terça-feira, 11 de janeiro de 2011

FAÇAM ALGUMA COISA, SE PUDEREM...


É conhecido o drama do cidadão nosso conterrâneo, José Carlos Sousa, a viver  há  anos numas sentinas públicas municipais fora de serviço. A sua perturbação é evidente para quem por ali passa, conforme documenta a fotografia. Estamos perante um caso flagrante de sequelas da guerra em Moçambique. Tomar a dianteira pode testemunhar que os serviços competentes da autarquia têm feito tudo o que está ao seu alcance para tentar resolver o problema. Já por duas vezes colocaram à disposição do José Carlos uma casa modesta, mas em condições de habitabilidade, primeiro na Rua da Saboaria, depois no Bairro 1º de Maio. Tanto quanto sabemos, está em curso uma terceira tentativa, em colaboração com a nova direcção do Lar de S. José, tendo em vista oferecer-lhe alojamento nas instalações do Largo do Pelourinho, uma vez que, habituado à sua cidade, o nosso concidadão não quer ir para o campo.
Acontece que o José Carlos tem recusado sempre qualquer outro alojamento, dando a entender que só dali sairá para o terreno onde já houve uma casa pertencente a ele e aos irmãos, que entretanto foi vendida, ali na Estrada de Leiria.

Para justificar a sua pretensão e provar que ainda é proprietário do terreno em questão, apresenta várias facturas de imposto predial em seu nome, que continuam por pagar e se encontram expostas no alpendre da Capela de S. Gregório. Visando acabar com tal ideia fixa, Tomar a dianteira contactou há algum tempo a chefe das Finanças. Recebeu-nos com simpatia, esclarecendo-nos que as citadas notificações são processadas por computador e enviadas automaticamente, pelo que enquanto a situação não estiver regularizada, continuarão a chegar ao interessado. Acrescentou que não tendo ele com que pagar, não há qualquer razão para se preocupar. Agradecemos e fomos tentar explicar tal situação ao José Carlos, mas o resultado foi praticamente nulo. Manteve-se na sua ideia de voltar para o terreno que já foi dele e dos irmãos.
Se, como se constata, a situação já não era nada cómoda, pois vivemos em democracia, tendo cada cidadão direitos inalienáveis, entre os quais a liberdade de movimentos, agora as coisas pioraram bastante.
O José Carlos veio ter connosco, mostrando-nos a fotocópia que reproduzimos acima. Trata-se de um documento dos SMAS - Tomar, reclamando-lhe o pagamento até 10 de Janeiro de 207,09 euros, referentes a facturas de água por pagar, de  Outubro 2003 a Junho de 2004, mais 97,27 euros de alcavalas. Trata-se, certamente de mais uma situação de processamento informático e envio automático. Mas vai dificultar ainda mais a solução do caso, pois o consumidor em questão já hoje andou bastante exaltado, proclamando que tinha mais uma prova dos seus direitos, e perguntando "Mas o que é que eu ganho com isso se for pagar?" 
Aqui fica esta abreviada resenha, à consideração da autarquia e/ou de quem mais possa ajudar. O nosso conterrâneo merece, pois serviu o país e, sendo bastante peculiar, não é violento.

12 comentários:

Anónimo disse...

Mas se a Vereadora diz que o Homem não quer sair, o caso está resolvido. Não sai. O Povo é quem mais ordena, diz a Vereadora.

Anónimo disse...

Drama?
Ora essa. Drama é do empresario que explora o Hotel e paga impostos que a Câmara mama. E mesmo assim, nada faz para reslver o caso. De 3º mundo, que é para onde caminhamos.

Anónimo disse...

à consideração da Autartquia? Mas a Autarquia considera alguma coisa, para lá do acessório?
Credo, A. Rebelo. Ficou afaectado pelo sabado de manhã....

Anónimo disse...

Mas a vereadora Rosário não é aquela que lhe têem tecido loas pela sua evidente competência?

Está visto que sim.

Anónimo disse...

