domingo, 20 de fevereiro de 2011

RECORTES DA IMPRENSA DE HOJE


Este recorte da secção "Cartas à directora", da página  34 do PÚBLICO de hoje, chama a atenção para um dos principais, senão mesmo o principal problema do país, logo a seguir à crise financeira -A evidente falta de competência e de envergadura intelectual para o exercício das funções correspondentes aos lugares que ocupam, de muitos dos nossos compatriotas. Significativamente, ninguém fala no assunto, todos assobiam para o lado, como se o  tema fosse interdito. De modo ainda mais significativo, o autor desta carta ao jornal é um ilustre causídico e foi candidato vencido à câmara de Abrantes em 2009.
Sendo a situação aquela que descreve nas profissões regulamentadas que indica, nalgumas das quais até há exigentes exames de admissão, seguidos de cursos de estágio/formação, mais ou menos longos, como será nas outras profissões, por assim dizer "sem rei nem roque", sem exames de admissão ou estágios de formação?
Claro que nada disto se deve aplicar os políticos, eleitos ou escolhidos, uma vez que se trata de uma tribo muito especial, que vive numa outra plataforma. Assim uma espécie de "crème de la crème", pensam eles, bem entendido. Sobretudo aqui em Tomar, onde em geral todos são omnicompetentes. E vai daí, visto que nem sequer houve ou há qualquer curso secundário, médio ou superior de preparação para a política, excepto aqueles ditos de "Ciências Políticas", ainda demasiado recentes, como haviamos de ter políticos com gabarito?



Estes dois recortes, um do DN, outro do CM de hoje, colocam igualmente alguns problemas que seria bom ultrapassar quanto antes. O primeiro é o daqueles cidadãos manifestamente analfabetos, ou pouco menos, nomeadamente no uso da língua pátria, que não obstante, se julgam capacitados para opinar de maneira fundamentada e profícua sobre qualquer tema que lhes venha à cabeça. É o caso do honrado comendador Berardo, que lá por ter uma considerável fortuna conseguida na África do Sul (um ninho de intelectuais, como é sabido) supõe que pode propor a implementação em Portugal de outra ditadura. O outro óbice, reside no facto de que ao mesmo nível do senhor comendador estão muitos portugueses -muito bem interpelados no bilhete de João Pereira Coutinho- bem como os tomarenses em geral, cuja esmagadora maioria acredita sinceramente -ou pelo menos dá a ideia disso, ao agir como se- que ainda estamos a viver nos anos 80 do século passado. Donde resulta que nesta terra nabantina de que tanto gosto, estamos encafuados num beco, num "cu de saco", para usar a expressão gaulesa. Se é evidente que ninguém pode pretender ajudar Tomar a sair do buraco onde estamos metidos, contra os tomarenses, ou mesmo sem a sua participação activa e empenhada; a verdade é que tão pouco se pode contar com eles para essa tarefa. A não ser que entretanto decidam -finalmente- mudar de atitude perante a vida e perante os outros. Até lá, viva o beco! E coza o forno! Enquanto houver farinha importada e comprada com o RSI, ou com o subsídio de desemprego. Bem cantava o Variações: "Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que as paga, o corpo é que as paga!!!"

1 comentário:

Anónimo disse...

O Berard diz umas coisas nas quais todos pensamos mas não temos a coragem para o dizer, nem o dinheiro dele para não nos preocuparmos com as consequências. Que a maioria dos políticos no activo deveriam ser puro e simplesmente proibidos de estarem em lugares públicos (na política, na administração, etc...)até pela indecência com que têm lá estado.
Vejamos o caso de Tomar: apesar da indecência com que alguns exerceram o cargo, ainda lá querem voltar €€€€€€; apesar da indecência com que alguns ainda exercem o cargo, ainda lá querem continuar €€€€€; como é que isto não há-de estar pelas horas da amargura?
Quantos tomarenses terão a coragem de votar pela presença de 1.000.000 na Av. da Liberdade contra a corrupção? Fazem-se apostas.