domingo, 27 de fevereiro de 2011

PROGRAMA "À MESA DO CAFÉ" - 8

Oitava edição da realização conjunta Rádio Hertz/Tomar a dianteira "À mesa do café". Desta feita com o arquitecto José Lebre como convidado. E no Café Paraíso. Somos das raras, se não mesmo a única cidade do país onde basta subir a rua principal para entrar no Paraíso. Apesar da crise!
Vereador numa câmara AD, nos idos anos 80 do século anterior, José Lebre foi também cabeça de lista do movimento independente "Tomar em primeiro lugar", nas autárquicas de 2009. Questionado sobre essa iniciativa, disse estar muito satisfeito, pois lhe permitiu dizer aos eleitores o que sentia. Referiu ter até ficado de algum modo agradavelmente surpreendido com os quase 800 votos conseguidos, uma vez que um partido conhecido como o CDS, por exemplo, não chegou aos 1300.
Num tom cordato, de boa companhia, manifestamente moderado, não deixou ainda assim de lastimar que a nossa administração em geral e a autarquia em particular sejam burocracias tentaculares, "onde 50% dos procedimentos não se justificam, estão a mais, não fazem falta nenhuma". Deu até o exemplo do munícipe que pretende consultar um processo pessoal e é obrigado a fazer um requerimento. Para quê?!, exclamou.
Noutro passo, vincando ser absolutamente necessário que cada cidadão participe activamente na vida política da sua comunidade, condenou a política geralmente hostil dos eleitos, a qual segundo avançou, parte de um pressuposto errado: o de considerar que quem discorda é sempre um inimigo. Acontece, acrescentou, que tal não é verdade. Na maior parte dos casos os eleitores discordam, mas não se trata de nada de pessoal. Pelo contrário, procuram de alguma maneira melhorar as soluções encontradas. Neste quadro, concluiu, hostilizar ou exercer represálias são práticas que já deram resultados em ditadura, mas condenáveis e inaceitáveis em democracia. Tendem a desencorajar o exercício da cidadania, quando é exactamente o oposto que se pretende.
Abordando a questão do "elefante branco" da Levada, opinou que logo à partida a doação de tudo aquilo à autarquia pelo BES, foi um presente envenenado. Mais tarde ficou estarrecido, quando soube que primeiro mandaram fazer o projecto de requalificação e só depois o executivo autárquico reuniu para debater e decidir os equipamentos a instalar. Regra geral, adiantou, é o contrário que se faz. Primeiro determina-se para que irão servir as edificações e de seguida manda-se projectar em função dessa ocupação prevista. O contrário não faz qualquer sentido.
No capítulo da actual conjuntura, lastimou o despesismo da administração pública, a maneira como acolhem os cidadãos, as insensatas dificuldades que arranjam para quem quer investir, afirmando ser imperativo adoptar doravante políticas de bom senso, de contenção, de poupança.
Em relação ao nosso futuro enquanto comunidade humana, disse estar convencido de que o turismo é a nossa melhor opção, enquanto alavanca decisiva para o progresso económico da cidade e do concelho, havendo por conseguinte necessidade urgente de melhorar radicalmente as entradas da cidade e a paisagem urbana, pois sem isso nada feito. Referindo os nossos trunfos na área do acolhimento dos visitantes, referiu a festa dos tabuleiros, estranhando que seja feita apenas e só de quatro em quatro anos.
Questionado sobre o seu eventual futuro político, foi assaz evasivo, não descartando ainda assim a hipótese de vir a participar activamente na vida autárquica, tudo dependendo do contexto.
Na próxima semana, para a nona edição do programa, a emitir também a partir do Paraíso, o convidado será José Delgado, líder local do PSD. Até lá!

8 comentários:

Anónimo disse...

Para que conste e não caia no esquecimento,continuamos à espera de esclarecimentos sobre os comportamentos de:

JOÃO SIMÕES
e
JOSÉ SOARES

Embora os seus ensurdecedores silêncios já sejam um sinal inequívoco das suas reais posturas e personalidades.

A par de Pedro Marques,são os grandes emporcalhadores dos IpT.