Por falar em Hotel; está ali ao lado, não ficaria mal, seria até um exemplo ao mundo,e alojava-se lá o homem! Que tal?
E o Dr. Rebelo, homem influente e ouvido na cidade, porque não move as suas gabaritas influências e ajuda a resolver tão humano problema? Só lhe ficava bem e, assim, a propósito, começava a grangear uns votozinhos do zé povo que põe LÁ os mecos, no poder, de que o Sr. não se cansa de falar! Mais obra, menos palavreado!
Um abraço madrugador.
Joaquim da Ajuda

Anónimo disse...

Estou francamente admirado com a sua atitude, sr. Rebelo! O senhor que se afirma possuidor de planos para a cidade, como se dono da verdade fosse, não consegue congeminar um plano para salvar este tomarense da desgraça? Prefere posicionar-se de fora, qual assistente, e esperar desenvolvimentos do assunto que pelos vistos não aparecem? Não lhe passou pela cabeça, durante a audiência que pediu ao chefe das Finanças, a qual não passou de mais um show-off por si produzido, perguntar se aquela entidade não poderia proceder ao arresto do espaço onde já morou o Sousa, para depois ser vendido a preço simbólico à câmara (veja-se o que o BES fez com as instalações de Fábricas Mendes Godinho), e instalar ali uma casa, ainda que em prefabricado, para o Sousa viver como um ser humano o resto dos seus dias?

Francamente, homem, você é mais vozes que nozes...mas isso já todos quantos o conhecem sabem!

Unknown disse...

Para anónimo em 09.04

Poderei ser tudo aquilo que você quiser, menos mal educado e mau carácter como você.
Se o seu usual ânimo exaltado e sarrafeiro, que vem à superfície mesmo nas suas intervenções enquanto deputado municipal, nãomlhe toldasse a capacidade de leitura e de escuta, evitava de debitar asneiras. E saberia que, graças à boa vontade da autarquia, já estive a tentar convencer o José Carlos a vir habitar para uma casa no Bairro 1º de Maio. Até tinha a chave no bolso e dispunhha de transporte para as coisas dele. Mas se ele não quer, que se lhe pode fazer?
Entretanto,vamos aturando palonços como você, proclamando que é só conversa. Ainda bem que você se farta de trabalhar em prol da terra! Basta ler aquilo que garatuja.

Funiculin disse...

Há mais de 4 anos para resolver este problema? No Chile em muitíssimo menos tempos foram salvos mineiros que se encontravam no fundo de uma mina. Aqui com uma vereadora (com letra minúscula)responsável pelo assunto, anda há mais de 4 anos para arranjar solução. Vergonha nacional e não só local. Mas é disto que nós temos na política. Enquistados ao tacho e à contagem de tempo de serviço para a reforma.

Anónimo disse...

Quando as autoridades eleitas para 'zelarem' pelo desenvolvimento local e o bem estar das populações não conseguem resolver o simples problema de um cidadão, não há melhor explicação para o estado a que chegou o país...
Zé Esperança

Anónimo disse...

Porque é que a Câmara não constroi um casa pré-fabricada (há soluções destas) por 5.000 euros com quarto casa de banho e cozinha, no terreno do homem. Tem infraestruturas. É uma solução.
Talvez a dificuldade seja os vizinhos que não o querem lá!!!
Por enquanto o terreno dele vai servindo de parque estacionamento.

Isabel Miliciano

Anónimo disse...

Vamos é buscar a capela, que É NOSSA e não dele ! Retirar aquele lixo dali e mandá-lo de lá para fora a ver se não aceita uma casa.

Anónimo disse...

Ocupação de espaço público não estará,certamente,em conformidade com a Lei Portuguesa!
O cidadão recusa-se; deixa-se ficar...
O cidadão um dia destes pode comete um crime de homicídio; o cidadão recusa-se a ir para a prisão. Perante esta hipótese, deixa-se o cidadão em paz...
Em suma: não há quem os tenha no sítio...