quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

TENTAR DURAR É DESPERDIÇAR UM TEMPO PREECIOSO


Traduzo apenas a parte que mais nos diz respeito no texto supra. Para que os leitores possam perceber a profundida do buraco onde nos meteram. Todos.
... ... ...
"Em 2010 o choque das dívidas públicas na Europa colocou em evidência a ligação fatal que une doravante os Estados e os bancos: a falência destes pode provocar a implosão financeira de um país, como mostraram as crises islandesa e irlandesa. Inversamente, a bancarrota de um Estado provocaria a falência dos estabelecimentos bancários e das seguradoras, cuja exposição aos riscos gregos, irlandeses, portugueses e espanhóis atinge 2.300 biliões de euros.
A Europa está em estado crítico. Portugal, em recessão, coloca dívida pública a 6,7% para financiar um défice que representa 86% do PIB, o que equivale a uma bancarrota inevitável. A Espanha vai usando contabilidade criativa para camuflar à volta de 250 mil milhões de euros de prejuízos nos balanços bancários ligados ao imobiliário. A incerteza política é cada vez mais grave na Bélgica, sem governo desde há sete meses, assim como em Itália. As tensões agravam-se em relação à liquidez dos bancos, obrigados a refinanciar-se até 750 mil milhões de euros em 2011, num ambiente de concorrência crescente com os governos, tentando atrair poupanças cada vez mais raras, devido ao envelhecimento da população e ao aumento do consumo nos países emergentes." ... ... ...

Nicolas Baverez, economista e historiador, Le Monde - Économie, 25/01/11, página 1

Enquanto isto, que vemos em Lisboa e em Tomar? Governantes e autarcas que trabalham, que procuram implementar planos susceptíveis de nos levarem a sair do buraco? Não! Apenas eleitos que procuram manter-se, durar, fazendo o menos possível, adiando sistematicamente. Ocupando o lugar do morto. 
Em relação a Lisboa e ao governo Sócrates, o texto acima não deixa quaisquer dúvidas: mais hoje ou mais amanhã, vamos ter o casal FMI/BCE a tomar conta desta horta à beira-mar. Vão ser tempos difíceis como nunca tivemos até agora, a dar razão ao velho adágio "Quanto mais o carneiro recua, maior vai ser a marradela".
Aqui nas margens do Nabão, agora até pelo menos um dos ocasionais ajudantes dos coveiros que nos têm estado a enterrar há mais de 12 anos se fartou, ao ponto de gritar em público -"Aquilo não é uma câmara; é uma cambada," sem dúvida alguma a frase do ano.
Em ambos os casos, tanto na capital como aqui na urbe, não é grave que os actores sejam independentes ou do partido A, B ou C. Mas é lamentável que com o seu feitio de lampreias alapadas nos vão roubando um tempo precioso, que tão necessário vai ser para a indispensável mudança de rumo. Resumindo: procurar manter-se é roubar-nos tempo. E como para os ingleses "time is money", trata-se de um comportamento desonesto. Conforme diz o povo, "ou coisam ou saem de cima". Assim é que não! Nos tempos que correm, já não basta dormir com a história; é preciso engravidá-la!

7 comentários:

Anónimo disse...

ANTÓNIO,

Até que enfim!

Estava a ver que nunca mais publicava um post ou um comentário de jeito.

Finalmente escreveu sem estar curvado e de olho no umbigo.

Porque se limitou a constatar realidades.

Pense bem antes de avançar com propostas de solução.

Deixe a malta pensar e falar.

Largue aquela obsessão...de que o futuro tem de passar por si.

Pedro Sarmento

Anónimo disse...

Em Tomar :

Fora com a CAMBADA!

Cantoneiro da Borda da Estrada disse...

Li na Internet que, no dia 22/Janeiro/2011, em Tomar, o escritor António Balcão Vicente, na apresentação do seu livro "O Templo d'El Rei", disse o seguinte:

"Tomar é um dos elos fulcrais da História (...) e um dos pólos fundamentais do Templo em toda a Europa".

