sábado, 15 de janeiro de 2011

AS VANTAGENS DA INFORMÁTICA

Que não se iludam os eleitores. A imagem serve apenas para não me esquecer enquanto escrevo da cidade onde nasci, cresci e vivo, bem como do local preciso onde fui baptizado.

Com todos bem sabemos, ou devíamos saber, a vida em sociedade é cheia de constrangimentos de toda a ordem. Sob pena de áspera censura social (a maior parte das vezes não dita, mas pensada), não podemos dizer muito daquilo que pensamos, nem fazer uma grande parte do que empreendemos. Isto porque fomos formatados (para usar justamente um termo informático) de determinada maneira. Uns  mais, outros menos; uns melhor, outros pior. Daqui resultam os frequentes desabafos do tipo "falta de educação", "falta-lhe berço", "não bebeu chá quando era pequena/o" ou simplesmente "mal educada/o".
Além da dita carência formadora, há também e cada vez mais o que poderemos designar por "destroços da sociedade". Tal como em qualquer outro processo dinâmico, que origina escórias, resíduos, a vida também vai provocando mazelas de toda ordem -os marginais, os excluídos, os frustrados, os recalcados, os SDF...
Dentre todos eles, os mais difíceis e problemáticos são os que, por distúrbio psiquico, estão de forma mais ou menos transitória, incapacitados para admitir a sua real situação, em termos de saúde mental. Como bem dizem os profissionais de psiquiatria e/ou psicologia, quando um paciente refere que não tem andado bem da cabeça, a doença ainda não é grave. O pior é quando até se recusam a ir consultar o especialista porque embirram que não estão doentes. Há infelizmente, nas sociedades contemporâneas, cada vez mais casos destes. Na sociedade portuguesa então, sobretudo devido às guerras em África, são uma autêntica epidemia.
Em tal contexto societal, nunca me espantou demasiado o elevado número de comentários "caracteriais" enviados para Tomar a dianteira. Logo de início, constatei que, dada a impossibilidade de desabafar na impreensa ou nas rádios locais, por não garantirem o confortável anonimato, este blogue se transformara para alguns numa espécie de Muro das Lamentações; uma válvula de escape para as agruras, choques, frustrações, recalcamentos, vinganças, invejas, videirismos, e outros não-ditos do microcosmo nabantino. Era, porém,  uma situação muito desconfortável para os administradores do blogue, forçados a ler comentários que iam geralmente do disparate à loucura absoluta, passando pela criancice ou cachopice, até aos actos de puro sadismo desmiolado.
Foi então que os técnicos competentes, a quem a questão foi submetida, alvitraram a possibilidade de instalar um dispositivo salvador: os comentários transitariam directamente dos seus autores para o caixote do lixo do blogue, caso incluíssem determinadas palavras, constantes de uma lista previamente instalada. Feita a experiência durante 48 horas, constata-se que é uma verdadeira maravilha para ambas as partes. Os nossos amáveis leitores, com "pancada" ou não, poderão continuar a "enfiar mensagens nas fendas dos blocos do Muro das Lamentações, sem necessidade de ir a Jerusalém" -que é como quem diz a enviar livremente comentários para Tomar a dianteira. Por seu lado, os administradores do blogue estão agora mais livres para procurar/trabalhar assuntos a abordar, pois já não são obrigados a ler e seleccionar textos, o que nunca sendo fácil, em certos casos era mesmo extremamente doloroso, dado constatar-se praticamente em simultâneo a gravidade do problema psíquico e a nossa total impotência para o resolver.
Quanto aos leitores involuntariamente vítimas da implacável censura electrónica, resta-nos pedir-lhes desculpa e solicitar que, quando tal suceda, tenham a bondade de nos contactar através do email a.frrebelo@gmail.com. Aos outros, que supomos que continuem a escrever, desejamos que tenham a coragem de consultar quem sabe, quanto antes. Entretanto continuem a escrever, que desabafar já é uma parte da cura, e temos todo o gosto em contribuir para que tal aconteça.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem Visto!

Anónimo disse...

Snifff...snifff!!! Fazes-me chorar, ó Tóóó!!! É bom assim! Quanto mais choro menos mijo.