sábado, 12 de fevereiro de 2011

RECORTES DA IMPRENSA DE HOJE

Em relação às do Flecheiro, estas famílias ciganas de Campo Maior até se pode dizer que, de certo modo, têm sorte: esperam só há um ano. As de Tomar, segundo Corvêlo de Sousa afirmou, numa recente reunião da autarquia "são um problema urgente, porque já se arrasta há mais de 40 anos".
Outra diferença importante reside no facto de em Campo Maior a autarquia já dispor de projecto, faltando-lhe apenas as verbas municipais e governamentais para o executar. Em Tomar, como é sabido, dinheiro é coisa que parece não faltar, se tivermos em conta as obras em curso ou previstas (Rua de Coimbra, Envolvente ao Convento, Elefante Branco da Levada, Estrada de Carvalhos de Figueiredo...). Ideias com  cabeça, tronco e membros é que não. E soluções pertinentes ainda menos. Aquela de pretender alojar os ciganos todos num conjunto residencial a edificar no parque industrial, só mesmo num daqueles países do leste europeu, tipo Bulgária ou Albânia. E mesmo assim, só se Bruxelas estivesse pelos ajustes.

Ora aqui temos, numa magnífica criação visual, toda a problemática da liberdade, tal como nós a entendemos, no conjunto dos países árabes e ou muçulmanos. É obvio que uma caranguejola artesanal deste tipo nunca conseguirá voar de forma durável (salvo demonstração contrária). Há até um caso em que se espatifou logo à descolagem -o Irão. Afinal, o principal problema da liberdade e da democracia, seja em que país for, reside na cabeça dos seus cidadãos. Um povo sem educação democrática e desprovido de formação para a tolerância política, religiosa, racial, só por um feliz acaso da História poderá vir a edificar uma sociedade fraterna e livre. Embora, felizmente, haja alguns exemplos, com Portugal ou a Espanha. Por isso, para usar um vocábulo árabe: Oxalá!!!
Que me desculpem os meus conterrâneos (de nascimento ou pelo coração), mas tenho a impressão de que substituindo o camelo do desenho por um carrito em 5ª mão, do século passado e comprado a prestações, com garrafões de tintol, grades de cerveja e fartas refeições consistentes no porta-bagagens do tejadilho, teríamos uma bela ilustração da liberdade tomarense. Que lá voar, voa! Mas é muito baixinho! Como o crocodilo da conhecida anedota russa.

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