Ontém, dia 25/Janeiro/2011, tive o grato prazer de assistir, na Biblioteca Municipal, à criação de uma ESCOLA SUPERIOR DE MÚSICA E ARTES DO ESPETÁCULO. Um grande acontecimento que merece o maior realce, e pareceu-me que na assistência faltavam, lamentavelmente, os grupos do concelho (ou da cidade?) que andam atarefados, como bandos, na conquista do poder. É nestes momentos e espaços que todos deveriam comparecer, não só para celebrarem o acontecimento de grande importância cultural e económica para a região e o país, como também para dialogarem uns com os outros em torno de outros temas que conduzirão sempre a outra maneira de abordar a política e os interesses das comunidades, como também teriam oportunidade de ouvir um excelente discurso improvisado do senhor Presidente da Câmara sobre o tema, revelando ser um homem de grande sensibilidade por esta área, com ideias bem definidas, e a intervenção de fundo sobre o papel das artes e da cultura no desenvolvimento económico, proferida pelo Professor Mário Carvalho.

É deste modo, olhando-nos olhos nos olhos e o futuro com confiança que lá iremos, como o está fazendo no país parte importante da nossa juventude: na cultura, no mundo empresarial, nas novas tecnologias e na ciência. Quem não segue esta vanguarda fica a ladrar sozinho pelo mais que sugado osso que os tem entretido ao longo da vida.

De alguma maneira relacionado com este post, a expressão "Tomar é um dos elos fulcrais da História", pode muito bem levar-nos a dizer QUE PORTUGAL É UM DOS ELOS FULCRAIS DA HISTÓRIA DA EUROPA, em particular da Europa Central.

Desde o princípio do século XVI, após a abertura da Rota do Cabo pelos PORTUGUESES e nossos galeões e caravelas, a primeira estrada do capitalismo moderno, a Europa Central não perdeu tempo em mancomunar-se contra o nosso país, através da "DIPLOMACIA DO CORSO",
pirateando, roubando, afundando ou roubando os nossos navios, rapinando mercadorias, mandando para o fundo dos oceanos dezenas de milhares de portugueses. A maior angústia do povo que aguardava no Tejo o regresso das embarcações era a de saber as que não tinham sido destruídas, e com elas as vidas dos tripulantes, pela santa aliança contra Portugal entre os países da Europa Central.

Essa diplomacia corsária continuou ao longo dos séculos, passando pelas invasões francesas e, mais recentemente, no apoio que, por esta ou aquela maneira, deram à ditadura do Estado Novo. Na actual crise internacional, é política do Corso a que estão a praticar em relação a Portugal e ao nosso povo.

Extorquiram-nos Arte, Inteligência, Filosofia, Ciência, Literatura, Navios, Riqueza Material, Vidas, Futuro - e até a independência nacional em 1580, tenebrosa aliança entre esses países, hoje muita ricos, e a Igreja através da Inquisição.

Àparte os muitos erros próprios, internos, não colhem os estudos dos nossos pensadores capituladores, menos ainda as análises do prestigiado Le Monde e quejandos.

Portugal é o maior CREDOR desses países europeus exemplares...., em dinheiro, progresso e felicidade.

Temos legitimidade moral e histórica para um dia destes sairmos à rua e gritarmos decididamente:

-SOMOS CREDORES! SOMOS CREDORES!

-NÃO PAGAMOS! NÃO PAGAMOS!

Anónimo disse...

Défault, neste caso, não é bancarrota. É cessação de pagamentos....

Anónimo disse...

E o que é a bancarrota, se faz favor? Não é quando "a banca", neste caso o país, deixa de poder pagar por falta de dinheiro disponível? Por outras palavras,quando já não pode honrar os seus compromissos, em relação ao "principal", aos "encargos" ou a ambos.

Anónimo disse...

"A Espanha vai usando contabilidade criativa" Só a Espanha? Acordei hoje lendo uma notícia, estranha. Dizia " só a EDP é responsável por quase um terço do endividamento de Portugal, ou seja, tem uma divida no montante de 17 mil milhões de euros...Então não foi esta empresa que pagou balúrdios ao seu gestor de topo, decorrente do bom desempenho e dos lucros excepcionais alcançados pela EP-EDP...se isto não é contabilidade criativa, pode chamar-se o quê?

Laura Rocha

Anónimo disse...

E quem é o presidente não da "escola superior de música..." mas do "centro de estudos da música e artes..."? Quem é? Quem é?
Pires da Silva, ex-presidente do IPT e agora designado pelo IPT!
Assim vamos...