E nos IpT está muita gente séria,com valor,mas que não deve permitir o apodrecimento do Movimento.

Há que estirpar a fruta podre,para salvar o pomar.

Há que ter coragem para encostar os vilões à parede e mostrar-lhe a porta de saída.


JP

Anónimo disse...

Os independentes já nem com uma lavagem de cloro, se limpavam das borradas que fizeram.

Anónimo disse...

Caro e Senhor Professor António Rebelo:
A entrevista com o arquitecto José Lebre, na Rádio Hertz, conduzida no emblemático Café Paraíso, mostrou que Tomar tem gente capaz para constituir um elenco camarário forte e capaz. O problema que o impede é as pessoas estarem divididas. Acabem com os partidos políticos, que estão esgotados na sua missão de serviço comunitário, em muitos casos por destituídos dos quadros vocacionados para tal. É tempo de se optar por dar lugar a cidadãos descomprometidos e com preparação/qualificação capazes de desenvolver trabalho com melhores resultados do que vem acontecendo. E sem as tricas a que nos acostumaram.
Temos o exemplo actual na Câmara de Tomar, classificado pelo arquitecto José Lebre como “casamento contra natura”. Realmente, faz sentido manter uma coligação que vem para a praça pública com despropósitos que são conhecidos?
O arquitecto José Lebre falou de Planos de Pormenor com a clareza de quem sabe do que fala. Como o arquitecto José Lebre, há em Tomar outros cidadãos preparados para em conjunto darem um rumo diferente a esta terra que vai definhando como o País. Numa Câmara não pode haver o entendimento de que “os serviços que presta são concessão sua e não direitos dos cidadãos” – como disse, e muito bem, o arquitecto José Lebre.
Concluindo, ouvimos o técnico competente, que deixou claríssimo, na entrevista, que Tomar tem gente capaz de a servir à margem dos interesses partidários!
Cordialmente,
Visconde da Aldeia

Anónimo disse...

Para o Visconde. O Arquiteto José Lebre fala tão bem de planos de pormenor? Por acaso não foi responsável pelo desastre do plano de pormenor das Avessadas?

Pirilampo Mágico

Anónimo disse...

E o Plano das Avessadas não foi congeminado/negociado por três artistas locais? Pedro Marques, Marcelino e José Lebre. Há outros mas andam na penumbra.

Anónimo disse...

O arq. Lebre nunca foi,nem é,um defensor de planos que visem o ordenamento.

Nos seus tempos de vereador,dos quais não restou nada de positivamente marcante,destacou-se sempre pela irredutibilidade contra a possibilidade de Tomar ter um PDM,desdelhando sempre da legislação que os impunha.

Ele não era contra o PDM "A" ou "B". Ele era contra o instrumento PDM,em abstracto,em tese.

É adepto do casuístico e do tráfico de influências,à margem de quaisquer regras.

Teorias,leva-as o vento.

A prática,fica e marca.

Por isso não é com Lebres que lá iremos,pese embora o "pedygree".

Jorge Monteiro

Anónimo disse...

Caros concidadãos que responderam ao comentário do Visconde. Penitencio-me por não ter conseguido ser claro. Em primeiro lugar, não conheço pessoalmente o arquitecto José Lebre. Em segundo lugar, desconhecia, por ignorância, claro, que o senhor em questão teve uma passagem pela Câmara Municipal como vereador. O meu comentário baseou-se, pura e simplesmente, naquilo que ouvi durante a conversa que teve com no Café Paraíso e transmitida na Rádio Hertz. Conclui mal? Quem nunca errou, que atire a primeira pedra. Afinal, parece que Tomar tem outras gentes dotadas das capacidades necessárias para bem dirigir o futuro do concelho. Avancem, caros concidadãos!
Cordialmente,
Visconde da Aldeia

Anónimo disse...

Planeamento para quê?
O PDM e outros planos tais, como planos urbanísticos ou de pormenor, são apenas instrumentso limitativos à iniciativa individual e política dos voluntariosos visionários da praça e de quem quer continuar a fazer negociatas por debaixo da mesa.
O lacrau do Nabão