terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O ESSENCIAL E O ACESSÓRIO

Calçada de S. Tiago, tal como se apresenta aos turistas que sobem ao Convento, a partir da Praça da República
Calçada de S. Tiago, tal como se apresenta aos turistas que descem, vindos do Convento
Calçada dos Cavaleiros, no troço entre a estrada asfaltada e o Convento
Estado em que se encontra uma das estradas de serventia da Mata dos Sete Montes, situada junto ao muro nordeste
Estado de limpeza da sapata, ou alambor, do Castelo dos Templários, no sopé da Torre de Dª Catarina
Antiga moagem Mendes Godinho, no seu estado actual
Plantação de pincéis para a barba num dos canteiros do enquadramento da Rotunda do muro-mijatório



Vimos no post anterior anterior o estado em que se encontra a Mata, em consequência do tornado. Encerrada por razões de segurança, tudo aponta no sentido de assim continuar durante muitos meses. O ICN, de quem depende, já antes não dispunha de meios humanos suficientes no local, quanto mais agora com as cada vez mais drásticas reduções orçamentais.
Resta portanto aos turistas que insistem em chegar ao Convento a pé, as multicentenárias calçadas de S. Tiago e dos Cavaleiros, cujo estado de conservação e limpeza é o documentado pelas fotografias supra. O mesmo acontece com algumas estradas de serventia na Mata e com a sapata do castelo, pouco a pouco a desaparecer sob os silvados.
Dirão os autarcas que já foram adjudicadas as obras da envolvente ao Convento de Cristo, que vão contemplar (finalmente!!!) o arranjo das duas calçadas coevas. Mas quando estarão concluídas? Segundo nos informaram o início da empreitada está previsto lá para meados de Julho. E a limpeza e reabertura da Mata também está contemplada?  Entretanto teremos mais uma Festa dos Tabuleiros. Um investimento de retorno incerto, nunca inferior a 200 mil euros de dinheiros dos contribuintes = 40 mil contos. Para quê? -Para promover Tomar, respondem os defensores do modelo actual da festa.
Tendo muito orgulho na nossa Festa Grande; sentindo nas entranhas esta terra onde cresci, como se fizesse parte do meu corpo; não posso deixar de perguntar: Para promover o quê? O desmazelo? O desânimo? A decadência que salta aos olhos? Os prédios devolutos e em ruínas? A falta de limpeza? Os pastéis de cão espalhados pelas ruas? A debandada dos jovens? A evidente falta de um projecto mobilizador? A plantação de pincéis para a barba na nova Rotunda?
Agora que as grandes empreitadas devem ser, têm de ser, todas reequacionadas, conforme bem disse no sábado passado Miguel Relvas, talvez vá sendo tempo de a autarquia tentar implementar um escalão intermédio de intervenção na urbe, algures entre o zero e o infinito; algures entre o desmazelo e as obras faraónicas; algures entre o estado actual das coisas e o ideal; um escalão intermédio, em suma, com pessoal para assegurar os serviços mínimos indispensáveis para manter a cidade e o concelho com um aspecto decente, que não nos envergonhe perante os visitantes. A tal manutenção eficaz e atempada, que por enquanto não há. E arrumar no armário das tristes recordações a nossa implícita mania das grandezas, pois ninguém consegue dar passos maiores do que a perna. E nós por enquanto ainda somos cambutas. Que é como quem diz de perna curta. E nalguns casos mentalmente trôpegos. Infelizmente!

6 comentários:

Anónimo disse...

é óbvio que a malta que vem à festa dos tabuleiros vai mesmo reparar nos "pincéis para a barba".

realmente não tens juízo nenhum, Ó TÓ !

Anónimo disse...

É triste.
É triste ver o estado a que isto chegou...

Anónimo disse...

A malta que virá à festa dos tabuleiros vai ver uma cidade pior do que conheceu no passado.
E as culpas não são todas do ciclone...

Anónimo disse...

Caro Professor,

Parabéns pelo artigo. Só espero que quem de direito o leia e modifique os tristes postais ilustrados aqui apresentados. Já tive o grato prazer de ser guiado por si numa visita ao Convento.
Como enfermeiro, no antigo Hospital Militar(HMR3), lamento a situação a que ele chegou.
Quando se falou em ele ser transformado em pousada(teria sido o ideal), várias personalidades de Tomar chegaram a afirmar que só os ricos é que passariam a ter acesso ao Convento de Cristo, como se as instalações do antigo hospital fizessem parte do que é visitável nesse monumento hitórico. Mas como era para o progresso desta terra, há que deitar a baixo.
Francisco Pimenta

Anónimo disse...

eu como idiossincrático de Tomar e k não sei o que aí vem,quedei-me a ouvir o Sr. Relvas, parem já os investimentos, até porque em Tomar não há empresas para fazer tais trabalhos e a mão obra vem toda de fora, talvez dos aquinos, pobre terra que tais filhos pariste.
Rapaz atento

Anónimo disse...

Duas questões que ainda não consegui esclarecer: a quem foi adjudicada a limpeza da mata após a passagem do tornado e que efectivamente fiscaliza esse abate?
Obrigado