há e não à; CÂmara e não Camara; São João e não são João) é péssimo!!!!!!!!!
O Saraiva gigante pelo Bloco para São João ou para a Câmara é um tiro de mestre o Nuno Marta.
Sim senhor, tire-se-lhe o chapéu.
Mas, o Saraiva é homem de Santa Maria e não de S. João - recorda-se o seu papel relevante nos Zebras do Alvito.
para o anónimo das 18.57
Desculpe mas nem todos podem escrever bem, ás vezes é por distração! Também concordo que é uma grande jogada, os "xuxas" andam preocupados com a casa dos outros e não cuidam da deles. Mas o Saraiva não está na Junta de São João? Queia pedir-lhe um favor é que não conheco isso do Zebras do Alvito... obrigados.
Sr. Dr. António Rebelo
Vá lá um post sobre os Zebras do Alvito.
Pode ser?
Obrigadinho!!!!!
Quem sabe quase tudo sobre os Zebras do Alvito,que desapareceram há já muitos anos, é o escritor tomarense e socialista Dr.(e quase Mestre) Virgílio Saraiva.
Mas o assunto são as obras do parque ou o Saraiva. Esse é como os outros se tiver oportunidade enche-se e pronto!
No toca às obras, esta e outras, estamos conversados, só não se apura é quem se encheu.
mestre de quê? da treta! deve ser tão Dr. como o Relvas.
Realmente para quem apregoa que elimina os comentários dscontextualizados, o sr. Rebelo ou anda distraído ou é parecido com o Berdardim Ribeiro: "...faz como eu digo, não faças como eu faço..."
Quem é o Nuno Marta ?
É o candidato do Bloco para a câmara ?
PARQ T - A ORIGEM DAS MAZELAS:
António Paulinoda Silva Pa (i) v (a) ão!!!!!
o "mau feitio".
O tapume ali colocado tem ar de obra acabado por remendo, como remendada anda esta "terra malegna" como dizem os sicilianos...
É o triste retrato desta terra que passamos para fora sem vergonha, sem pudor. Mas como temos um umbigo muito grande, damo-nos ao desplante de continuar a pensar em termos turísticos quando ao futuro. É! Vamos todos para cozinheiros, empregados de balcão e de mesa, recepcionistas e encher os passeios de gente com panfletos a apregoar bares e dormidas como na Nazaré se apregoam barracas no areal.
É uma tristeza! E esse exemplo do tapume não é um caso isolado. Para mal dos nossos pecados o que mais abunda por aí é desleixo, incompetência e abandono. basta darmos uma voltinha para chegar a esta conclusão. É um facto indesmentível!!!
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