segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

INDÚSTRIA TURÍSTICA -ESSA DESCONHECIDA

Nem um visitante para amostra, no geralmente muito movimentado planalto de Guizé

AS REVOLTAS NOS PAÍSES ÁRABES PERTURBAM AS CORRENTES TURÍSTICAS
Apesar das promoções para a Tunísia e o Egipto, os turistas preferem Espanha, Grécia e Turquia


Compre um um, leve dois. Por cada pacote comprado, o operador turístico oferece outro. Eis a técnica promocional de choque, que permite arrasar os preços, salvando contudo as aparências, e que é um êxito entre os operadores, nestes tempos conturbados pelas sucessivas revoluções no mundo árabe. Mármara, o número um do mercado francês, anuncia a referida promoção para a Tunísia. Por sua vez, a rede de distribuição Thomas Cook, resolveu adoptá-la para o Egipto, um destino para onde as viagens turísticas devem recomeçar a partir de terça-feira 22, pelo menos no que se refere às estâncias balneares do Mar Vermelho e aos cruzeiros no Nilo. Alargando a análise, há uma chuva de promoções sobre os candidatos a viagens para destinos árabes.. É possível encontrar uma semana tudo incluído a partir de 200 euros, para a Tunísia; ou a partir de 500 euros para o Egipto.
Apesar de muito intensos, tais esforços não devem bastar para recuperar das perdas já registadas. "Numa época normal, mais de 5 mil turistas rumam à Tunísia durante as férias de Fevereiro. Desta vez, se conseguirmos mil e quinhentos, já não será mau de todo", declarou-nos uma fonte do Sindicato Nacional das Agências de Viagens (SNAV). Mesmo de curta duração, a interrupção das actividades turísticas em direcção aos pesos pesados do turismo, que são a Tunísia (6 milhões de turistas anuais) e o Egipto (14 milhões), vai causar danos em toda a orla mediterrânica, durante um período por ora difícil de estimar. Para já, os profissionais do sector constatam uma alteração sensível nos fluxos de visitantes.
Todas as opiniões convergem na constatação de que entre os destinos-refúgio, a Espanha beneficia da maior parte. Mais precisamente as Ilhas Canárias. Situadas ao largo de Marrocos estas ilhas espanholas até já arranjaram um slogan choque: "Canárias -as garantias da Europa e o clima de um país do norte de África"-e contam receber cerca de 300 mil novos visitantes, entre Fevereiro e Abril.
Os profissionais do turismo canário têm até a intenção de prolongar o efeito desta agradável prenda muito para lá das próximas semanas. Álvaro Blanco, o director de Turespanha, o Instituto do Turismo Espanhol,  está convencido de que todos os turistas que tencionavam ir para Charm el-Cheikh (Egipto), ou Djerba (Tunísia) "são clientes que nos foram emprestados e que temos de convencer". "Estamos a receber desde há uma semana muitos Escandinavos, Alemães, Italianos e Polacos. Desejamos que, apesar de não nos terem escolhido enquanto primeira opção, não venham a lamentar a decisão tomada", declarou-nos Susana Perez, presidente da associação de hoteleiros da pequena ilha vulcânica de Lanzarote (onde vivia Saramago - nota de TaD), que conta receber mais 65 mil turistas até Abril. A seguir, acrescentou a mesma fonte "vai ser muito difícil manter esta vantagem".
Há outros destinos bem colocados para receber os turistas que não quiseram adiar as suas férias de inverno. "Para as próximas semanas temos um nível de reservas duas vezes mais importante do que o ano passado, para a Grécia e para a Turquia", assegurou-nos Florian Vighier, director geral de Viagens Mármara, que nos referiu uma verdadeira "corrida". Alguns níveis abaixo, as ilhas de Cabo Verde e da Madeira, bem como a Croácia, estão a suscitar grande interesse dos turistas para os próximos meses, sobretudo para o próximo Verão.
No que diz respeito a estes destinos,  cuja popularidade junto dos estivantes europeus está a subir, não vale a pena aguardar pelas promoções de última hora, porque não vai haver, preveniu-nos o Centro de Estudos dos Operadores Turísticos (CEOT).
Entretanto, Marrocos padece da sua proximidade geográfica com os países onde tem havido revoltas populares. "Tal como algumas pessoas hesitam em ir para a Tunísia ou o Egipto, apesar do retorno à paz civil, uma parte da clientela potencial não considera Marrocos um oásis de paz no deserto da agitação árabe", afirmou-nos o director de uma agência de viagens.
Segundo René-Marc Chikli, presidente do CEOT, não convém exagerar a amplitude das transferências dos futuros fluxos turísticos. "Para o Egipto, por exemplo, a situação actual nada tem a ver com a resultante dos atentados de Luxor, em 1997, que causaram 62 mortos e cujos efeitos nefastos se fizeram sentir durante ano e meio. Quanto à Grécia, acrescentou, verificou-se um aumento de visitantes apesar da agitação social reinante."
Conformados, os profissionais do sector turístico, opinam que os prejuízos provocados pelas sucessivas revoltas árabes não poderão ser integralmente recuperados. Enquanto não são conhecidos os dados oficiais, Georges Colson, presidente do SNAV, avaliou as perdas totais "entre 25 e 40 milhões de euros". Por enquanto."

Sandrine Morel (em Madrid) e Jean-Michel Normand, Le Monde

2 comentários:

Anónimo disse...

Quanto ao Turismo o que está a dar é Tomar. Ora aí vai:
-Os turistas podem e devem escolher o convento de Cristo sem reservas de espécie alguma, uma vez que a sua directora quase nunca lá põem os pés, apesar do bom ordenado que recebe mensalmente pelo cargo.
-Os turistas podem e devem escolher os campos de golf sem reservas de espécie alguma, uma vez que estes estão às moscas,
-Os turistas podem e devem escolher o "muro mijadouro" que o Corvelo mandou executar ali para os lados da rotunda, pelo facto de ainda haver reservas para as visitas acompanhadas para esse monumento, por parte de uma "holding" chamada associação nacional de turismo subsidiada principescamente pela câmara de Tomar.
-Os turistas podem e devem escolher Tomar sem reservas de espécie alguma, até para estudarem in loco os fenómenos da política nos quais os IpT já são férteis, a fim de levarem para os seus países a experiência fora dos partidos tradicionais mas com resultados assustadores, apesar de curto tempo de vida que ainda vão tendo(?).
-Os turistas podem e devem escolher Tomar, até para aprenderem como é que se desbaratam os dinheiros públicos logo que cheguem ao poder, após a caída da cadeira dos ditadores locais.
-Dadas as dificuldades das famílias já há quem vingue no negócio da prostituição que cada vez mais se vai fazendo em Tomar, como nos bons velhos tempos.
-A vantagem é que por cá já há muito que vingou a prostituição, incluindo a política.
Aguarda-se que os mercados financeiros e turísticos olhem com olhos de ver esta realidade tomarense que promete.

Anónimo disse...

O melhor turismo que temos para oferecer é criar a ROTA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL: os turistas vêm assistir a uma AM em Tomar e ficam logo a entender porque é que o país está como está.

O melhor turismo que temos para oferecer é criar a ROTA DAS REUNIÕES DA CÂMARA MUNICIPAL: os turistas vêm assistir a uma reunião do executivo e percebem imediatamente porque é que Tomar está como está.

Ainda melhor para o futuro do turismo em Tomar: é pôr os políticos todos em fila e chamar o Khadafi (o da Líbia) para tratar do assunto. Era cá uma limpeza que todos agradecíamos. E assim começava um tempo novo.